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Mangualde acolhe II Fórum dos GA aos Emigrantes e ao Investimento da Diáspora

CORREIO / LUSA

O segundo Fórum dos Gabinetes de Apoio aos Emigrantes e ao Investimento da Diáspora (GAEID’s), realiza-se esta quatrafeira, dia 24 de maio, na Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Alves, no município de Mangualde. Da agenda de trabalhos consta a apresentação de programas relevantes no apoio a emigrantes e/ou ao investimento da diáspora bem como a partilha boas práticas municipais de valorização das comunidades portuguesas residentes no estrangeiro em prol do desenvolvimento dos territórios, segundo informação divulgada pelo Portal Diplomático.

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Destinado aos Municípios que integram os GAE – Gabinetes de Apoio aos Emigrantes e à Rede de Apoio ao investidor da Diás- pora (RAID), que integra igualmente as Comunidades intermunicipais, este fórum contará com a presença do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, o madeirense Paulo Cafôfo, e da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira.

O programa contempla ainda a abordagem de questões relacionadas com o apoio ao regresso, nomeadamente o “Programa Regressar” e o “Empreende XXI”, na área da fiscalidade, será apresentado o regime de Residente não Habitual e Regime fiscal Nómadas Digitais. Na área dos Gabinetes de Apoio ao Emigrante, destaque para abordagem de relacionados com a Segurança Social e a Plataforma de Registo de Atividades e na área da Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora, a execução do PNAID.

“A nossa diáspora, que é tão especial, é um ativo preponderante, diria mesmo que é um ativo decisivo. Muitas vezes tendemos a não valorizar ou a não dar a devida importância para o futuro do país, que depende muito da nossa diáspora”, apontou.

Isto, porque, “pode dar um contributo essencial para questões como a economia, a demografia ou mesmo a amplitude do país neste mundo globalizado” e, por isso, “a diáspora portuguesa é decisiva e importa valorizar e potenciar”.

Atualmente, contabilizou, há “cinco milhões de portugueses e lusodescendentes e isto é, definitivamente, uma grande força” e também, numa dimensão “menos tangível, mas tão ou mais importante” são “os laços afetivos” a Portugal.

“Para os portugueses lusodescendentes a viver no estrangeiro investir em Portugal é uma forma de manter e reforçar os laços com o país de origem e, enquanto reforçam os laços também contribuem para o seu crescimento económico”, disse.

Neste sentido, defendeu que “o foco” deve ser nesta “relação de reciprocidade de dar e receber” e, por isso, o Governo “está empenhado em aprofundar esta reciprocidade e em valorizar e potenciar este tremendo valor estratégico com políticas públicas”.

Políticas em áreas como cidada- nia, inclusão, igualdade, educação, cultura, língua portuguesa, ciência e tecnológica, modernização administrativa, digitalização, empreendedorismo e inovação, “onde a diáspora é marcante e faz a diferença”.

Paulo Cafôfo sublinhou ainda o “reforço de mecanismos de apoio ao Investidor da Diáspora” juntamente com outras entidades, do poder local ou associativas, e destacou o aumento do número de gabinetes de apoio.

“Criámos a Rede de Apoio ao Investidor da Diáspora envolvendo mais de 300 entidades: 248 municípios, 20 comunidades intermunicipais/áreas metropolitanas, seis agências de investimento e 37 associações. Hoje temos 202 Gabinetes de Apoio aos Emigrantes, quando, em 2015, tínhamos 101”, enalteceu.

Ou seja, há uma cobertura nos municípios do território nacional de “73% e, no norte, chega aos 92% e no centro aos 90%” e “50% das comunidades intermunicipais têm Gabinetes de Apoio aos Emigrantes em todas as autarquias”.

O secretário de Estado assumiu que o Governo é “mais ambicioso” e, por isso, disse que o objetivo é “reforçar a implementação do programa e alargar a rede de gabinetes de apoio” e, hoje ainda, assinou um protocolo com o município de Valença.

CORREIO / LUSA

As remessas dos emigrantes subiram 4% no primeiro trimestre deste ano, para 981,19 milhões de euros, enquanto os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 144,3 milhões, mais 15% que no mesmo período do ano passado.

De acordo com os dados do Banco de Portugal, os portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal 981,19 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano, o que representa uma subida de praticamente 4% face aos 943,63 milhões enviados de janeiro a março de 2022.

Olhando apenas para março, a subida foi ligeiramente maior, já que aumentou 4,34%, representando a evolução entre os 290,7 milhões enviados de janeiro a março de 2022 e os 303,35 milhões enviados no mesmo perío- do deste ano.

Em sentido inverso, os estrangeiros a trabalhar em Portugal enviaram 144,33 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma subida de 15,16% face aos 125,33 milhões enviados de janeiro a março de 2022.

Olhando apenas para os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), a variação é ainda mais significativa: os portugueses nestes países africanos enviaram 73,7 milhões de euros no primeiro trimestre, o que representa uma subida de 24,5% face aos 59,16 milhões enviados nos primeiros três meses do ano passado.

Já os africanos lusófonos a trabalhar em Portugal enviaram 10,91 milhões de euros no mesmo período, o que representa uma subida de 13,9% face aos 9,63 milhões enviados no primeiro trimestre do ano passado.