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24 entrevista Emílio Torrão

 europeia. O PRR é reflexo disso. A transição digital é um imperativo para a resiliência e competitividade das empresas, tal como o contexto da pandemia Covid-19 veio a demonstrar. Permite às empresas aceder a novos mercados, adotar novas estratégias de abordagem aos seus mercados tradicionais, usar os dados para aceder de forma mais eficaz a novos clientes, ou otimizar os processos internos tornando-se mais eficazes. Este é o caminho que as empresas de todo o mundo estão a trilhar e não podemos ficar para trás. A transição climática é um imperativo também do ponto de vista económico. Para além de gerar novas oportunidades de negócio, importa perceber que os efeitos das alterações climáticas se traduzem em disrupções fortes nas economias com impacto direto nas empresas. gradualmente nos próximos meses, irão, certamente, confirmar esse dinamismo.

Para além do PRR – com cerca de 5,5 mil milhões para as empresas – há mais 6,7 milhões para as empresas do Portugal 2030. Se as empresas tiverem capacidade para aproveitar estas verbas, a realidade empresarial portuguesa pode alterarse, para ser mais forte?

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Certamente. Nunca Portugal e as empresas tiveram uma concentração tão forte e diversificada como agora ao nível de instrumentos de capitalização, I&D, projetos de copromoção, inovação produtiva, entre outros, pelo que esta é uma excelente oportunidade para as PME apostarem apostar na sua qualificação e inovação e deste modo darem o salto em termos de competitividade e internacionalização.

A maioria das empresas está preparada para aproveitar as oportunidades e as verbas do PRR? Penso que sim. Os primeiros concursos demonstraram uma capacidade de dinamização e mobilização significativas, envolvendo mais de 2000 empresas. As restantes medidas, cujos concursos irão abrir

A informação que está a chegar às empresas sobre as candidaturas ao PRR é suficiente?

O programa está na sua fase de arranque. O IAPMEI tem trabalhado afincadamente para disponibilizar informação relevante, com as oportunidades de financiamento, através dos seus canais de informação. O site do IAPMEI, a página no Facebook ,o seu canal no Youtube são os meios de informação que, de forma mais imediata, permitem acompanhar a informação sobre o PRR que vai sendo divulgada.

Estes apoios poderão promover a alteração dos constrangimentos estruturais que inibem e limitam o desenvolvimento económico do país?

É isso que se pretende. O PRR é um programa de reformas, daí que o país não pode deixar passar esta oportunidade.

Os empresários são agora chamados a responder a um conjunto de novos desafios e tendências de transformação das economias e sociedades. E se não conseguirem acompanhar essa mudança? Não responder a esses desafios estruturais seria ter empresas menos competitivas em atividades de menor valor acrescentado, o que se refletirá em menores níveis salariais e condições de vida mais difíceis para todos. Esse é um cenário que queremos afastar e temos confiança de que as empresas responderão de forma muito positiva a estes desafios, aproveitando os instrumentos que estão ao seu dispor para o efeito.

José Manuel Silva Presidente do Conselho Diretivo da AIRC - Associação de Informática da Região Centro

O PRR não pode ser encarado como solução milagrosa

Os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão a ser apresentados como uma forma de colmatar as dificuldades de financiamento do Estado, como é visível com a centralização dos projetos na esfera da Administração Central, o que contribui para uma cada vez maior assimetria entre as áreas metropolitanas e o resto do País.

Apesar dos discursos otimistas, não podemos encarar o PRR como uma solução milagrosa, capaz de resolver todos os problemas do País. Face aos problemas estruturais que Portugal enfrenta, o debate atual deve centrar-se nas questões de governação e de organização ao invés da disputa mercantil dos fundos europeus. Portugal tem recebido milhares de milhões de euros de apoios europeus e continua, em diversos indicadores, na cauda da Europa. A necessidade passa por investir em educação, em investigação e em desenvolvimento capaz de gerar riqueza.

A visão nacional do PRR deveria, em boa parte, ter uma abordagem mais regional, adaptando o seu racional para a região de Coimbra, que merecia uma atenção especial por parte do Governo, dado o seu potencial. Coimbra pode afirmar-se como o centro do Centro, agregando os concelhos limítrofes numa estratégia de desenvolvimento conjunto e sinérgico.

E é aqui que pode e deve entrar a Associação de Informática da Região Centro (AIRC), como instituição fundamental para afirmação de Coimbra e da Região no panorama nacional. Nos próximos quatro anos, a AIRC terá que ser repensada para se poder afirmar de forma competitiva e com a máxima qualidade no mercado de fornecimento de software autárquico, como neste momento é: a principal Software House de Software Autárquico do País.

Tal como afirmei no discurso de tomada de posse dos novos órgãos sociais da AIRC, vamos empenhar-nos para que a Associação possa ser encarada como um motor de desenvolvimento de Região e do País, numa missão que é extraordinariamente relevante e desafiante. A AIRC procura estar em constante atualização, aumentando a oferta de produtos e de serviços, com a perseverante preocupação de responder às necessidades do mercado, sobretudo num setor que é extremamente competitivo. Poderá mesmo procurar a internacionalização nos potenciais mercados de língua portuguesa.

De volta ao PRR, e respondendo ao mote deste suplemento - “Plano de Recuperação e Resiliência - Prioridades e Desafios”, receio que cheguemos ao fim dos prazos de utilização dos fundos, como tantas vezes tem acontecido por problemas estruturais não resolvidos, sem a capacidade de concretizar o Plano e sem ter feito a diferença no desenvolvimento que o país precisa efetivamente para o futuro.

O nosso repto passa por encarar o potencial da região Centro e trabalhar de perto com todos os parceiros dos vários municípios, de maneira a desenvolver cidades inteligentes e com condições para a atração e para a fixação de talentos. Tal como é visível neste caderno “1000 Maiores Empresas da Região Centro”, a região tem um potencial extraordinário para crescer no panorama nacional e internacional, só precisa de apostar numa abordagem estratégica mais arrojada e ambiciosa.

Centro de Negócios de Ansião Parque Empresarial do Camporês 3240-465 Chão de Couce +351 236 670 160 espaco.empresa@cm-ansiao.pt

ESPAÇO ao SERVIÇO do EMPREENDEDORISMO

89977 É aqui que pode e deve entrar a Associação de Informática da Região Centro (AIRC), como instituição fundamental para afirmação de Coimbra e da Região no panorama nacional. Nos próximos quatro anos, a AIRC terá que ser repensada para se poder afirmar de forma competitiva e com a máxima qualidade no mercado de fornecimento de software autárquico, como neste momento é: a principal Software House de Software Autárquico do país

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Metodologia das bases de dados Diário As Beiras

O rank das “Maiores empresas do Centro” é elaborado pela Informa D&B para o “Diário As Beiras.”

Quem entra no ranking das “Maiores empresas do Centro”? A base de dados das “Maiores empresas do Centro” resulta da aplicação de uma metodologia rigorosa na recolha e análise de dados por parte da Informa D&B. Em parceria com o Diário As Beiras foi selecionado um conjunto de indicadores e rácios económico-financeiros que permitem avaliar o desempenho de cada uma das entidades presentes. A inclusão neste rank pressupõe que as entidades tenham sede ou morada principal no Distrito em análise em cada uma das listagens, a saber: Coimbra (1000 Maiores), Aveiro, Castelo Branco, Guarda, Leiria e Viseu (50 Maiores de cada um). Devem ainda realizar a entrega da informação financeira individual, referente ao ano fiscal anterior (2020). É necessário também que a mesma seja uma entidade não-financeira. Para o efeito, foram consideradas todas as prestações de contas disponíveis em base de dados até ao dia 15-09-2021. Nota: São considerados todos os balanços do último ano fiscal (ano fiscal de 2020, com data de encerramento do exercício até 31-032021). No caso de entidades que tenham data de fecho de contas superior a esta data, é considerado o balanço em vigor (2019). A fonte da informação financeira é exclusivamente a IES entregue e publicada, com exceção de entidades como Cooperativas ou Entidades Publicas Empresariais que, não sendo OPC, nos facultam a informação diretamente.

Entram para a listagem todas as entidades para as quais a Informa D&B tenham já estes dados disponíveis, à data de elaboração do rank. As entidades são ordenadas por volume de negócios, sendo selecionadas as “Maiores” de cada um dos distritos em análise.

Este rank, para além dos dados demográficos e de contacto de cada entidade, apresenta também os seguintes indicadores e rácios: volume de negócios; variação do volume de negócios; resultados líquidos; valor acrescentado bruto; solvabilidade; rentabilidade do ativo; rentabilidade das vendas e serviços prestados; rentabilidade do capital próprio; n.º de empregados e valor de exportação.

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Região Centro Multinacional de escapes rivaliza com Prio, Peugeot/Citroën e CHUC

A pandemia terá sido a principal razão para a quebra de faturação entre os grupos económicos que tradicionalmente lideravam as tabelas de maiores empresas da região. Em contraciclo a Purem Tondela, de sistemas de escapes, registou forte crescimento

Aascensão da Purem Tondela ao 4.º lugar da tabela das 50 maiores empresas da região Centro pode ser surpresa para parte do tecido empresarial, mas é uma performance anunciada desde que a Eberspächer chegou a Portugal. A designação do grupo alemão no distrito de Viseu é agora Purem Tondela, fábrica de sistemas de escape para automóveis que abriu portas há cerca de quatro anos. Arrancou com um projeto para um cliente e cerca de 50 trabalhadores, mas hoje em dia emprega mais de 550 pessoas em oito projetos e entrou no top 10 das maiores exportadoras portuguesas, ocupando a 2.ª posição no contexto regional. 

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Faturou mais de 465 milhões de euros por ano, correspondente a um crescimento de quase 29% e ultrapassando no top 50 da região o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) , unidade do setor empresarial do Estado (EPE), bem como as duas unidades de produção de papel da Figueira da Foz: Navigator e Celbi.

O top 3 dos “gigantes” da região – formado, por esta ordem, pela Prio Supply (Aveiro), Peugeot/Citroën (Viseu) e Prio Energy (Aveiro) – é que não sofreu nenhuma alteração em relação ao ranking do ano passado, embora todos tenham tido quebra significativas do volume de negócios, o que no caso do grupo Prio (Supply+Energy+Bio) representou uma descidade de faturação de 460 milhões de euros, de 1.850 milhões em 2019 para cerca de 1.390 milhões em 2020.

Entre os 10 maiores grupos empresariais com sede num dos seis distritos da região Centro, só dois não registaram variação negativa do volume de negócios em comparação com o período homólogo: trata-se do já referido Purem Tondela e da cooperativa farmacêutica Plural, com sede em Coimbra que, assim, subiu no ranking regional de 16.º para 10.º lugar.

O maior aumento de faturação das 50 maiores empresas da região Centro (252%) vai para a produtora avícola Lusicresce, uma das 23 empresas do Grupo Lusiaves, com sede em Leiria. Fez uma entrada direta para o 45.º lugar, enquanto a casa-mãe subiu uma posição em relação ao ano passado (sendo a maior empresa do distrito de Leiria) e outra empresa do grupo – Racentro – subiu seis posições, para a 34.ª posição.

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