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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 116RANKING

dezembro 2020 | Diário As Beiras

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100 maiores empresas exportadoras do Centro

* no seu distrito posição* nome concelho distrito

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 1 PEUGEOT CITRÖEN AUTOMÓVEIS PORTUGAL, S.A. MANGUALDE VISEU 1 CELULOSE BEIRA INDUSTRIAL (CELBI), S.A. FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA - EBERSPÄCHER EXHAUST TECHNOLOGY PORTUGAL, UN., LDA TONDELA VISEU 4 FAURECIA - ASSENTOS DE AUTOMÓVEL, LDA S. JOÃO DA MADEIRA AVEIRO 7 AMORIM CORK, S.A. SANTA MARIA DA FEIRA AVEIRO 1 COFICAB PORTUGAL - COMPANHIA DE FIOS E CABOS, LDA GUARDA GUARDA 9 YAZAKI SALTANO DE OVAR - PRODUTOS ELÉCTRICOS, LDA OVAR AVEIRO 6 BOSCH TERMOTECNOLOGIA, S.A. AVEIRO AVEIRO 14 GROHE PORTUGAL - COMPONENTES SANITÁRIOS, LDA ALBERGARIA-A-VELHA AVEIRO 11 FERPINTA-IND. TUBOS AÇO DE FERN.PINHO TEIX., S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS AVEIRO 16 BOSCH SECURITY SYSTEMS-SISTEMAS DE SEGURANÇA, S.A. OVAR AVEIRO 10 FAPRICELA - INDÚSTRIA DE TREFILARIA, S.A. CANTANHEDE COIMBRA 5 LABESFAL - LABORATÓRIOS ALMIRO, S.A. TONDELA VISEU 2 SONAE ARAUCO PORTUGAL, S.A. MANGUALDE VISEU 13 POLIVOUGA - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. ALBERGARIA-A-VELHA AVEIRO 17 COLEP PORTUGAL, S.A. VALE DE CAMBRA AVEIRO 19 SIMOLDES - PLÁSTICOS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS AVEIRO 6 ROCA, S.A. LEIRIA LEIRIA 3 LUSO FINSA-IND. COMÉRCIO DE MADEIRAS, S.A. NELAS VISEU 15 COMPANHIA IND. RESINAS SINTÉTICAS - CIRES, LDA ESTARREJA AVEIRO 10 BORGSTENA TEXTILE PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA NELAS VISEU 25 GESTAMP AVEIRO-IND. ACESSÓRIOS DE AUTOMÓVEIS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS AVEIRO 9 BROSE-SIST. FECHADURAS PARA AUTOMÓVEIS, UN., LDA TONDELA VISEU 1 CELTEJO - EMPRESA DE CELULOSE DO TEJO, S.A. VILA VELHA DE RÓDÃO C. BRANCO 14 AQUINOS, S.A. TÁBUA COIMBRA 5 BONDALTI CHEMICALS, S.A. ESTARREJA AVEIRO 31 KIRCHHOFF AUTOMOTIVE PORTUGAL, S.A. OVAR AVEIRO 14 EUROPEAN SEAFOOD INVESTMENTS PORTUGAL, S.A. PENICHE LEIRIA 26 ALTICE LABS, S.A. AVEIRO AVEIRO 8 CABOPOL - POLYMER COMPOUNDS, S.A. PORTO DE MÓS LEIRIA 28 EDA - ESTOFAGEM DE ASSENTOS, UNIPESSOAL, LDA SÃO JOÃO DA MADEIRA AVEIRO 21 PLANOS FÉRRICOS PORTUGAL II, UNIPESSOAL, LDA VAGOS AVEIRO 29 AMORIM CORK FLOORING, S.A. SANTA MARIA DA FEIRA AVEIRO 12 SCHAEFFLER PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA CALDAS DA RAINHA LEIRIA 13 BÖLLINGHAUS STEEL, LDA MARINHA GRANDE LEIRIA 32 AMORIM CORK COMPOSITES, S.A. SANTA MARIA DA FEIRA AVEIRO 8 PATINTER-PORT. AUTOMÓVEIS TRANSPORTADORES, S.A. MANGUALDE VISEU 18 RESPOL - RESINAS, S.A. LEIRIA LEIRIA 9 METALMARINHA-COM.INT.RESÍDUOS METÁLICOS, S.A. MARINHA GRANDE LEIRIA 48 SASAL - ASSENTOS PARA AUTOMÓVEIS, UNIPESSOAL, LDA SÃO JOÃO DA MADEIRA AVEIRO 46 PAVIGRÉS CERÂMICAS, S.A. ANADIA AVEIRO 16 MAHLE - COMPONENTES DE MOTORES, S.A. CANTANHEDE COIMBRA 6 FRULACT - INDÚSTRIA AGRO-ALIMENTAR, S.A. COVILHÃ C. BRANCO 11 MARTIFER - CONSTRUÇÕES METALOMECÂNICAS, S.A. OLIVEIRA DE FRADES VISEU 24 ECCO’LET (PORTUGAL) - FÁBRICA DE SAPATOS, LDA SANTA MARIA DA FEIRA AVEIRO 5 DURA AUTOMOTIVE PORTUGUESA-, LDA GUARDA GUARDA 37 VISTA ALEGRE ATLANTIS, S.A. ÍLHAVO AVEIRO - OLI - SISTEMAS SANITÁRIOS, S.A. AVEIRO AVEIRO 23 DAN CAKE (PORTUGAL), S.A. COIMBRA COIMBRA 27 NOVAQUI - EQUIPAMENTOS E MOBILIÁRIO DE CONFORTO, S.A. TÁBUA COIMBRA 36 GRÉS PANARIA PORTUGAL, S.A. ÍLHAVO AVEIRO 29 BLUEPHARMA - INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, S.A. COIMBRA COIMBRA 38 SANITANA - FÁBRICA DE SANITÁRIOS DE ANADIA, S.A. ANADIA AVEIRO 16 F.H.C. - FARMACÊUTICA, S.A. MORTÁGUA VISEU - PLASTAZE - PLÁSTICOS DE AZEMÉIS, S.A. OLIVEIRA DE AZEMÉIS AVEIRO 33 TEKA PORTUGAL, S.A. ÍLHAVO AVEIRO 37 CRITICAL SOFTWARE, S.A. COIMBRA COIMBRA 6 ACI - AUTOMOTIVE COMPOUNDING INDUSTRY, LDA GUARDA GUARDA 21 AKWEL TONDELA (PORTUGAL), LDA TONDELA VISEU 12 UNITOM - SOCIEDADE GERAL DE COMÉRCIO, LDA FUNDÃO C. BRANCO 7 PAULO DE OLIVEIRA, S.A. COVILHÃ C. BRANCO 13 RUI COSTA E SOUSA & IRMÃO, S.A. TONDELA VISEU 50 UNITED RESINS - PRODUÇÃO DE RESINAS, S.A. FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA - CORK SUPPLY PORTUGAL, S.A. SANTA MARIA DA FEIRA AVEIRO 4 MIBEPA - IMPORTAÇÃO, COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO, LDA LEIRIA LEIRIA 36 BLOCOTELHA - STEEL CONSTRUCTIONS, S.A. PORTO DE MÓS LEIRIA 24 SOCIEDADE AGRÍCOLA DA QUINTA DA FREIRIA, S.A. BOMBARRAL LEIRIA 48 SRAMPORT - TRANSMISSÕES MECÂNICAS, LDA COIMBRA COIMBRA 45 MD MOLDES - MANUEL DOMINGUES, UNIPESSOAL, LDA LEIRIA LEIRIA 30 IBER-OLEFF - COMPONENTES TÉCNICOS EM PLÁSTICO, S.A. POMBAL LEIRIA - TALKDESK INC. PORTUGAL, UNIPESSOAL, LDA COIMBRA COIMBRA 34 PLASFIL - PLÁSTICOS DA FIGUEIRA, S.A. FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA vol. de neg.2019 exportação total

786.781.503 724.478.144 461.848.387 383.687.740 361.380.297 351.677.696 357.032.726 342.614.616 281.909.843 233.412.029 230.983.434 221.761.264 225.044.785 213.066.358 242.090.614 189.714.934 172.593.580 164.498.873 196.988.076 139.184.904 148.968.926 137.508.144 143.797.525 116.044.253 134.203.733 112.074.965 206.528.168 109.842.125 169.228.708 104.267.496 135.514.943 103.607.120 139.474.188 102.000.400 122.698.281 96.859.703 157.136.815 96.682.462 150.701.788 84.561.339 83.917.019 83.535.078 131.264.992 83.188.978 82.468.635 82.468.635 136.211.446 82.357.530 90.754.244 78.287.460 258.337.370 77.944.766 87.505.780 76.915.642 75.984.813 74.916.690 125.895.394 74.621.341 93.500.001 69.643.501 70.640.816 69.467.167 128.091.036 69.435.370 80.658.999 68.719.014 66.613.374 66.534.998 67.646.245 65.946.351 84.073.420 63.752.497 92.152.228 62.051.437 63.003.984 61.799.149 89.512.233 58.683.287 57.545.552 56.690.957 60.021.287 52.959.688 52.612.478 52.525.136 55.840.391 51.983.358 81.965.336 50.776.979 98.604.152 49.066.205 55.716.064 47.704.012 78.232.593 46.994.170 59.339.922 45.745.292 53.037.377 41.140.776 50.024.361 40.506.124 73.261.238 40.154.194 45.308.958 39.799.833 69.810.680 38.474.039 54.372.926 38.292.997 62.056.437 37.058.604 83.209.101 36.580.142 49.701.479 35.263.115 52.385.106 35.069.820 37.005.140 34.692.792 33.273.264 33.238.983 41.170.465 32.725.114 65.448.407 32.459.320 33.351.179 32.092.789 57.470.189 28.848.324 143.071.227 28.049.427 47.326.122 27.896.674 61.102.959 27.502.256 28.299.114 27.283.548 30.591.670 27.071.902 45.866.089 26.970.904 27.430.188 26.901.602 31.665.838 26.200.525

Diário As Beiras | dezembro 2020

RANKING117

posição nome

Para adquirir esta base de dados com um desconto de 20% sobre o preço de tabela e ter acesso a informação de marketing e económico-financeira sobre estas empresas e quem as gere, contacte-nos através do e-mail informadb@informadb.pt ou do telefone 213 500 373. Todos os valores foram recolhidos e analisados pela Informa D&B e referem-se às contas individuais (2019), publicadas na IES – Informação Empresarial Simplificada e/ou disponíveis na BD Informa D&B.

concelho distrito vol. de neg. 2019

exportação total

73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 - DANIPACK - INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS, S.A. ESTARREJA AVEIRO 52 C.B.I.- INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO, S.A. TÁBUA COIMBRA 31 C.B.I.- INDÚSTRIA DE VESTUÁRIO, S.A. MANGUALDE VISEU 56 ANSELL PORTUGAL-IND. GLOVES, SOC. UNIPESSOAL, LDA VILA NOVA DE POIARES COIMBRA 34 SORGAL - SOCIEDADE DE ÓLEOS E RAÇÕES, S.A. OVAR AVEIRO 44 BRESFOR - INDÚSTRIA DO FORMOL, S.A. ÍLHAVO AVEIRO 41 ROCA TORNEIRAS, S.A. CANTANHEDE COIMBRA 78 ACUINOVA - ACTIVIDADES PISCÍCOLAS, S.A. MIRA COIMBRA 5 SCHREIBER FOODS PORTUGAL, S.A. CASTELO BRANCO C. BRANCO 12 VERALLIA PORTUGAL, S.A. FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA 12 SODECIA POWERTRAIN GUARDA, S.A. GUARDA GUARDA 17 BERALT TIN AND WOLFRAM (PORTUGAL), S.A. COVILHÃ C. BRANCO 64 VHUMANA, S.A. CANTANHEDE COIMBRA 17 COFISA - CONSERVAS DE PEIXE DA FIGUEIRA, S.A. FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA 44 BRINTONS - INDÚSTRIA DE ALCATIFAS, LDA VOUZELA VISEU 19 MEIVCORE, LDA VISEU VISEU 18 JOSÉ AFONSO & FILHOS, S.A. OLEIROS C. BRANCO 29 PUREVER INDUSTRIAL SOLUTIONS, S.A. NELAS VISEU 19 A PENTEADORA-SOC. IND. PENT. E FIAÇÃO DE LÃS, S.A. COVILHÃ C. BRANCO 35 MICROPLÁSTICOS, S.A. FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA 91 OLYMPUS SERVICE FACILITY PORTUGAL, LDA COIMBRA COIMBRA 30 PRIO BIO, S.A. ÍLHAVO AVEIRO 69 GUM CHEMICAL SOLUTIONS, S.A. CANTANHEDE COIMBRA 96 EMPRESA FIGUEIRENSE DE PESCA, LDA FIGUEIRA DA FOZ COIMBRA 28 BENOLI - CONFECÇÕES, LDA COVILHÃ C. BRANCO 23 CISTER - INDÚSTRIA DE PRODUTOS ALIMENTARES, LDA ALCOBAÇA LEIRIA 15 CAMPOAVES - AVES DO CAMPO, S.A. OLIVEIRA DE FRADES VISEU 29 FCSI - FUEL CARD SERVICE INTERNATIONAL, UNI., LDA CALDAS DA RAINHA LEIRIA

64.814.896 25.855.975 25.755.189 25.034.807 25.755.189 25.034.807 24.059.455 24.049.843 82.094.447 23.262.411 59.317.588 22.635.161 32.575.316 22.212.279 21.918.014 21.909.877 66.720.483 20.625.903 107.554.753 20.027.061 25.618.940 19.005.481 19.395.219 18.988.767 28.943.480 18.367.253 50.015.673 18.188.268 18.094.325 18.015.181 45.783.690 17.563.926 24.970.614 16.903.258 30.367.689 16.505.997 18.705.778 16.270.750 38.174.335 16.106.417 16.764.505 15.689.989 87.003.884 15.572.944 24.117.065 15.264.565 15.402.281 15.168.832 15.498.273 15.147.228 54.665.026 14.683.788 53.710.296 14.601.053 55.473.032 14.297.957 Fonte : Rank elaborado pela Informa D&B

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 118OPINIÃOOPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Raul Almeida Presidente da AIRC – Associação de Informática da Região Centro

Indústria 4.0 e a Digitalização da Economia

Vivemos um momento crucial e decisivo para o desenvolvimento e sobrevivência da economia e dos serviços. Esta sobrevivência já não pode estar alicerçada nos pressupostos da economia de mercado tradicional, mas sim, na perspetiva da Economia da Indústria 4.0. A chamada Quarta Revolução Industrial. Envolve o comércio eletrónico, mas vai muito mais longe. É a total Digitalização da Economia, que passa a funcionar na correlação e interdependência do Big Data, Advanced Analytics, Cloud Computing e da Internet das Coisas.

Na AIRC temos estado na vanguarda do desenvolvimento de soluções de software, que assentam no Big Data e na Cloud Computing. Recebemos muitas e variadas solicitações para a celebração de Protocolos e Parcerias de Colaboração Mútua, quer a nível do setor da Administração Pública Local – o nosso âmbito de atuação –, quer por parte do setor privado e ainda por parte de Faculdades e Universidades da região, que encaram a AIRC como um exemplo de progressivo e sustentado avanço de desenvolvimento de software de última geração. Os nossos produtos e serviços são, no seu todo, de elevado valor acrescentado. Hoje, encontramo-nos num Smartfone, num

85381 Tablet, num computador portátil ou num simples telemóvel. Os produtos de software e o diversificado leque de Serviços, que prestamos aos nossos Associados e Clientes, são, no seu todo, serviços de elevado valor acrescentado

Se este caminho já estava a ser trilhado – embora de forma tímida –, o aparecimento da pandemia da COVID-19 veio ‘obrigar’ a uma rápida aceleração. Pode-se dizer que assistimos, no espaço de cerca de um ano, a uma evolução que – em condições normais – levaria entre 10 a 20 anos a ser desenvolvida e implementada. Esta pandemia obrigou – e está a obrigar – a muitas adaptações. Ao mesmo tempo que está a servir de grande impulso para o desenvolvimento da criatividade e da capacidade de os serviços se reinventarem.

A Digitalização da Economia traz transformações disruptivas ao nível de modelos de negócio, modelos operativos e modelos de relacionamento com o Cliente. Adicionalmente, a transformação digital da economia trás grandes benefícios porque a

A Digitalização da Economia é um processo irreversível. Hoje é a Covid-19, amanhã será qualquer outra coisa que obrigue a mais transformações, para as quais devemos estar preparados

inovação é absolutamente essencial e inadiável no sucesso das empresas e deverá ter por base um reforço da literacia tecnológica. O que permitirá um melhor conhecimento e implementação das oportunidades da Quarta Revolução Industrial.

A urgência em tomar decisões – de forma rápida e assertiva –, no combate à pandemia, tem promovido uma consistente cultura de resiliência e de adaptabilidade na utilização das novas tecnologias. São elas que têm permitido que estejamos ‘todos juntos’, estando ‘todos distantes’.

A aposta em Inovação e na Digitalização da Economia é uma necessidade premente que não pode ser atrasada ou dificultada. Encaremos de frente esta realidade: a Inovação e a Digitalização da Economia estão em curso e terão, forçosamente, de acontecer de forma plena, transversal e universal. Há que utilizar os escassos recursos disponíveis de forma mais eficiente e eficaz.

É este o terreno ‘que todos pisamos’, diariamente. A Digitalização da Economia é um processo irreversível. Hoje é a COVID-19, amanhã será qualquer outra coisa que obrigue a mais adaptações e transformações, para as quais devemos estar, antecipadamente, preparados. A Revolução 4.0 já está a acontecer e na AIRC ela assenta em recursos humanos altamente especializados e qualificados. É neles que a estratégia da AIRC assenta e são eles o fator do nosso maior investimento.

Diário As Beiras | dezembro 2020

119OPINIÃOOPINIÃO

Transformação digital é um tema Teresa Mendes Presidente do Instituto incontornável Pedro Nunes

Conceitos como a Internet das Coisas, a nuvem, teletrabalho, o que traz consigo novos desafios na organização dos big data, inteligência artificial, machine learning, espaços físicos das empresas permitindo reduzi-los ou utilizá-los de realidade aumentada, impressão 3D, robótica, que forma diferente do habitual. se tornam cada vez mais frequentes nas conversas, artigos Durante a pandemia, as vendas on-line aumentaram abruptamende jornais, no pequeno écrã, são algumas das tecnologias te, com as empresas a responder o melhor que puderam às solicidigitais que têm gradualmente transformado a nossa vida tações de milhares de pessoas impedidas de sair de casa. Enquanto e, em particular, a vida das empresas e a forma de trabalhar. que nestas empresas a necessidade de dar resposta ao aumento Essa Transformação Digital é hoje um tema incontornável e abrupto da procura, as forçou ao aprofundamento e melhoramento apresenta enormes desafios às organizações que queiram rápido dos seus processos, abriram-se novas perspetivas a muitas manter-se competitivas num mercado global, exigindo que empresas tradicionais, que iniciaram as suas vendas on-line. revejam e melhorem os seus métodos de gestão com o O que parece claro é que, com a pandemia, se deram passos rápirecurso às tecnologias da informação, tendo em vista acres- dos na Transformação Digital das organizações, o que deverá fazercentar valor aos seus serviços e produtos. nos pensar que é possível mudar, que é possível mudar rapidamente

Numa organização, a Transformação Digital consiste na e que, acima de tudo, é possível mudar em direção a formas de vida digitalização de muitas atividades do seu negócio, como sustentáveis. por exemplo as vendas, os recursos humanos, a produção, a área financeira, incidindo sobre tudo o que possa ser otimizado por via da introdução da tecnologia. É um processo disruptivo, que exige mudanças nos modelos de negócio e

Com a pandemia deram-se passos rápidos na Transformação Digital, o que deverá fazer-nos pensar que é possível mudar e é possível mudar em direção a formas de vida sustentáveis

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

na cultura organizacional da empresa.

Em simultâneo com a mudança tecnológica há ainda a considerar um outro desafio, que consiste na gestão das equipas, a sua motivação e toda a organização operacional que muda com o recurso a ferramentas digitais e, em particular, ao teletrabalho total ou parcial. É essencial que o recurso à tecnologia não só consiga apoiar a inovação e a produtividade das pessoas, mas também permita uma experiência positiva, garantindo o espírito de equipa, a partilha de valores, a aprendizagem e o intercâmbio de conhecimentos entre todos os colaboradores.

A pandemia covid-19 veio acelerar todo este processo. Muitas organizações aprofundaram a sua digitalização durante a pandemia, ultrapassando barreiras estruturais que antes dificultavam a sua concretização. Com o recurso extensivo ao teletrabralho, importante fator na contenção da pandemia, ficou demonstrado que é uma modalidade de trabalho exequível e vantajosa em certas circunstâncias. Existem empresas na área dos serviços que equacionaram já manter permanentemente, mesmo após a pandemia, um número significativo dos seus recursos humanos em

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 120OPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Jorge Loureiro Vice-presidente da AHRESP

Um extraordinário meio, jamais um fim em si mesmo

Na economia, como na vida, vão-nos surgindo de tempos a tempos algumas verdades universais que, de tão repetidas que são, se tornam rapidamente uma espécie de mandamento dirigido às empresas, comummente acompanhadas de juízos de prognose tais como “quem não acompanhar irá desaparecer”.

A “verdade” sexy de 2020 é esta perceção de que a economia em geral, e o comércio e serviços, Hotelaria e Restauração em particular, estão condenados à extinção se não se digitalizarem rapidamente, aproveitando a súbita oportunidade de vender para um mercado global.

Desengane-se quem pense que não creio no gigantesco potencial do comércio digital, mas recuso-me a aceitar o cenário de extinção em massa augurado para todos quantos se recusem a sprintar para a digitalização dos seus negócios, muitas vezes sem critério e desperdiçando a real oportunidade de diferenciação, que é contar a sua História, mostrar o seu saber fazer com tecnicas e produtos com passado e rosto .

Um país como Portugal vive (ou devia viver) da boa capitalização dos

85310 seus múltiplos nichos de mercado, pois o saber-fazer de séculos e a extrema qualidade de quase tudo quanto por cá se faz têm pouco paralelo no mundo. É naquilo que fazemos offline que reside a grande oportunidade da nossa economia, que deve ver no comércio digital uma extraordinária plataforma, mas não mais do que isso mesmo.

O online é um extraordinário meio, mas nunca será o fim

Desengane-se quem pense que não creio no gigantesco potencial do comércio digital, mas recuso-me a aceitar o cenário de extinção em massa augurado para todos quantos se recusem a sprintar para a digitalização dos seus negócios

em si mesmo. A globalização traz-nos a oportunidade de vender para todo o mundo, mas traz consigo igualmente concorrência de todo o lado. Isto em nada deve preocupar uma economia como a nossa, de momento que a prioridade esteja em preservar a nossa autenticidade, os nossos sabores, saber-fazer e sobretudo a nossa História.

É algures no cruzamento entre o offline e o online que existe o ponto de equilíbrio económico perfeito. É justamente essa interpretação que leva gigantes do e-commerce a investir em localizações físicas para as suas marcas. A simples e óbvia interpretação de que, no final do dia, os seus consumidores são de carne e osso, passeiam nas cidades, circulam nos transportes públicos, discutem futebol com o talhante, dormem nos nos alojamentos e frequntam os restaurantes, só confiam nas mãos da peixeira para amanhar o peixe e, não fosse o precioso conselho da florista, cometeriam facilmente erros diplomáticos na hora de dar o presente de aniversário à sogra.

As micro e pequenas e médias empresas devem, claro, investir na sua digitalização, mas sem nunca inverter prioridades e sua autenticidade. A Amazon adoraria contar com as décadas de História do nosso comércio e serviços e se as tivesse sabê-las-ia capitalizar com maestria. É naquilo que fazemos offline que reside o valor acrescentado que podemos vender ao mundo online. O verdadeiro desafio é, por tudo isto, não a mera digitalização do negócio, mas a digitalização da História, da emoção e sobretudo da experiência ne autenticidade do nosso comércio físico, que só acontece se nos mantivermos fiéis a nós mesmos na proposta de valor que a cada dia proporcionamos nos pontos físicos de venda.

Diário As Beiras | dezembro 2020

OPINIÃO121

Pedro Machado Presidente do Turismo Centro de Portugal

As empresas de turismo e o futuro digital pós-covid

Vivemos numa época marcante das nossas vidas. Os livros de História terão um espaço reservado a uma pandemia que fez parar o mundo na segunda década do seculo XXI, recordando a todos que nada é garantido e que os obstáculos surgem quando menos se espera.

Esta pandemia teve um efeito avassalador na atividade turística, que era até ao início deste ano um dos mais pujantes a nível global e que tem um peso importantíssimo para a economia portuguesa e regional. E, apesar de já se ver uma promissora luz ao fundo do túnel, ainda teremos de esperar até essa luz iluminar todos os que necessitam. Um pouco por toda a região, o panorama das empresas da atividade turística é dramático. Sabemos que muitas não irão sobreviver muito mais tempo à quebra de receitas. Desde o alojamento à restauração, desde as agências de viagens à ani-

Viajar, todos os dados indicam, será a grande tendência a nível mundial assim que a situação o permitir. As pessoas estão ávidas de sair de casa, de usufruir do que não puderam fazer todos estes meses, de se vingarem da doença que os obrigou a um confinamento prolongado – e que, em muitos casos, as manterá futuramente em regime de teletrabalho a tempo inteiro. mação turística, é todo um setor cuja tesouraria está exangue. A promessa de que ficará tudo bem não será concretizada para todos os portugueses. Muitas empresas não irão conseguir honrar os seus compromissos e muitas pessoas irão perder os seus empregos. Mas é precisamente por esta circunstância que é preciso encontrar forças onde parece não as haver e inventar formas de dar a volta à situação. Este é, por isso, e por mais paradoxal que possa parecer, o tempo de as empresas olharem para o futuro e de procurarem formas de transformar a crise em oportunidade. Um futuro em que a presença no meio digital é fundamental – presença essa que se quer forte e dinâmica, adaptada às realidades pós-pandemia.

A atividade turística está desde há muito na vanguarda dos avanços tecnológicos. Hotéis, agências de viagens e outras empresas do setor foram pioneiras da Internet, percebendo

desde o primeiro momento a importância de uma presença digital. Por isso, estas mesmas empresas estão mais preparadas do que outras para os momentos que se seguirão ao fim da pandemia. Este é um dos sectores mais afetados pela crise, mas temos a esperança de que será também um dos primeiros a sair dela. Viajar, todos os dados indicam, será a grande tendência a nível mundial assim que a situação o permitir. As pessoas estão ávidas de sair de casa, de usufruir do que não puderam fazer todos estes meses, de se vingarem da doença que os obrigou a um confinamento prolongado – e que, em muitos casos, as manterá futuramente em regime de teletrabalho a tempo inteiro. Este é, por isso, o tempo certo para as empresas irem ao encontro das pessoas que estão em casa, atentas ao que se passa nos meios digitais. É uma oportunidade determinante para conquistar novos clientes. Estou certo de que as empresas turísticas da região de Coimbra, que têm o conhecimento e a criatividade no seu ADN, estão preparadas para responder

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

à chamada.

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 122OPINIÃOOPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Jorge Conde Presidente do Politécnico de Coimbra

Digitalização do ensino é uma realidade no Politécnico de Coimbra

De um momento para o outro tornámo-nos digitais. A revolução já estava em curso, os meios e a tecnologia estavam disponíveis, mas a sociedade ainda avançava timidamente neste sentido. A pandemia e as suas consequências nefastas, transversais a todos os setores da vida, atropelou-nos e empurrou-nos irremediavelmente para esse “pulo” digital.

De repente vemo-nos a fazer as nossas atividades quotidianas no computador. O que antes fazíamos na escola, no local de trabalho, no comércio, no banco, na loja do cidadão, passámos a fazer com meia dúzia de “cliques”. A segurança de todos a isso obriga para já.

Mas apesar das causas negativas que nos trouxeram a esta realidade mais depressa do que pensávamos, não deixa de ser surpreendente a velocidade e relativa facilidade com que nos adaptámos ao “on-line”. O papel que o comércio eletrónico assumiu nos últimos meses nas nossas vidas é indiscutível e, mais do que as mudanças que cada um de nós teve de fazer, é importante realçar a adaptação que os comerciantes foram

85376 obrigados a fazer para sobreviver. As lojas do pequeno comércio usam hoje o ambiente digital para vender, quer na perspetiva da promoção dos seus artigos nas redes sociais, quer na criação de lojas eletrónicas, sendo interessante ver o surgimento de cooperativas constituídas por pequenas lojas que juntaram esforços em plataformas digitais comuns. O que antes era um ambiente reservado às grandes superfícies e grandes marcas, hoje é território comum de muitas pequenas e médias empresas que continuam a trabalhar, sem nunca ter parado a sua atividade durante estes meses de pandemia. Fazer compras “on-line” já não é elitista nem um fenómeno circunscrito a um nicho de clientes mais jovens ou cosmopolita; é trivial.

O Politécnico de Coimbra, desde o primeiro momento, adaptou

A revolução já estava em curso, os meios e a tecnologia estavam disponíveis, mas a sociedade ainda avançava timidamente neste sentido. A pandemia e as suas consequências nefastas, transversais a todos os setores da vida, atropelou-nos e empurrou-nos irremediavelmente para esse “pulo” digital

o ensino a esta realidade e está a funcionar de forma digital. Não vou dizer que foi fácil, houve obstáculos a ultrapassar, mas o esforço e dedicação exemplar de docentes, não docentes e dirigentes, bem como a receção positiva e responsável dos nossos estudantes, permitiu que a digitalização do ensino e das atividades da instituição fosse uma realidade desde cedo.

Atento às transformações sociais que estão em curso, particularmente na área dos negócios, o Politécnico de Coimbra oferece hoje respostas e novas competências a quem nos procura. Por um lado, oferecendo cursos pós-graduados 100% digitais que os interessados podem realizar de forma confortável e à distância, e por outro, disponibilizando formação na área da gestão e do e-commerce, para preparar gestores e empresários para navegar neste mundo digital com segurança e com inovação.

Hoje sabemos que já não é possível fazer negócios sem ser no digital. É imperativo buscar as ferramentas necessárias para singrar neste admirável mundo novo e o Politécnico de Coimbra afirma-se como o parceiro certo para trilhar este caminho.

Diário As Beiras | dezembro 2020

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Pedro Nunes da Costa Presidente da Coimbra Business School | ISCAC

O e-commerce revelou-se a tábua de salvação de muitos negócios

De uma forma geral, a pandemia da Covid-19 foi um catalisador da digitalização da sociedade. Há tendências de fundo, como o teletrabalho, previstas há mais de 30 anos, na Terceira Vaga de Alvin Toffler, que agora se concretizam.

Toda a mudança a que assistimos, designadamente, o facto das pessoas ficarem mais por casa, tem implicações irrefutáveis na vida das cidades, quer na organização dos fluxos casa trabalho casa – cuja intensidade irá diminuir –, quer nos espaços em que se irão consumir bens e serviços, levando a naturais relocalizações de atividades.

Mas a grande alteração será, sem margem para dúvida, a transformação digital, acelerada e sem retorno, sustentada numa profunda mudança de hábitos dos consumidores.

O estudo “Economia e Sociedade Digital em Portugal” recentemente divulgado, da Associação da Economia Digital (ACEPI) em parceria com a IDC, revela que a pandemia e o confinamento tiveram um enorme impacto na utilização dos sistemas de A grande alteração será, sem margem para dúvida, a transformação digital, acelerada e sem retorno, sustentada numa profunda mudança de hábitos dos consumidores e-commerce pelos consumidores portugueses, estimando que as compras online atinjam 8 mil milhões de euros em 2020, os quais comparam com 6 mil milhões em 2019. Considerando também, para além do referido B2C (Business-to-Consumer), o comércio eletrónico entre empresas (B2B, Business-toBusiness), este estudo calcula que se venham a atingir 110,6 mil milhões de euros em Portugal, em 2020. Quanto à exposição online, esse mesmo estudo revela ainda que o número de empresas com presença na internet disparou, impulsionado sobretudo pelas micro e pequenas empresas, para os atuais 60%, contrastando com os 40% verificados até 2019.

Esses dados mostram, inequivocamente, que as restrições impostas ao regular funcionamento das lojas e dos centros comerciais tornaram o e-commerce a forma de mitigar a acentuada desaceleração da economia tradicional. Esse é também o caso das feiras ao ar livre, como revelou há dias o semanário Expresso: os feirantes estão a reproduzir nas redes sociais as vendas que antes faziam na rua, através da realização de emissões live, de vendas em direto, com milhares de visualizações que estão a salvar as suas vendas. Conclui ainda o artigo que esse novo negócio está a revelar-se mais rentável do que o tradicional.

Toda esta mudança a que assistimos deve ser encarada como uma oportunidade estratégica de crescimento e transformação para muitas organizações, públicas e privadas, nos mais variados sectores de atividade. O e-commerce afirmou-se em muitos casos, em todo o mundo, como a única possibilidade de acesso a produtos e serviços. Em Portugal está a revelar-se, desde o início da pandemia, em março deste ano, como a tábua de salvação de muitos negócios.

É evidente que o aumento do e-commerce levanta alguns desafios, na sua maioria relacionados com cibersegurança – segundo vários estudos, o principal entrave à sua utilização por mais consumidores. Para além desse, outro grande desafio é a adaptação das plataformas digitais a uma nova escala de procura, assegurando uma adequada disponibilidade e qualidade de serviço – todo um outro mundo de negócios, com questões que vão da transparência do processo de compra ao esclarecimento atempado de dúvidas, que está a nascer à nossa frente.

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

No que ao e-commerce diz respeito, já entrámos no futuro.

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 124OPINIÃOOPINIÃO

Sandra Passinhas Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

39%dos portugueses fizeram compras online, em 2019, segundo dados do Eurostat. Dos mesmos dados estatísticos podemos retirar que 65% dos compradores online não reportaram qualquer problema com a compra, pelo que o baixo número de portugueses a utilizarem o comércio eletrónico (em comparação, por exemplo, com os 82% dos suecos, ou os 79% dos alemães) dever-se-á, sobretudo, às dificuldades apontadas por aquele mesmo estudo: a preferência por comprar na loja física (para analisar o produto, por lealdade ao lojista ou por uma mera questão de hábito), preocupações com a segurança de pagamentos ou com a privacidade, receio quanto à entrega e quanto às garantias dos produtos, falta de cartão que permita fazer um pagamento ou a iliteracia. Ainda que os números se possam ter alterado substancialmente em resultado da crise pandémica que vivemos, cremos que as motivações e os receios dos portugueses se manterão, no essencial, inalterados.

No passado dia 13 de novembro, a Comissão Europeia lançou a Nova Agenda do Consumidor, que vai ditar a política de defesa do consumidor para os próximos cinco anos, e que definiu a transformação digital como domínio prioritário.

85311 dezembro 2020 | Diário As Beiras

Caminhar para um espaço digital seguro para os consumidores

A primeira preocupação é que os consumidores beneficiem de um nível comparável de proteção e justiça em linha ou fora. É necessário combater as práticas comerciais que não respeitam o direito dos consumidores a fazer uma escolha informada, que abusam dos seus preconceitos comportamentais ou distorcem os seus processos de tomada de decisão, por exemplo, a utilização de padrões obscuros, práticas de personalização baseadas na definição de perfis, a publicidade oculta, as fraudes, a informação falsa ou enganosa e a manipulação das avaliações dos consumidores. Ainda que os números se possam ter alterado com a crise pandémica, cremos que as motivações e os receios dos portugueses se manterão, no essencial, inalterados

Num espaço digital seguro para os consumidores, o segundo objetivo consiste em garantir condições de concorrência equitativas que permitam inovar e prestar serviços novos e de melhor qualidade a todos os europeus. Uma das propostas anunciadas pela Comissão é um novo ato legislativo relativo aos serviços, que terá por objetivo definir novas responsabilidades e reforçar a responsabilização dos intermediários e plataformas em linha (em especial quanto aos produtos, conteúdos e atividades ilegais).

Uma terceira preocupação prende-se com a inteligência artificial, cuja utilização pode, eventualmente, violar os direitos dos consumidores e causar-lhe danos. No âmbito da responsabilidade civil, a Comissão está a trabalhar em medidas que visam garantir que as vítimas de danos causados pelas aplicações da inteligência artificial têm, na prática, o mesmo nível de proteção que as vítimas de danos causados por outros produtos ou serviços. A futura proposta de revisão da Diretiva Segurança Geral dos Produtos, prevista para 2021, deverá dar uma resposta consistente a estes desafios.

Por último, o setor dos serviços financeiros de retalho - que foi profundamente transformado pela transição digital, tendo introduzido novas tendências e soluções, e diversificado a oferta de produtos e serviços financeiros – suscita também preocupações à Comissão Europeia. Prestadores não tradicionais desses serviços – como as empresas de tecnologia financeira e os mutuantes de empréstimos entre particulares – juntaram-se aos fornecedores tradicionais, que também recorrem cada vez mais a canais de venda em linha. Novos produtos, como os empréstimos de curto prazo/custo elevado, são cada vez mais comercializados e vendidos por via digital. A Comissão propõe-se agora alterar a regulação em vigor que reflita a crescente utilização de meios digitais e dê resposta aos desafios supramencionados. Esta legislação deve permitir aos consumidores compreender os produtos e comparar e aceitar ofertas em linha, estimulando assim a inovação e a confiança dos consumidores.

Em suma, esperam-se num futuro próximo mercados digitais mais justos, incluindo preços mais baixos, serviços novos e melhores e uma maior escolha para os consumidores.

Diário As Beiras | dezembro 2020

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125OPINIÃO EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 126OPINIÃOOPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Daniel Redondo Diretor-geral do Licor Beirão

E-commerce é uma aposta com muitos anos no Licor Beirão

Tem sido evidente, sobretudo nos últimos anos, que mesmo os negócios mais rentáveis podem rapidamente tornar-se obsoletos se não se atualizarem.

Um empresário que, nos seus processos de produção e nas suas formas de fazer negócio, não olhe para além do seu trajeto habitual, arrisca ver-se, de um momento para o outro, num beco sem saída, a braços com um negócio que sempre foi rentável e teve sucesso, mas que, sem o olhar certo e atento, ficou obsoleto.

O Licor Beirão procura, há muitos anos, estar sempre na linha da frente da inovação. Este foi um dos legados do fundador da empresa, José Carranca Redondo. O meu pai, José Redondo, tem mantido esse foco de inovação permanente.

A última fase deste processo, por exemplo, é a alteração dos canais de comunicação da marca. Há 20 anos, a imprensa tinha um peso muito relevante no orçamento de marketing de qualquer marca, que, atualmente, está a ser deslocado para a comunicação digital. Logo, a imprensa que avançou para a digitalização conseguiu captar uma parte dessa receita.

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A transição para a digitalização é um desafio transversal a todas as empresas e são poucas as áreas que não se têm transformado rapidamente nos últimos anos.

Ciente dessa realidade, o Licor Beirão investe, há muito tempo, no e-commerce. Somos uma marca com uma distribuição muito forte nos mercados tradicionais, mas, a par dessa vertente, já há quase 15 anos que temos lojas online, numa perspetiva de percebermos como funciona esse setor do mercado, de estarmos dentro dessa área de negócio. E verificámos que nos últimos cinco anos houve um crescimento acelerado do mercado online e então no último ano assistiu-se a uma verdadeira explosão.

Na nossa empresa, uma parte importante do nosso trabalho é es-

Devemos encarar esta transformação digital não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de melhorarmos

tarmos sempre atentos e escolhermos os parceiros que sabemos que dominam cada uma das áreas - uma vez que não podemos ambicionar a ser peritos em todas elas -, para que nos ajudem a inovar e a percebermos qual é o caminho mais correto, quais são as tendências do mercado.

No Licor Beirão já automatizámos e digitalizámos os processos internos há alguns anos, por exemplo, na gestão da inovação e na gestão do trabalho diário das equipas. De modo que, quando, devido à pandemia de covid-19 foi necessário trabalhar remotamente, tínhamos as bases para dar esse salto, para facilmente conseguirmos continuar a trabalhar a partir de casa.

Temos a preocupação permanente de percebermos o que vai acontecer a seguir, pois uma alteração no mercado fará com que o que hoje é o maior sucesso, dentro de um ano se torne obsoleto.

Temos que nos preparar para as mudanças, como a automatização de processos e a inteligência artificial, que ainda assustam muita gente. Mas o trator e a mecanização da agricultura, há uns anos atrás, também foram passos tremendos. E se não tivesse havido a mecanização da agricultura, 70 ou 80 por cento da nossa população ainda estaria obrigada a trabalhar no sector primário, para nos podermos alimentar.

É fundamental o investimento na área da transformação digital e no compreender da nova realidade, em todas as áreas, seja na produção, na comunicação ou na interação com o consumidor. Por último, devemos encarar esta transformação digital não como uma ameaça, mas como uma oportunidade de melhorarmos.

Nós, portugueses, temos características muito interessantes: somos menos conservadores do que pensamos, somos muito flexíveis e estamos muito mais disponíveis para a mudança do que outros países. Só temos de saber aproveitar esta mais-valia a favor da nossa sociedade.

Diário As Beiras | dezembro 2020

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A transformação digital na Frijobel

Paulo Júlio Gestor

Nunca se falou tanto da necessidade da transformação digital nas empresas e, digo eu, também no Estado. Se pensarmos na evolução tecnológica nos últimos 20 anos e no impacto que teve nas nossas vidas e na economia global, percebemos que muitas profissões ficaram ou estão a ficar pelo caminho, a comunicação é incrivelmente mais rápida, o acesso à informação não é comparável e, finalmente, o mundo das empresas mudou radicalmente. Quem não perceber , ficará inevitavelmente para trás, porque os próximos 5 anos , serão ainda mais impactantes no que concerne a tecnologias e comunicações.

Na Frijobel, o caminho do investimento permanente em soluções tecnológicas tem sido seguido, em todas as áreas da empresa. Na logística , o sistema de verificação de encomendas é feito por imagem , proporcionando que de forma mais rápida se possam conferir cerca de 1000 encomendas diariamente. O processo de comunicação é digital, querendo isso significar que todas as ordens de arrumação e deslocação de paletes, são realizadas para os equipamentos de mobilidade que estão equipados com um tablet que as recebe e processa. Para que tal aconteça, as instalações, incluindo o interior das câmaras frigoríficas, são cobertas por uma rede de dados integral. A tec-

A velocidade da transformação não permitirá que estejamos distraídos e se pretendemos mesmo industrializar Portugal, este tipo de infraestruturas é tão essencial como fazer um novo pavilhão industrial

nologia de mobilidade está presente , naturalmente, em todo o processo de vendas , permitindo agilidade de comunicação entre a fábrica e os cerca de 50 delegados comerciais que processam encomendas diárias, desde Braga a Évora, mas também na distribuição , função que completa o serviço aos nossos cerca de 6000 clientes. Os sistema de preparação de encomendas é por voz, deixando os operadores com as mãos livres para melhor desempenharem a sua tarefa e as cerca de 30 rotas diárias são optimizadas com a ajuda de um módulo de software que visa equilibrar rotas e reduzir o número de quilómetros diários. Nesta altura, toda a manutenção interna e externa também é controlada por um módulo de software específico e na fábrica , dentro de alguns meses, teremos um novo Software de Gestão e Planeamento de Produção que permitirá , em qualquer parte do mundo, aceder a uma aplicação que permite verificar , a qualquer hora do dia, o que se produz e quanto se produz, para além do reforço do tratamento de informação industrial, medição de produtividade, planeamento de encomendas e stocks de produto acabado mais ágil e acesso de informação útil aos operadores nos seus postos de trabalho.

Finalmente, hoje, o grande desafio é o tratamento e a gestão de dados. Os relatórios de gestão de vendas, produção e logística passarão a ser gerados automaticamente pelo sistema, para além do facto dos delegados comerciais e chefes de equipa terem acesso permanente a um conjunto de indicadores que lhes permite tomar decisões e melhorar o seu desempenho, de forma objetiva. Esta “empreitada” tecnológica é crucial para o futuro da empresa. E, por outro lado, daqui para a frente, nos próximos 5 anos, a Inteligência Artificial será inevitavelmente uma realidade. A gestão da informação/dados , a robotização de determinadas tarefas é uma realidade que continuará a transformar os negócios das empresas. Trata-se de um caminho que todas as empresas, mesmo as pequenas e médias, terão de fazer para melhorar os seus níveis de competitividade. As plataformas tecnológicas serão tão importantes como uma qualquer equipamento industrial ou uma infraestrutura física, independentemente da tipologia de indústria. O desafio da transformação digital continuará a transformar negócios. A velocidade da transformação não permitirá que estejamos distraídos e se pretendemos mesmo industrializar Portugal, este tipo de infraestruturas é tão essencial como fazer um novo pavilhão industrial. Quem tiver dados e quem os souber gerir, andará à frente.

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 128OPINIÃOOPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Nuno Lopes Presidente da ACIFF - Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz

O e-Commerce: potencialidades para o desenvolvimento e reanimação da economia

Apandemia do COVID-19 está a colocar à prova as economias mundiais, elevando as empresas a um nível de stress sem precedentes nas décadas mais recentes da história mundial.

Os mercados reinventam-se para manterem activos os níveis de produção e de consumo, estando em permanente mudança a forma como se comunica e se transaccionam os bens. O On-line bate recordes em volumes de facturação, o teletrabalho ganha expressão e as reuniões por webinar são cada vez mais comuns.

A imagem das montras do comércio local continuam a ser importantes, mas o actual consumidor passa mais tempo atrás do ecrã do computador ou do telemóvel. São pessoas mais informadas sobre os produtos que pretendem adquirir e também mais exigentes, sendo por isso necessário actualizar os conhecimentos para que saibamos como comunicar com estas novas gerações. A literacia no digital é urgente para que o comércio local se mantenha competitivo e com forte presença on-line, inclusive com montras

85432 virtuais, porque para as gerações Z e Millennials o que não está on-line “não existe”.

Cada geração tem hábitos de consumo e ideologias diferentes na forma como consomem e interagem em sociedade, e por isso, só nos resta uma opção, adaptarmo-nos.

Para ajudar neste processo, o Portugal Digital desenvolveu um

Portugal Digital desenvolveu um plano de acção que procura através da capacitação digital das pessoas, da transformação digital das empresas e da digitalização do Estado, acelerar esta transição, sem deixar ninguém para trás

plano de acção que procura através da capacitação digital das pessoas, da transformação digital das empresas e da digitalização do estado, acelerar esta transição, sem deixar ninguém para trás e com isso projectar o país no mundo.

A ACIFF - Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, em parceria com a ACEPI – Associação do Comércio Electrónico e da Publicidade Interactiva também têm um plano para o desenvolvimento da Economia e da Sociedade Digital em Portugal, tem ao dispor dos seus associados formação específica nesta área para dotar os nossos empresários de conhecimentos para enfrentarem os novos desafios do presente e potenciar um futuro mais promissor para as suas empresas.

A actual pandemia e a restrição de movimentos por ela provocada, faz do digital uma janela de novas oportunidades, para o efeito é necessário uma boa rede de infra-estruturas de telecomunicações. A Figueira da Foz tem investido na expansão e modernização da rede de fibra óptica por considerar estratégico para o desenvolvimento socioeconómico do concelho.

O comércio local tem que se adaptar às novas formas de comunicação e consumo, entre as quais o e-Commerce, por ser uma oportunidade para acelerar o processo de reanimação da economia e por acreditarmos que muitos dos aspectos desta nova forma de estar vão perdurar para além da pandemia COVID-19.

O comércio nunca vai acabar, a forma como se transaccionam os bens é que muda. Estes tempos de crise, são prósperos em projectos que nos permitem compreender as mudanças do consumidor e actualizar a nossa forma de comunicar e valorizar os nossos produtos.

Nas crises também surgem oportunidades. A todos os empresários, fica o nosso reconhecimento pelo seu incansável esforço para manutenção dos seus negócios.

Diário As Beiras | dezembro 2020 85326

129OPINIÃO EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 130OPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Paulo Melo Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

O comércio já não precisa (tanto) de lojas físicas – mas continua a precisar de clientes e de vendedores que saibam usar o online

Em tempos de COVID-19, não é de espantar que as lojas que temos nas nossas cidades tenham ficado mais vazias, o que tem causado problemas aos responsáveis das mesmas. O que não tem sido tão notado (a não ser por quem se tenha dedicado a ver passar estafetas e serviços de entrega) é que ao mesmo tempo, o número total de transações comerciais (compras e vendas) em geral não teve a descida das transações nas lojas físicas.

Tal deveu-se a dois fatores: uma fatia das transações era já realizada através do comércio eletrónico, particularmente naquelas que ocorrem entre empresas (o que é geralmente chamado de comércio eletrónico B2B – Business to Business) pelo que a pandemia ao impedir contatos comerciais normais veio “obrigar” as empresas a utilizar mais este canal.

Por outro lado, mesmo no B2C (Business-to-Consumer, transações entre empresas e particulares) onde Portugal apresentava uma penetração bastante inferior à média europeia (apenas cerca de 10% dos compradores comprava regularmente via comércio eletrónico, comparado com cerca de 14% na EU) a pandemia veio permitir e incentivar a aquisição à distância. Quando não se pode ou se tem receio de ir a uma loja, comprar na segurança do nosso computador ou tablet torna-se muito mais atrativo.

No entanto, as lojas nacionais podem não estar assim tão satisfeitas por esse aumento. De facto, em Portugal, a maior parte das transações de comércio eletrónico ocorrem em fornecedores internacionais ( 85% das transações em 2018 ocorreram com países estrangeiros, o que fez de Portugal um dos dois países europeus com maior proporção de compras em operadores estrangeiros). Embora a proporção deva ter diminuído em 2020 (devido ao aumento das vendas online de produtos perecíveis para alimentação) os portugueses continuam a preferir lojas estrangeiras (particularmente por causa do preço, mas também por falta de capacidade instalada em Portugal para dar resposta adequada às necessidades).

Se atualmente as barreiras tecnológicas para criar uma loja online são as mais baixas de sempre, desde que o comércio eletrónico nos moldes atuais se iniciou – e já lá vão mais de 25 anos – as barreiras organizacionais não têm descido tanto quanto necessário. Existe falta de capacidade logística e capacidade de investimento (o que em parte se explica por o mercado nacional ser constituído principalmente por PME e noutra parte por desinteresse dos vendedores, para quem o online ainda era visto como “algo para o futuro” e não para o presente). Temos grande capacidade instalada de espaços comerciais – bastante superior à média europeia – e não temos o hábito de pagar geralmente usando meios eletrónicos, ao contrário do que acontece por exemplo na China – líder mundial quer de pagamentos eletrónicos quer do comércio eletrónico – ou mesmo na Suécia. A evolução do mercado pode, no entanto, alterar esta componente, e a pandemia levou ao aumento significativo de meios de paga-

Se hoje as barreiras tecnológicas para criar uma loja online são as mais baixas de sempre, desde que o comércio eletrónico nestes moldes se iniciou, as barreiras organizacionais não têm descido tanto

mento eletrónicos, e ao uso de mecanismos como o MBWay ou pagamentos sem fios.

O efeito da pandemia poderá assim ter dado a muitos consumidores o “empurrão” necessário para passar a usar regularmente o comércio eletrónico (passo que uma vez dado geralmente cria habituação). É, portanto, necessário aumentar a oferta de comércio eletrónico nacional de qualidade. E se não forem as empresas nacionais a apostar neste mercado, existem vendedores internacionais em quantidade suficiente para o satisfazer. Como disse Eric Schmidt (na altura CEO da Google), na Internet os nossos competidores estão apenas a um click de distância.

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 132OPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Arnaldo Baptista Comissão do CERC - Clube de Empresários da Região de Coimbra

Região de Coimbra -inovar, capacitar e digitalizar

OCERC - Clube de Empresários da Região de Coimbra, tem como visão estruturante a criação de eixos estratégicos que sejam galvanizadores de todos os agentes públicos e privados, com vista à dinamização da atividade económica em toda a região de Coimbra.

É com esta motivação que vem saudar todo o tecido empresarial da Região e particularmente as empresas que constituem o elenco das 1000+, destacadas pela sua dedicação e determinação, refletidas nos resultados aqui divulgados, avaliadas com base no desempenho do exercício económico de 2019.

O CERC, tem como motivação estratégica ser um projeto agregador de todos os empresários e organizações com eles relacionadas, bem como com todas as Instituições públicas da região, com o objetivo de conjugar sinergias para maximizar todas as potencialidades disponíveis na Região de Coimbra.

Esta ambição de representatividade institucional, será certamente um veículo estratégico agregador e estruturante

85281 que muito contribuirá para reforçar o papel dos empresários na interação com as nossas Instituições do Ensino superior e Politécnico existentes e que muito contribuirão para a valorização e desenvolvimento das nossas empresas, através do acesso e incremento tecnológico para um mercado global cada vez mais exigente e seletivo.

O tecido empresarial deve ser um agente desafiador da comunidade académica envolvente na concretização de projetos inovadores que contribuam para o desenvolvimento sustentado da Região

Na anormalidade dos tempos que atravessamos, onde a pandemia teve um impacto devastador a nível global, as dificuldades sentidas por todos os empresários atingiu contornos nunca anteriormente experimentados e que demonstraram a existência de soluções muito limitadas e difíceis de vencer individualmente. É neste quadro de incerteza que se impõe a definição de estratégias com o contributo e participação de todos na definição de um objetivo comum. O CERC será sempre um projeto agregador onde estarão as empresas, os empresários e todas instituições da Região, alinhados em torno de um desígnio comum com o objetivo de definir um plano estratégico que seja a chave determinante para contribuir, com confiança e de forma decisiva, para a recuperação da economia e a reposição da desejada normalidade perdida.

O tecido empresarial tem necessariamente a responsabilidade de ser um agente desafiador da comunidade académica envolvente na concretização de projetos inovadores e estruturantes que contribuam para o desenvolvimento sustentado da Região.

É tempo de cooperação e trabalho conjunto para definir os horizontes de um futuro melhor. Temos a firme certeza de que somente com a valorização dos atuais e futuros empreendedores e empresas, teremos uma Região mais próspera, com mais oportunidades e com mais talentos.

Com mais talento, com mais jovens, com mais criatividade, com menos burocracia, seremos, com certeza, um território melhor e mais desenvolvido.

Cooperar e integrar será o lema que o Clube de Empresários da Região de Coimbra pretenderá reconstruir. Apesar de todas as restrições, tentar-se-á construir as linhas mestras para que possam ser discutidas e enriquecidas com todos, de modo a que em 2021, possa renascer uma nova força regional de valorização dos empresários de toda a sub-região de Coimbra.

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EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES

EMPRESAS DO CENTRO 1000 MAIORES 134OPINIÃO

dezembro 2020 | Diário As Beiras

Arnaldo Coelho Professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

Os desafios transformação digital

Estamos a viver um momento novo na vida das empresas, dos negócios, das instituições e das pessoas. Não podemos comparar a transformação digital com a automação ou mesmo robotização. A transformação digital baseia-se numa mudança de carácter disruptivo com implicações na incorporação de novas tecnologias nos processos, nos produtos, nas rotinas e nas ligações com os stakeholders das empresas, introduzindo um interface digital quer com os fornecedores quer, essencialmente, com os seus clientes. Estas mudanças têm que ver com o uso de tecnologia, com os mecanismos e formas de criar valor, com questões de natureza organizacional e estrutural e finalmente, com a envolvente financeira. Na verdade, ela corresponde a um redesenho fundamental dos modelos de negócios.

Esta transformação veio confrontar as empresas mais tradicionais e até as maiores com a necessidade de mudar de forma drástica e de se adaptarem a um mudo de negócios diferente e disputado por empresas novas, muitas vezes mais pequenas e sobretudo mais ágeis, que costumam nascer em ambiente académico ou em ecossistemas repletos de competências tecnológicas e científicas. Estamos a viver uma transformação que

85365 aparenta ser mais inclusiva, em que o poder é mais facilmente desafiado e disputado. A Amazon e a Amazon Go, a Netflix ou a Farfetch, puderam desafiar os retalhistas tradicionais, e redesenhar os modelos de negócio dos respectivos sectores. Mais perto de nós a Critical software ou a Feedzai, entre outras, estão a transformar a forma como se olha para o mundo dos negócios. Muitas destas novas empresas tornaram-se líderes que, do mesmo modo, vêm hoje o seu poder ser disputado por novos e mais pequenos players, que chegam todos os dias ao mercado.

Todavia, esta mudança transbordou para os próprios mercados, cujas fronteiras se esbateram e para os clientes, que têm hoje acesso a múltiplos e diferentes canais e mecanismos de distribuição. A Amazon tem hoje potencial para disputar o negócio dos bancos tradicionais e a logística e transportes estão a ser ameaçados pelos novos gigantes do retalho. A jornada do

A jornada do cliente tem hoje múltiplos pontos de contacto, muitos deles digitais, porque as empresas estão a fazer um esforço gigantesco para responder criativamente a uma geração ou gerações que nasceram e viveram em ambiente digital

cliente tem hoje múltiplos pontos de contacto, muitos deles digitais, porque as empresas estão a fazer um esforço gigantesco para responder criativamente a uma geração ou gerações que nasceram e viveram em ambiente digital.

A transformação digital deve ser guiada pela estratégia global das organizações, de forma a garantir a congruência entre a visão para a empresa, o seu modelo de desenvolvimento e o quadro tecnológico e digital em que se pretende inserir. Na verdade, ela deve ser parte integrante dos desafios estratégicos das empresas e um elemento que ajude e impulsione a reconfiguração dos seus negócios e dos seus fatores de competitividade. A situação de pandemia veio mostrar como a incorporação de conhecimento e de tecnologias digitais estimulou o surgimento de grandes inovações, de novas soluções, de novos negócios, ao mesmo tempo que velhas soluções e velhos negócios se esfumaram e não voltarão.

A transformação digital tem, naturalmente, implicações ao nível das economias locais, regionais, nacionais e mesmo globais. Isso significa que, do mesmo modo, as autoridades com poderes de decisão aos diversos níveis devem analisar, gerir e mesmo regular estes efeitos, assim como criar infraestruturas, apoios, um clima empreendedor e de aprendizagem que possam melhor acolher e estimular esta mudança. O ecossistema de formação/aprendizagem/inovação, o sistema financeiro, as estruturas de incubação, entre outros, devem ser um poderoso estímulo a este movimento de fundo que promete revolucionar os negócios, as empresas e mesmo as nossas vidas.

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