FLOW/AM - DANIEL HISMERTI

Depois de conhecer o skate por meio de um amigo dos tempos de escola, me aproximei cada vez mais desse mundo e devido ao frequente contato com esse amigo, naquela época, quis ter um skate pra acompanha-lo e logo depois aprender como mandar manobras. Sempre gostei de ver vídeos de skatistas, mas a real paixão pelo esporte veio quando eu me tornei um deles, quando comecei a entender a dificuldade do que eu via sendo executado em cada vídeo.

Até aqui desenvolvi meu corpo no intuito de ser atleta, mas mais ainda pra me defender de quem me feria por bullying e racismo como quando eu era o menor e mais fraco. As quedas na prática do esporte também me fizeram entender que além de estar em forma para executar as manobras, tenho que estar mais preparado ainda pra cair. Daí comecei a treinar quedas e rolamentos (em casa, pois nunca tive acesso a academia). Meus preparos físicos e treinos de coordenação são baseados em pesquisas sobre atividades que sempre faço para aprimorar meu desenvolvimento.

No momento não, sigo aprimorando minhas ideias e habilidades pra que no momento em que for produzir, ser capaz de executar lindamente cada manobra!

Há alguns anos, em um best trick (avaliado por linha) de natal no Parque Madureira, meu desempenho surpreendeu a mim mesmo. Eu estava com um tênis em péssimo estado e o shape faltando um pedaço, onde a maioria dos skatistas andavam de roupa nova e skate bom, e mesmo desconfortável e desmotivado com minha situação consegui desempenhar o 2° lugar na categoria. Fui com 2 amigos nessa trip que foi muito importante pra nós, mas principalmente pra mim, ter vivido aquele momento com eles ao meu lado.

Desde sempre minha realidade me obriga a trabalhar pra poder me manter no esporte e ajudar nas despesas de casa. Na minha cidade não tem nenhum skatista profissional e pouquíssimos eventos sobre o esporte. Venho trabalhando em busca de uma melhor condição que me permita me aproximar das competições e ser reconhecido como skatista em direção ao profissionalismo, mas até então sigo mostrando pro mundo meu potencial através dos meus vídeos.

Na caminhada do esporte conquistei 2 vezes o 2° lugar quando skatista mirim e 3° lugar quando iniciante. Participei de poucos campeonatos, pois estive trabalhando enquanto muitos aconteciam e não tive condição de ir. Hoje sendo um skatista amador venho me preparando pra conquistar tudo que puder e trabalhando pra ter condições de chegar onde tiver evento.

Além dos amigos que sempre ajudam com peças quando possível, atualmente tenho apoio da Dystopia Corp. que vem fortalecendo com bonés e camisas pra que eu esteja sempre bem vestido fazendo o que amo!

Agradeço a todos que me ajudaram a seguir nesse esporte incrível, tanto os que me fortaleceram com peças quando precisei quanto os que me fortaleceram com palavras quando que me encontraram frustrado e desanimado Essa vivência não é pra qualquer um e se ainda to aqui é porque Deus me quer nesse caminho!

Fotógrafo: Arquivo Pessoal Manobra: Flip

21 ANOS, 8 ANOS DE SKATE, TERESÓPOLIS – (RJ) / @DHISMERTI

FOTO: @FMAJUNIORPHOYO

Comecei a andar por conta dos games do tony hawk, jogava muito video game quando era menor e tony hawk era um dos que eu mais jogava. Depois de um tempo eu pedi um skate pra minha mãe e não larguei mais, comia skate todo dia o dia todo.

Eu trabalho dando aula de skate durante a semana, por tanto acabo acordando cedo todos os dias, e entre uma aula e outra eu sempre ando e deixo as tricks no pé. Em questão ao preparo físico eu ainda não sinto a necessidade de fazer academia por conta de ter um skate diário, e de não ter sofrido nenhuma lesão séria, mas procuro sempre fazer uns alongamentos pra me prevenir de algum tipo de lesão também. Ando com pessoas mais velhas do que eu e vejo a importância de uma academia pra fortalecer, melhorar, e ter uma qualidade de vida e de skate melhor por mais tempo.

Eu acabei de finalizar uma video parte de introducing

23 ANOS, 10 ANOS DE SKATE, RIO DE JANEIRO – (RJ)/ @M.FARIAS_

pra essência skate, que vai abrir o próximo video da essência skate, logo vocês poderão assistir algumas das tricks que estão na parte, que eu acho que tem muito a ver comigo. Estamos apenas finalizando as últimas imagens e selecionando a mídia que vai ser veiculada o video. Como fui o primeiro a finalizar a parte do video já comecei a filmar minha próxima parte, mas ainda não sabemos se vai ser uma parte individual ou se vai estar em outro video.

Eu ainda não tive a oportunidade de fazer uma trip que me marcou, só fui passar uns dias em São Paulo rapidinhos, aquele famoso bate e volta. Durante o projeto do video da essência, foquei somente na minha cidade natal, Rio de Janeiro, agora que finalizei a parte, pretendo fazer alguma trip com meus amigos, mas ainda não tenho ideia do lugar.

Eu converso abertamente sobre isso com a essência, mas acho que ainda não é o momento pra mim. Quero fortificar mais meu nome no cenário, mais entrevistas, mais fotos, mais video parte, e também fechar mais patrocínios pra ter uma boa projeção.

Não participo muito de competições. Não sinto tanto brilho nos olhos competindo, gosto de estimular minha criatividade, em competições acaba rolando muita pressão pra ter que dá uma resposta rápida e acaba que não me sinto muito a vontade como me sinto normalmente filmando em novos picos e testando novas possibilidades de explorar meu skate. Mas vejo o quão importante as competições são na caminhada do skatista, para ele fazer o seu nome, ser visto, e conseguir novos patrocinadores.

Faço parte da essência skate, uma marca carioca. Na essência eu pego shapes e algumas peças de vestuário. Andamos juntos com frequência e estamos sempre filmando, dando risada, sempre puxando o nível um do outro, fico muito feliz de fazer parte desse time que tem pessoas que eu admiro muito, e que estão sempre dispostos a me ouvir, estamos juntos dentro e fora do skate, como uma família.

Gostaria que as marcas olhassem além do óbvio, que o skatista não fosse apenas um instrumento de manobra, mas instrumento de voz, de mudança, o skatista não precisa só dar manobra, ele pode ser um artista, um fotógrafo, ele não precisa só andar de skate pra ser bom, ele pode não dar tantas manobras, e mesmo assim agregar para a marca, acho que a indústria poderia olhar pro skate de uma forma que não seja só técnica.

Agradeço primeiramente a Deus, ao Ricardo Marins, meu pai do skate, a pessoa que me ensinou tudo, agradeço também a essência skate, Raphael Gibson, Cherry Rocha, Serginho Lorena, que acreditaram no meu skate, estiveram sempre presentes em vários momentos da minha vida, me ajudando e me incentivando, dentro e fora do skate. Agradeço ao skate também, por todos os momentos que ele me proporcionou, por tudo que ele me ensinou, pelos amigos que ele me deu, pela pessoa que eu sou hoje, obrigado skateboard.

Fotógrafo: Serginho - @sergiokassiow Manobra: Bs smith