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RAFAEL GONÇALVES

MANOBRA: FRONTSIDE AIR

ENTREVISTA

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Como foi seu início com o skate?

Comecei a andar de skate ainda na década de 80, meu pai estava fazendo curso em San Diego na Califórnia, voltamos de lá com dois skates que era dividido entre eu e meus irmãos. Depois de algum tempo, quando fiz meu aniversário de 7 anos ganhei um skate só meu, da marca Nash, era preto com detalhes amarelos. Durou quase dois anos, na época havia uma pista de skate no condomínio onde eu morava em Niterói, mas furtaram ele da varanda de minha casa. Tive que esperar meu aniversário de 14 anos para ganhar outro skate, era um Tracker que fui trocando as peças e nunca mais parei.

Você foi um skatista que procurou se profissionalizar ou foi skate for fun?

Eu andava pra ser feliz e por muito tempo foi assim, mas depois que aprendi NollieHeelFlip e outras tricks de SwitchStance entrei numa onda de competição. Isso foi na década de 90 e quase não rolava campeonatos em Niterói, passei anos alternando entre rolé de Street e de MiniRamp. Peguei alguns apoios, um dos Primeiros sites de skate do Brasil Sk8Niterói, depois a Wave Rock me apoiou por dois anos, o Grillo proprietário deixava eu andar grátis no Banks em Itaipu, me passava roupas, tênis e dinheiro para inscrições em Campeonatos. Com o tempo peguei apoio da Counter Culture, marca gringa que estava investindo no Brasil no SurfSkate. Nessa época eu quis muito ser profissional do Skate, mas torci feio meu pé da frente por duas vezes, entrei pra Faculdade. Quando comecei a Surfar, já com 21 anos, desencanei totalmente de ser Skatista Profissional e me empenhei em lapidar meu rolé de rampa, época de ouro pra mim.

Você que é da primeira geração do skate no Brasil, diga-nos como era o skate nos anos 70,80 no país?

Na década de 80 meu rolé era limitado a pista que tinha no meu condomínio, como eu era muito novo não podia explorar a cidade. A galera fazia umas competições de velocidade, não valia remar, era só nas batidas. Outro lance que fazíamos era geral andar em círculos juntos até alguém cair e gerar engavetamento kkkkk. A primeira pista pública de skate em Niterói foi inaugurada só na década de 90, foi quando meus pais começaram a deixar eu andar nos fins de semana na Pista de São Francisco sozinho. Fiz muitos amigos por lá e certamente foi a Pista que mais influenciou meu rolé. E o skate? Você anda de skate atualmente? Como é o skate na sua vida? Skateboard é pra mim uma válvula de escape desse mundo cruel. Ando de skate de leve com o Carnevali em Petrópolis, onde vivo atualmente. De 15 em 15 dias ando pra valer com meu filho Martín nos fins de semana. A gente procura ficar em Niterói e andar em 2 Skateparks por dia (Largo, Marina, Horto, Praça XV e Aterro do Flamengo). Junto com meu filho tenho altas emoções e uma cumplicidade que jamais teríamos se não fosse pelo skateboard. Viajamos juntos, participamos do Circuito Estadual de Skate, um motiva o outro, e cada vez que ele vem com uma trick nova meu coração fica quente!

O que você acha do mercado de skate atual? Acredita que tenha a mesma essência?

Hoje em dia o Skateboard está voando. O mercado é gigantesco, as peças cada