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Educação Escola realiza primeira mostra de projetos científicos pós-pandemia

Projeto sobre educação no trânsito foi um dos destaques no evento organizado pela Escola Abel Coelho, que retornou ao formato presencial na sua 22ª edição.

Alessandro Dantas e Bianca Mires

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Aconteceu, na sexta-feira (5) e sábado (6), a tradicional Feira de Ciências da Escola Estadual Professor Abel Freire Coelho (FECEAC). Após dois anos sem ocorrer presencialmente, a edição deste ano retornou ao formato original. O evento reu- niu o conjunto da comunidade escolar para exposição de projetos científicos, e contou ainda com a culminância das disciplinas eletivas, cursadas pelos alunos durante o bimestre letivo.

A feira deste ano teve como tema “Ciências: Motor do desenvolvimento humano e Tecnológico”, e registrou uma baixa quantidade de projetos. Foram realizadas pouco mais de 20 inscrições, porém apenas seis conseguiram concluir e realizar a exposição, isso demonstra uma grande queda quando comparado com a edição de 2019, que contou com cerca de 80 projetos. Cintia Caetano, professora e articuladora da feira, destaca que para a escola o evento é de grande importância, pois serve para que o aluno consiga buscar e desenvolver conhecimentos que não fazem parte do conteúdo diário da sala de aula. Apesar disso, ela pontua

Durante a FECEAC 2022, estudantes e visitantes acompanham a exposição do lançamento de foguetes confeccionados na disciplina eletiva “Física e Engenharia”FOTO: BIANCA MIRES

A professora destaca que o desenvolvimento de pesquisas científicas na educação básica traz um impacto positivo ao aluno ingressar no ensino superior, em relação ao desenvolvimento de trabalhos, seminários e produção de material escrito, tais como resumos ou relatórios. Segundo ela: “Muitas vezes [os alunos] já entram no ensino superior como bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), dependendo de como se saiu na apresentação do projeto científico”.

A palestra ainda mostrou as premiações já conquistadas pela professora e outros estudantes em edições anteriores, fazendo com que o aluno se sinta motivado para produzir uma pesquisa de qualidade. Rita de Cássia cita ainda que, os requisitos para que um projeto consiga alcançar bons resultados dependem dos questionamentos do próprio aluno. “A partir do questionamento tem que ser aplicado todas as etapas do método científico. É importante se lembrar de que, até uma resposta diferente da esperada, é uma resposta. E caso a hipótese não seja comprovada, não se deve desistir do projeto”, conclui ela.

Um dos projetos examinado pela banca de avaliadores, na área de ciências humanas, foi o “Educação e Informação sobre o Trânsito no Âmbito Escolar” (EITA), desenvolvido pelos alunos do turno vespertino Maria Eduarda, 16, Moisés Guedes, 16, e Luiz Guilherme, 15, orientados pela Professora

Alunos acompanham a palestra “Eu, cientista?”, que contou também com a exposição de premiações e credenciais já conquistadas pela escola em edições anteriores. FOTO;DIVULGAÇÃO/CEDIDA que se nota uma falta de pesquisas na área de linguagens, devido à nomenclatura “Feira de Ciências”, que leva os alunos a procurarem explorar projetos nas áreas de ciências exatas e ciências da natureza. Durante o evento, Rita de Cássia, professora de biologia licenciada, ministrou a palestra “Eu, cientista?”, que abordou sobre como é possível se tornar um pesquisador desde que se use a metodologia científica para desenvolver o seu projeto. Para ela, a pesquisa possui uma grande importância na vida escolar dos alunos, pois quando os estudantes se tornam pesquisadores eles ficam mais participativos em sala de aula, buscam mais respostas para seus questionamentos, mostram-se mais desinibidos para falar em público e passam a ser mais críticos em relação às questões sociais.

Tábita Talitha. O grupo trouxe ao debate a preocupação da prevenção de riscos e segurança no ambiente escolar, e como o estacionamento pode ser um espaço bastante vulnerável em caso de uma estrutura irregular ou mal planejada, com isso a pesquisa teve como objetivo sugerir melhorias para o estacionamento da escola Abel Coelho.

Segundo os alunos, a ideia para trabalhar a temática da educação no trânsito surgiu a partir da disciplina “Projeto de Vida” que abordou sobre o movimento Maio Amarelo, que é uma ação coordenada entre o poder público e a sociedade civil com o objetivo de chamar atenção de toda a população para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Outro fator determinante para o estudo dessa problemática se deu através de uma tragédia familiar, o falecimento da mãe do aluno Moisés - integrante do projeto - em um acidente de trânsito. Para Luiz Guilherme, a pesquisa tem grande relevância no âmbito escolar, tendo em vista que também podem ocorrer aciden- tes de trânsito na área da escola. Segundo ele, com os dados coletados e as opiniões de estudantes e funcionários que responderam o formulário, foi possível criar uma planta baixa com as adequações necessárias para o estacionamento do colégio. “Primeiro nós identificamos os problemas do estacionamento, e aplicamos um questionário na comunidade escolar, possibilitando um feedback da situação em geral”.

O projeto tem como proposta de intervenção a oferta de um curso gratuito de noções básicas sobre educação no trânsito para todas as turmas da escola, e deve ter um aprofundamento maior para os estudantes que estão concluindo o ensino médio e funcionários, pois são aqueles que podem vir a adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou aqueles que já dirigem.

Para a orientadora Tábita Thalita, quando a ideia de pesquisa se dá por parte dos alunos há uma dinamicidade na elaboração do projeto. Ela detalha que depois

Integrantes do projeto “Educação e Informação sobre o Trânsito no Âmbito Escolar” durante a exposição do banner para banca de avaliadores na FECEAC 2022. FOTO;ALESSANDRO DANTAS do bom andamento das ações a ideia é ampliar mais ainda as pessoas que poderão ter acesso a conscientização e ao curso ofertado, como é o caso dos motoristas de ônibus escolares e os taxistas. “O estacionamento da escola foi só um primeiro pensamento, para ir pra fora, até porque temos muitos alunos que já estão inseridos no trânsito por utilizarem diferentes formas de locomoção no trânsito entre o caminho da casa até a escola, incluindo as bicicletas”, destacou ela.

O projeto tem como proposta de intervenção a oferta de um curso gratuito de noções básicas sobre educação no trânsito é um evento gigante e tem que voltar a ser”. Ele diz que o próximo ano a meta é bater pelo menos 50 projetos inscritos. O professor relata ainda que geralmente as maiores premiações da escola são de estudantes concluintes, “O aluno pode melhorar o projeto no segundo ano e apresentar aprimorado na terceira série”.

Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o projeto de vida é o que os estu- para todas as turmas da escola, e deve ter um aprofundamento maior para os estudantes que estão concluindo o ensino médio e funcionários, pois são aqueles que podem vir a adquirir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou aqueles que já dirigem.

Para a orientadora Tábita Thalita, quando a ideia de pesquisa se dá por parte dos alunos há uma dinamicidade na elaboração do projeto. Ela detalha que depois do dantes almejam, projetam e redefinem para si ao longo de sua trajetória, uma construção que acompanha o desenvolvimento da(s) identidade(s), em contextos atravessados por uma cultura e por demandas sociais que se articulam, ora para promover, ora para constrangerseusdesejos. No sábado, o evento foi aberto a estudantes de outras escolas, com a manhã dedicada a uma programação bom andamento das ações a ideia é ampliar mais ainda as pessoas que poderão ter acesso a conscientização e ao curso ofertado, como é o caso dos motoristas de ônibus escolares e os taxistas. “O estacionamento da escola foi só um primeiro pensamento, para ir pra fora, até porque temos muitos alunos que já estão inseridos no trânsito por utilizarem diferentes formas de locomoção no trânsito entre o caminho da casa até a diversificada, através de apresentações culturais, peça teatral e um corredor da arte. A atividade proporcionou aos alunos e alunas um momento para a apresentação dos trabalhos desenvolvidos nas disciplinas eletivas.

Uma das atividades que mais chamou atenção das pessoas foi a exposição do lançamento de foguetes, que foram desenvolvidos pelos estudantes a partir de garrafas pet escola, incluindo as bicicletas”, destacou ela. No final do período de avaliações da feira interna, todos os seis projetos conseguiram credenciamento para a Feira Científica da Décima Segunda Diretoria Regional de Educação (12° DIREC). Apesar disso, o baixo número de projetos científicos no primeiro evento após a pandemia surpreendeu professores e alunos. Para Mansinho Veríssimo, integrante da comissão de ava- inutilizáveis e fita adesiva, resultado da disciplina eletiva “Física e Engenharia”, ministrada pelo professor Wesley Paiva. Para o professor, a proposta do novo ensino médio de ter o aluno como protagonista é muito interessante, pois, segundo ele: “o aluno tem oportunidade de mostrar habilidades que não sejam necessariamente cognitivas”.

O aluno José Gabriel, do 2° ano, liação da feira, a percepção geral entre os professores é que esse é um fenômeno presente na maioria das escolas que também realizam mostras científicas, com isso a escola estuda trazer ex-alunos que já vivenciaram edições anteriores para que no ano que vem, achem alguma forma de motivar os futuros estudantes a participarem das próximas edições, mostrando “que a feira da escola que participou da disciplina e pretende cursar biologia ou biotecnologia, ressalta que a eletiva é uma inspiração a mais para ter um direcionamento na vida pós-escola. Segundo ele: “as eletivas ajudam bastante a fazer coisas que não sejam só ficar na sala escrevendo e o professor falando”.