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Fundação Carlos Vieira

de duas dezenas de municípios no Vale Central da Califórnia, através por exemplo, de subsídios, assistência financeira ou apoio de necessidades médicas.

Um outro relevante eixo de ação da Fundação Carlos Vieira está ligado à preservação da cultura e tradições da comunidade lusa na Califórnia, a mais numerosa das comunidades portuguesas nos EUA e uma das maiores comunidades portuguesas no estrangeiro.

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Como comprova a criação, em 2019, do Festival Português do Vale de São Joaquim, que decorreu esse ano em Turlock, cidade localizada na Califórnia, no condado de Stanislaus, e que juntou mais de 15 mil pessoas em torno da herança lusa, mormente a gastronomia, arte, comédia e música tradicional.

Este que é já seguramente um dos maiores, se não o maior, evento luso-americano da Califórnia, cujos lucros obtidos revertem para a iniciativa “Race for Autism”, uma campanha permanente da Fundação Carlos Vieira que atribui bolsas anuais a cerca de 100 fa- mílias com filhos autistas, realiza este ano, após os interregnos da pandemia de COVID-19, a 22 de abril, o quarto festival anual de San Joaquin Valley Portuguese. Apresentado pela Portuguese Fraternal Society of America (PFSA), instituição beneficente de referência luso-americana, no Stanislaus County Fairgrounds, em Turlock, o festival computa um programa onde será possível assistir a um desfile luso, apresentações folclóricas e filarmónicas, tourada sem sangue portuguesa, degustação de vinhos e queijos, exposições culturais, gastronomia e artesanato.

Neste sentido, a Fundação Carlos Vieira, atualmente presidida pela terceira geração da família Vieira, designadamente Elaina Vieira, constituindo-se como uma instituição incontornável ao serviço da comunidade luso-americana, contribui decisivamente para o conhecimento do passado, a compreensão do presente e o papel futuro da comunidade portuguesa na Califórnia.

Jacques Maritain morreu há 50 anos. Encontrava-me então em Roma, conhecia a grande admiração pelo grande filósofo francês, a vastidão dos seus conhecimentos tanto sob o aspeto político, como académico e eclesial. Era conhecido o significado da sua vida e o seu fim último, só e pobre, associado aos “Petits Frères”, do Padre Foucauld, agora canonizado. A sua voz, a sua figura, segundo o Papa Paulo VI, também já canonizado, vão ficar na tradição do pensamento filosófico e da meditação católica. A última fase da sua vida foi passada só e pobre, escondido no silêncio dum mosteiro de eremitas, projeto que já descrevera no seu livro Humanismo Integral (Umanesimo Integrale).

Escreveu Maritain: “Está na ordem das coisas que este novo estilo e este novo impulso de espiritualidade comece a aparecer, não na vida profana, mas em certas almas escondidas do mundo, umas vivendo no mundo, as outras na sublimidade mais alta das torres da cristandade, ou seja, nas Ordens altamente contemplativas, para expandir-se de lá sobre a vida profana e temporal”. Maritais conhecia a vida extraordinária daquele jovem pecador e mundano que fora Charles de Foucauld e o alto grau de espiritualidade, abnegação, pobreza e entrega aos seres mais humildes dos habitantes de Tamanaraset no deserto da Argélia.

Maritain nascera em Paris a 18 de novembro de 1882, sofrera uma mudança radical após ter estudado filosofia e depois ciências naturais. Deus colocou no seu caminho uma jovem judia de origem russa chamada Raissa Oumançoff, quase da sua idade, nascida em 1883, com a qual entrelaçou a sua vida. Tendo contraído matrimónio em 1904, desenhou-se nos dois uma tal inquietação ao considerar o mundo em que viviam que lhes passou pela mente a ideia de suicídio, ao considerarem a miséria humana, a infelicidade, a maldade dos homens. A posição académica da Soborne deixou-os insatisfeitos devido ao materialismo científico e impossibilidade de esperança.

Mas Deus reservava-lhes surpresas, os encontros com