Histórias Livres

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Histórias Livres Publicação Digital, com textos da autoria dos alunos do 6º A, 6º C e 6º D | Ano letivo 2011/2012

ESCOLA EB 2,3/S PINTOR

JOSÉ DE BRITO


Histórias Livres

Apresentação

A produção de enunciados é inerente à natureza humana. Ela constitui a essência do processo comunicacional, através do qual nos relacionamos e interagimos diariamente. É um processo que se consubstancia, predominantemente, na forma oral, mas que obriga, tal como na escrita (embora com menor preocupação) a uma organização lógica de ideias e de raciocínios e que se quer, sobretudo, claro e entendível. Como tal, é um processo suscetível de desenvolvimentos e aperfeiçoamentos, isto é, de contínua aprendizagem. E foi baseados neste pressuposto que desafiámos os alunos das turmas 6º A e 6º D da Escola EB 2, 3 / S do Pintor José de Brito a criar textos. Os temas? As formas? Não houve imposições. A palavra de ordem foi “liberdade”. Cada qual escreve sobre o que quiser - foi-lhes transmitido. Por isso é que esta publicação tem o nome de “Histórias Livres”. De facto, não há um fio condutor no que diz respeito às temáticas. Há, sim, um propósito de fundo: incentivar os alunos a imaginar, a criar situações e a transpô-las para a escrita, tentando fazer, desta forma, por pouco que seja, com que desenvolvam as suas capacidades na produção textual. E, para tal, a única imposição colocada foi somente que os discentes procurassem, no momento da criação, fazer o melhor possível, isto é, que fossem imaginativos, que pensassem, estruturassem e planificassem previamente o que queriam escrever e, depois, que o fizessem da forma mais perfeita que conseguissem, procurando usar aquilo que, nas aulas, aprendem. Na realidade, deparámo-nos, muitas vezes, com textos de alunos que são hinos à imaginação e que, após uma ou duas leituras, passam a residir, defuntos, nas brancas páginas do caderno, sem chegarem a mais ninguém. Este é, também, um dos objetivos deste trabalho: expandir para fora da sala de aula alguns trabalhos dos alunos. Esperamos que este projeto sirva, sobretudo, de incentivo aos alunos para a escrita. Ao fazê-lo, acreditamos nós, estarão a desenvolver-se, a melhorar e a evoluir. Esperamos que gostem!

Regresso em festa Setembro chegou e a escola está de volta! Este é um momento especial, em que se reencontram os professores e os colegas. Juntos, todos têm um ano pela frente, no qual vão ensinar e aprender, crescendo em conhecimento. Há países que vivem o primeiro dia de aulas como um dia de festa. Por exemplo, os meninos russos vestem as suas melhores roupas e oferecem lindos ramos de flores aos professores. Quando voltares à escola, coloca, acima de tudo, um grande sorriso e faz deste o melhor ano de sempre. João Rolo, 6º A, nº 15

A importância da verdadeira amizade A amizade é muito importante na minha vida, no meu dia-a-dia. Para mim, a amizade é aquela em que existe respeito, carinho e lealdade. A amizade é aquela em que, quando estamos juntas(os), brincamos, conversamos e estudamos. Por vezes, chateamo-nos sem termos razões para isso, mas, como a nossa amizade é verdadeira, conseguimos ultrapassar qualquer problema. Por vezes, sinto-me só! E é bom ter amigos verdadeiros com quem contar, que nos apoiam nos momentos mais difíceis. Na minha opinião, a amizade não se coaduna com falsidades, mas sim com sinceridade. Não devemos magoar os nossos amigos! Devemos cuidar bem deles, não os deixando escapar. Arrisco-me a dizer que eu, sem amigos, não era ninguém, era uma miúda muito triste. Para mim, a verdadeira amizade é a melhor coisa do mundo!

Os docentes

Ana Isabel Costa, 6ºA, nº2

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Histórias Livres Sonhos de uma adol escente aos dezoito anos Anita tinha doze anos e pensava muitas vezes em como seriam os seus dezo ito anos. O que aconteceria, como seriam e, principa lmente, como seria o seu aniversário nesta entrada na vida adulta e a sua saída da adolescência. Faria anos no Dia Mundial da Criança, ou seja, no dia um de junho. Nesta data, os amigos e alguns dos fam iliares, mesmo sendo ela uma adolescente. oferecia m-lhe brinquedos de criança, para a arreliar.

recido… e muito menos igual.

Dois anos após, uma eternida de para Anita, chegaram os dezoito anos. Foi a maior festa que alguma vez existiu. Era uma mul her perfeita, determinada e confiante.

Todavia, algo ainda estaria pen dente… o seu futuro, a sua vida.

A sua vontade de ser designer de moda poderia ser breve. Fez entrevistas e mais entr evistas, até que Sonhava, imaginava, escrevia , desenhava… houve uma pessoa que se interessou pelo isto, obviamente, sobre os seus seu belísdezoito anos. Era, simo trab alho. Perguntou-lhe animado: sem a menor dúvida, a rapariga que mais ponderava - Pelo que percebi, tu adoras este tema. este mundo… o mundo da moda. Vou-te fazer uma proposta e, se tu Como haveriam de ser as suas roupas? Teria a aceitares, fare i o melhor que conseguir, prom óculos? Sardas? Seria bonita? eto. Feia? Alta? Magra,? Irás fazer um estágio profissio nal durante um ano e, Mas, afinal, como seria…? Oco rriam-lhe estas per- se eu e aminha equipa gostarmos do guntas. O que faria naquela idad teu trabalho, e? Seria uma jovem poderem os contratar-te. Então, aceitas como todas as outras? Ficaria a proposta? conhecida? Realizaria - É claro que aceito, nem hesi o seu sonho? Que quereria faze to! - exclamou r? Se lhe perguntas- a Anit a entusiasmadíssima. - Então, sem exatamente isto, a resposta quando é que era facílima, esco- posso com eçar? lheria realizar o seu sonho: ser designer de moda, o - Para a semana, parece-lhe bem desejo de qualquer adolescente. ? - Sim, sim, ótimo. - respondeu a Anita ansiosa Os anos, para ela, passavam lent amente. Já para por iniciar esta nova vida. as suas amigas, o tempo corr ia normalmente, não Chegou a casa, com um ar mui passavam nem depressa nem to triste e disse devagar. Eram dias à mãe: normais, apenas normais. - Mãe… não me aceitaram. Aos dezasseis anos, participo u num concurso Deixa lá, não faltarão oportun de desenho. Delineariam, com idades, quem criatividade, vesti- ficou a perder foram eles! - respond dos para cerimónias especiais eu a mãe de , nomeadamente, ca- Anita. samentos, incluindo o vestido de noiva, batizados, - Estou a brincar, eles adoram passagem de ano, festas… e o o meu trabalho! prémio sucederia na – retorquiu Anita eufórica com a notícia. confeção do vestido elaborad o e uma viagem ao - Que bom! Brasil. Anita, nem pensou duas vezes, inscreveu-se, Apó s o estágio, onde Anita fez um logo após saber do concurso. excelente trabalho, a “equipa da moda” contratou-a. E assim Daí a três meses o resultado saíra . Não contacomeçou Anita, feliz, a realizar o seu sonho. va, mas… foi a grande vencedor a. Fez-se uma festa, com o vestido confecionado, que era “sem tirar nem Bárbara Franco, 6º A, nº 7 pôr”, um verdadeiro espetáculo, não havia nada pa-

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Histórias Livres A lâmpada da vida Vou contar uma história, não muito conhecida, mas tem de a ouvir com muita atenção. Certo dia de Outono, um jovem árabe, chamado Televoto, vê o seu pai a morrer. Mas, nem enfermeiros nem médicos tinham a cura. Teve, porém, conhecimento de uma lenda, que dizia existir uma lâmpada mágica, capaz de curar tudo. O jovenzinho convidou, então, o seu melhor amigo, Fuzilasses, a ir consigo encontrar a lâmpada que se encontrava um metro abaixo da lava do vulcão. E lá foram os dois, contentes, mas um pouco receosos do que poderiam encontrar. No caminho passaram por um enxame furioso. Televoto não se mexeu e as abelhas afastaram-se. Porém, Fuzilasses gritava e corria, tentando libertar-se das abelhas. Televoto gritou-lhe: -Não te mexas, elas ficam mais enervadas quando vêem pessoas a fugir. Pensam que levam o seu mel. -Está bem. Fuzilasses parou e, de facto, as abelhas foram-se embora. Continuaram o seu percurso. Passado algum tempo avistaram, lá ao longe, o vulcão. Ainda tinham que andar muito e temiam não ter forças para chegar até lá. Subitamente, Fuzilasses teve uma ideia: -E se nós nos mascarássemos de veados e atássemos uma corda à cinta? Poderíamos ser levados por uma águia que nos quisesse caçar. Assim, poderíamos saltar ao pé do vulcão e conseguiríamos lá chegar antes do pôr-do-sol. -Essa é a ideia mais estúpida que eu já ouvi em toda a minha vida! Hei, espera aí! Até pode resultar... pode mesmo... nunca pensei dizer isto, mas... Fuzilasses, és genial!

-Obrigado! E assim foi, os dois amigos mascararam-se de veados. Uma águia apanhou-os e, quando estava a meio do seu percurso para o ninho, Fuzilasses e Televoto destaram a corda e, sem a águia sentir, fugiram a sete pés. Observaram o vulcão e Televoto, o mais corajoso, preso por uma corda desceu ao fundo do vulcão. Contudo, sem querer, tocou na lava. Estranhamente, não se queimou... a lava do vulcão apenas se evaporou e o vulcão transformou-se num enorme lago de água. Televoto mergulhou, amarrou a lâmpada e trouxe-a consigo. No caminho de regresso, Fuzilasses caiu a um poço.Em desepero, gritou: -Televoto, ajuda-me! Televoto tentou puxar o amigo, porém não conseguiu. -Pede à lâmpada para me salvar! – disse Fuzilasses. Televoto hesitou. Só poderia pedir um desejo e esse seria ressuscitar o seu pai. Que fazer? Então lembrou-se: -Desejo voltar um mês atrás. De repente tudo ficou branco e recuaram no tempo. Televoto foi, então, a correr até à casa do seu pai e disse-lhe: -Pai, tens que te lavar já com o gel anti-pulgas. Podes ficar doente! O pai ainda resmungou, mas acabou por atender à ordem do filho. Televoto ficou contente por ter salvado o seu pai e o seu amigo. Ficou, também, a saber que a lâmpada mágica trazia com ela um truque na manga. Marina Carvalho, 6º D, nº 11

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Histórias Livres

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apelidos da família Sá e Fernandes S de Sá, Não gosta de comer maç ã. S de Sá, Brinca com a pá. S de Sá, Gosta de pegar na rã. F de Fernandes, Tem uns olhos grandes.

animais

N é o Nico, num pico. pi Que cou-se

Beatriz Sá, 6º D, nº 1

A é o Alexandre, Que é muito grande.

L de Lindo, Está sempre intervindo.

A é o António, Anda atrás do demónio.

M de Marques, Que brinca nos parques.

C é a Célia, É mais linda que a Zélia.

L de mais um Lindo, Esta sempre algo construindo.

L é a Luísa, Que nunca usa camisa.

C de mais um Carvalho, Que brinca com o orvalho.

M de Mariana, Que telefona com uma banana. Mariana Carvalho, 6º D, nº 11

C de Carvalho, Esquece-se sempre do cabeçalho.

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Histórias Livres O Rui tem medo de palhaços Era uma vez um menino chamado Rui, que vivia numa casa de praia. O Rui tinha imenso medo de palhaços e, quando havia a feira na praia, apareciam imensos palhaços por todo o lado. Até que chegou o grande dia da feira e, como sempre, o Rui foi para baixo da cama. A mãe ia sempre à feira e nesse dia perguntou ao Rui: -Não queres vir comigo? Ele respondeu: -Eu tenho medo de palhaços! Não quero ir! Mas, num certo dia, um homem bateu à porta e ele foi atender. -Bom dia, senhor. – disse o Rui. -Olá rapaz, sou o Emanuel! Preciso de ir à casa de banho. Posso usar a da tua casa? -Claro. Ele foi à casa de banho e voltou vestido de palhaço. -Tu és um palhaço da feira!!!!! Como é que entraste aqui! – disse o Rui, a chorar. -Não chores! Eu sou o Emanuel! -Não podes ser o Emanuel. – respondeu o Rui. -Sou, sou! Isto é só um fato. O Rui admirou-se com tal descoberta. Como é que o homem simpático que ele conheceu podia ser um palhaço?!? Até que percebeu que os palhaços não eram assim tão malvados e, desde esse dia, passou a ir, com a mãe, à feira

Ganhei o euromilhões Na segunda-feira, fui ao café. Estando lá, aproveitei e joguei no Euromilhões. Os números em que eu apostei foram: 2, 32, 4, 5, 33 e 7 e 1, nas estrelas. Se eu acertasse ganhava 1000000000000000€, o que era muito dinheiro. Comecei logo a pensar no que iria comprar: 2 ou 3 bugattis, um avião, um palácio de luxo, férias num hotel 5 estrelas... O resto iria para os pobrezinhos. Chegou sexta-feira, liguei a televisão e escolhi a TVI. Começou o sorteio dos números do Euromilhões, que foram: 2, 4, 5, 32, 33, e nas estrelas 1 e 7. Eu gritei cheio de alegria: “-GANHEI!!! GANHEI!!!”. Nem queria acreditar que tinha ganho 1000000000000000€! Na quarta feira da semana seguinte, de manhã, tinha no correio o cheque. Estava milionário!!! Fui tomar o pequeno almoço e vestir-me. Comprei uma casa de luxo, com garagem! De seguida, comprei 3 bugattis e um avião. Era enorme e bonito! Finalmente, fui ao Continente, comprei cereais e o restante dinheiro que ainda tinha dei-o aos pobres!

Carolina Martins, 6º A, nº 9

Nuno Afonso, 6º A, nº 19

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Histórias Livres

O meu dia de 12 anos começou logo de manhãzinha, quando acordei. Fui tomar o pequeno-almoço como se fosse um dia normal e reparei que os meus pais e a minha irmã estavam um bocado estranhos. Agi como se não fosse nada e continuei o meu dia. Chegámos à hora de almoço e eles continuavam com um comportamento estranho. Não agunetei mais e perguntei-lhes o que estava a acontecer. Eles responderam que nada se passava, mas eu não mudei a minha opinião. As horas passavam-se e os meus pais e a minha irmã estavam cada vez mais diferentes. Eram quatro horas da tarde e não via ninguém em casa. Então, fui a garagem procurá-los. Lá estavam eles, com todos os meus amigos e os familiares que puderam ir. Tinham-me preparado uma festa surpresa, que eu adorei! E assim se passou o dia em que eu fiz 12 anos, no qual eu tive a melhor festa de sempre.

O meu dia de anos costuma ser passado na minha casa, com a minha família e alguns dos meus amigos e amigas. É celebrado no dia 27 do mês de Março. A prenda de anos dos meus pais para mim é a mais valiosa, porque são os meus pais! Aliás, não há melhor prenda do que eles mesmos, pois são eles que me educam e que me dão uma vida melhor do que muitas outras pessoas têm. O almoço costuma ser a minha comida preferida, que é massa bolonhesa. Os ingredientes principais são massa e carne picada. No fim de almoçar, ficamos a jogar e a brincar até por volta das 16 horas. Depois, as pessoas cantam-me os parabéns e comemos o bolo de aniversário. É uma festa pequena, mas significa muito para mim!

André Calheiros, 6º A, nº 5

Beatriz Ramos, 6º A, nº 8

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POESIA

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O Tempo

Se eu pudesse

O sol faz um calor de arrasar, A chuva molha as crianças, A brisa fresca a soprar, A tempestade traz-me lembranças!

Se eu pudesse seria Um golfinho, por um dia. Seria cinzento e carinhoso, Grande e harmonioso.

“Tempestade forte e ventosa Vai-te embora” - diz o sol “A brisa vou abafar E acordar o rouxinol”

Viajaria pelo oceano atlântico Com sorrisos, como um romântico. Gostaria de conhecer sereias Deitadas numa ilha de areias.

“- Sol eu não me vou!” Tempestade sempre em grande! “- Quando minhas nuvens descarregar, Tu, sol, voltarás a brilhar!”

As lindas sereias, Na sua ilha de areias, A cantar e a dançar, Com os seus cabelos a brilhar.

Brilha o sol, Sopra o vento, Cai a chuva, Mas tudo sem tento!

Conheceria a menina do mar, Na sua gruta, a cantar; Os seus peixinhos a tratar E a sua amizade a dar.

Sol e chuva, Inimigos sem igual! Qual será, dentre os dois, Mais teimoso, afinal?

Beatriz Sá, 6º D, nº 1 Inês Silva, 6º D, nº 5

Ana Matos, 6º A, nº 1

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A

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O Pinguinho da flor - A lenda

Há muito tempo, no século XV, havia poucos tipos de flores; só existiam as lendárias margaridas, as catitas papoilas e as magníficas belas jóias. Na ilha Trato, existia, no meio de tantas flores, uma bela jóia chamada Branquinha, que era a mais bonita, mais elegante e mais florida de todas as belas jóias, que a invejavam, não sendo amigas dela. Certo dia, a linda Branquinha olhou para o calmíssimo regato que estava a seu lado e que era a sua única companhia; ela adorava o som do bater da água a correr e a bater nas pedras. Então, olhou para o tal regato e viu o reflexo de outra flor bela jóia, que lhe dirigiu a palavra: -Olá, eu sou o Sereno. -Olá, eu sou a Branquinha e vivo neste sítio há três anos. Aqui ninguém é meu amigo! E tu, que queres de mim? Vens-me pregar alguma partida? Ou gozar comigo? -Não, eu estava aqui e sempre estive. Também moro aqui, mas tu não me vias, porque havia um arbusto à frente, que foi cortado. -Ah, então podemos ser amigos - disse a Branquinha, rindo-se, dirigindo-se ao seu primeiro amigo. -Concordo – disse Sereno. Semanas depois, aquela amizade estava a ficar cada vez mais próxima, e mais... Até que um dia, Sereno diz à sua amiguinha especial: -Minha querida amiga, adoro a tua doce voz, a tua cor tão quente, o teu olhar tão perfeito. Gostava que tu, hoje à noite, fizesses comigo o “caminho destinado”. O caminho destinado era quando duas flores belas jóias olhavam para o centro da lua, descobrindo se eram feitos um para o outro, ou não. -Sim, por mim, tudo bem! Mas, vamos agora observar o louvável pôr do sol e esperar que a majestosa lua apareça. – disse Branquinha. Quando a lua apareceu, Branquinha e Sereno olharam um para o outro com uma cara de ansiedade e fitaram a lua. Ela brilhou e brilhou... e, no seu centro, mostrou Sereno e

Branquinha abraçados. Isto significava que eles tinham sido feitos um para o outro. Abraçaram-se e, suavemente, a boca de Sereno tocou na de Branquinha, num beijo apaixonado. O amor entre os dois flutuava no ar, até que um dia Sereno viu nascer duas papoilas e quatro margaridas que o beijaram, pensando que não tinha namorada. Branquinha olhou e sentiu o seu coração tornar-se roxo em vez de azul. Sereno olhou para ela, mas já era tarde, pois ela já estava roxa. Porém, ele explicou: -Ouve... foram elas, não fui eu! Eu só tenho olhos para uma única flor. -Ai sim?!? A mim parece-me que tens mas é olhos para duas margaridas e quatro papoilas. -Se não acreditas em mim, então, hoje olha para a Lua e terás a resposta. -Está bem! – respondeu Branquinha amargamente. Quando a Lua já estava no centro do céu, Branquinha olhou-a fixamente. Viu, nela, refletida a imagem de Sereno. Foi aí que Branquinha percebeu que Sereno tinha dito a verdade. De seguida, procurou-o e, quando o encontrou, disse-lhe, abraçando-o: -Peço desculpa! Estava enganada a teu respeito! -Não faz mal! – respondeu-lhe. Os dois abraçaram-se, chorando de alegria. E uma gota das pétalas de Branquinha caiu no chão, fazendo brilhar a terra e abrindo um buraco enorme, do qual saiu um arco-íris com uma rosa, a primeira rosa do mundo. Os dois ficaram comovidos por darem à luz o seu bebé. Criaram, assim, a quarta espécie de flores. A partir deste momento, foram-se criando diversos tipos de plantas, acabando por ficar as belas jóias conhecidas como “rainhas das flores”. Mariana Carvalho, 6º D, nº 11

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Histórias Livres

Uma viagem ao espaço Eu e o meu irmão estávamos sozinhos em casa, no nosso vigésimo quinto dia de férias, e resolvemos ir, na nossa trotineta voadora, ao espaço. De início, foi um bocado complicado conseguirmos pôr a voar a trotineta, mas, com esforço e persistência, conseguimos! Saímos do nosso jardim e fomos embora. Horas depois, chegámos ao espaço, aterrando em Marte. Vimos um monstro e escondemo-nos. O meu irmão, assustado, deu um grito, mas eu acalmei-o. O monstro avistou-nos, veio ter connosco e empurrou-nos, como se nos estivesse a pedir ajuda. Decidimos segui-lo e, mais à frente, encontrámos mais monstros, deitados em camas de carvão. Aproximámo-nos e observámos que estavam sem ar. Por sorte, eu e meu irmão tínhamos trazido vinte bombas de ar. Distribuímos a cada um uma bomba e, de repente, eles começaram a respirar. Agradeceram-nos muito e deram-nos um saco com três poderes: água; fogo e terra. Ficámos muito contentes, mas tínhamos que voltar. Despedimo-nos e nunca mais nos esquecemos daquela aventura. Mariana Carvalho, 6º D, nº 11

Tenho um amigo duende Olá, sou a Ivone, tenho onze anos e o meu melhor amigo é um duende que se chama João Guilherme. Ele tem dez anos. Nós somos amigos há seis anos, ou seja, desde que eu tenho cinco anos. A nossa amizade é tão grande, que eu até fico sem palavras para explicá-la. Ele mora na minha casa da árvore, que fica na rua 25 de Abril, no galho número trinta e dois. Ele está sempre bem disposto e, quando eu estou triste, ele põe-me logo a rir. Aliás, essa é a sua principal caraterística: é muito bem disposto. Não há melhores dias do que aqueles em que ele me consola. Há dias em que, antes de me deitar, vou buscá-lo e dormimos os dois. Ele não é um amigo qualquer! Sabe como reagir a uma má noticia, sabe como lidar com os seus próprios problemas e, principalmente, sabe como lidar com os problemas dos seus amigos. E isto e que é ser um verdadeiro amigo: é estar sempre atento e ajudar. Ele é mesmo fixe! É o melhor! Ivone Ponte, 6ºA , nº 14

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Histórias Livres Sou jogador do Real Madrid Eu sou jogador de futebol e gosto muito do meu trabalho. Um dia, fui comprado pelo Real Madrid e senti-me muito feliz, pois o Real Madrid é o meu clube preferido da liga Espanhola. O meu primeiro jogo foi contra o Barcelona, no qual joguei ao lado do Cristiano Ronaldo. Para mim, foi a maior alegria, porque o Ronaldo é um grande jogador. Nesse jogo nós ganhamos por 4-3. Eu fui o único marcador da minha equipa. Fiz um poker e todos me aplaudiram. O nosso estádio chama-se Santiago Bernabeu e é muito grande. O meu número de camisola é o 9. As nossas camisolas são brancas e douradas, com letras em preto.

Na semana passada, voltámos a jogar contra o Barcelona. O estádio estava cheio, com toda a gente a vibrar de alegria, e conseguimos ganhar por 0-2. Quem inaugurou a baliza foi o Ronaldo e os adeptos aplaudiram. A seguir fui eu que marquei. Senti-me o maior! Nós conseguimos ganhar a Taça do Rei, que é uma taça muito bonita. Todos os jogadores ficaram encantados com ela e eu senti-me muito orgulhoso por fazer parte desta conquista. É assim o meu clube - o Real Madrid - e é assim a minha história, a de um jogador deste grande clube. Pedro Parente Rego, 6º A, nº 20

Visita ao Pai Natal No dia 22 de Dezembro, o André decidiu fazer uma viagem ao Pólo Norte, pedir ao Pai Natal se o podia ajudar a escolher os presentes para ele oferecer à sua família. Quando lá chegou, viu o pai natal a distribuir presentes por todas as ruas e todas as pessoas o cumprimentavam. O André, então, aproximou-se do Pai Natal e disse-lhe: -Pai Natal, venho pedir-te um favor? -Claro, meu menino! Diz lá o favor que queres. -Queria que me me dissesses onde posso arranjar os presentes para a minha família. - Está bem! Vou-te dizer uma loja que tem tudo do bom do melhor: a Worten. -Obrigado! Só que tenho outro problema: não sei o que lhes hei-de oferecer. - Oh, oh, oh... Não te preocupes com isso. Eu vou lá contigo e ajudo-te a escolher! E lá foram os dois à Worten, onde compraram os presentes de Natal. No dia de Natal, o André oferecu as prendas aos seus familiares, que ficaram muito satisfeitos.

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Margarida Sousa, 6º A, nº 17


RECEITAS

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Arroz Doce Ingredientes:

Aletria antiga

500 g de arroz 400 g de açúcar 8 gemas 2 litros de leite 1 casca de limão Canela (decoração)

Ingredientes (para 6 pessoas): 500 g de aletria 4 cascas de limão 500 g de açúcar 1 litro de água 1 litro de leite 100 g de manteiga Sal q.b.

Preparação:

Preparação:

Numa primeira fase, deverá juntar-se leite, água, manteiga, açúcar e limão. Leva-se o preparado anterior ao lume. Quando tudo isto começar a ferver, junta-se a massa e, quando esta estiver devidamente cozida, coloca-se “estendida”num tabuleiro. Deverá ser cortada em pedaços para ser servida.

Põe-se, num tacho, um pouco de água e sal. Depois, deita-se o leite e uma casca de limão. Quando estiver a ferver, deita-se o arroz. Depois de o arroz estar cozido, deita-se o açúcar. A seguir, batem-se muito bem as gemas (juntar um pouco de açúcar e, ao estarem bem batidas, acrescentar um pouco de leite) e junta-se ao restante preparado. Coa-se e vira-se, pouco a pouco, dentro do tacho, mexendo bem. Quando estiver pronto, coloca-se na travessa ou pratos e decora-se a gosto, com canela.

Diogo Grácio Franco, 6º C, nº 6 Rui Martins Gigante, 6º C, nº 18

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Histórias Livres Formigos

Ingredientes:

Ingredientes:

Sardinhas em divina d’alho de vinho tinto Molho verde Farinha de milho Fermento Farinha de centeio Sal

1 litro de água 250 g de pão 1 colher de mel 1 colher de sopa de margarina 1 pitada de sal frutos secos, nozes e pinhões.

Preparação:

Modo de preparação:

Junta-se a farinha de milho, o sal e a água a ferver. Mistura-se muito bem, com a escaldadeira. Passada meia hora junta-se a farinha de centeio e o fermento. Amassa-se muito bem e, quando estiver bem amassado, deixa-se a levedar. Quando a massa estiver levedada, pega-se num tabuleiro de barro e cobre-se o fundo do tabuleiro com massa. De seguida, põe-se as sardinhas e cobre-se com outra camada de massa. Quando estiverem cobertas, junta-se um pouco de farinha de centeio, para alisar a massa. No fim, leva-se ao forno.

RECEITAS

Bolo de sardinhas

Põe-se água a ferver e mistura-se o pão, o mel, a margarina e o sal. Deixa-se cozer bem o pão e, por fim, colocam-se os frutos secos. Da minha avó Maria

José Pedro 6ºc nº12

Pastelão Ingredientes: Ovos Sal Cebola Toucinho Farinha

Preparação. Coloca-se o toucinho na fritar numa sertã. Depois, corta-se a cebola numa bacia, parte-se os ovos e misturam-se com a cebola. De seguida, acrescenta-se a farinha e o sal, mexendo tudo. No fim, frita-se em cima do toucinho. Estando frito, está pronto! Avó materna (avó do Castelo) São as duas receitas da minha avó. Rui Cristino, 6º C, nº 17

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Histórias Livres O cão abandonado A Carlota tinha um sonho muito engraçado, que era ter um cão para poder brincar com ela. Um dia, saiu da escola e, quando se aproximou da sua casa, encontrou um cão abandonado, cheio de frio, com fome e sede. Carlota nem estava a acreditar no que estava a ver. Aproximou-se e o cão, quando a viu, ficou muito contente e começou a brincar e a saltar. A Carlota olhou para ele e percebeu que era um cão abandonado. Ela, toda contente, pegou no cão, pô-lo dentro de casa e foi procurar um cobertor velho, para este animal se poder deitar. De repente, o cão começou a ladrar, porque estava cheio de fome. Ela foi ao frigorífico, tirou de lá um bocado de carne e deu ao cão, para ele comer. A alegria deste animal era tanta que comeu tudo de uma só vez. De seguida bebeu água até se fartar. Já satisfeito, deitou-se no cobertor e adormeceu! Quando os pais chegaram a casa, à noite, estavam com fome. Foram ao frigorífico e viram que faltava a carne que ali tinham posto no dia anterior. Carlota disse-lhes que tinha dado a carne a um cão abandonado, que encontrara à porta de casa. Eles compreenderam e deram-lhe os parabéns pela sua atitude. Nome: Andreia Sousa, 6º A, nº 6

A Crise! Esta palavra define-se por: período indefinido de tempo, em que um país sofre alterações a nível económico, social e político. A nível económico, as pessoas perderão o poder de compra, aumentará o desemprego, haverá mais impostos, o preço dos produtos alimentares e outros aumentará, devido à subida do I.V.A e perder-se-á qualidade de vida. Até a saúde será cada vez mais cara. A nível social, o rico tornarar-se-á se cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre. Deixará de existir classe média. A nível político, há a probabilidade de haver maior instabilidade, que poderá levar a eleições antecipadas. Portugal e a sua população estão a sofrer já com o impacto da crise. Por isso, aconselho a fomentar o emprego, incentivar à poupança, reduzir ao consumo fútil, com objectivo de melhorar a qualidade de vida do país e da sua população, levando este a navegar em águas mais calmas e rumar a bom porto. É importante combater a fuga aos impostos, a corrupção por parte do governo e credibilizar a justiça, de maneira a que os pobres sejam tratados da mesma forma que os ricos. Mariana Viana, 6ºA, nº 18

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Histórias Livres

Negócio falhado! O João desejava muito ganhar dinheiro sem esforço. Queria arranjá-lo assim, através de golpes de sorte ou de esperteza… Claro que isso teria de ser o mais depressa possível, pois o Natal aproximava-se e as montras já estavam cheias de brinquedos que ele queria comprar. Um dia, notou que no centro comercial da sua cidade havia à venda uns passarinhos raros, que custavam muito dinheiro. Então teve uma ideia: -Já sei! Vou pegar num pardal e pintá-lo da mesma cor que os do Centro Comercial. Depois, vendo-o pelo mesmo preço. Se resultar vou, decerto, ficar rico. A ideia parecia-lhe genial, mas, na sua mente, ainda surgiam dúvidas, tais como: “Será que a tinta vai pegar?”; “Quanto tempo permanecerá ela no pássaro?”; “E se ele não ficar igual ao modelo?” O João decidiu fazer uma experiência. Comprou uma latinha de tinta e foi para o quintal da sua casa, onde havia muitos pardais, mesmo no Inverno. Preparou uma armadilha com uma caixa de papelão, um pauzinho e um cordel. Depois armou-a. Colocou umas sementinhas por baixo e ficou à espera. Passado al-

gum tempo…zás! Um pardalito incauto foi atraído pelos grãos e ficou debaixo da caixa. Ele pegou no animalzinho com cuidado e começou a pintar-lhe primeiro as asas, depois o peito, a cabeça… até que ficou todo azulinho. Em seguida, colocou-o numa gaiola e foi pô-lo ao sol, a secar. Uma hora depois o João já estava à porta do mercado, junto dos vendedores ambulantes, a gritar frases como estas: “-Quem quer comprar este lindo passarinho?” Então apareceu um senhor que lhe perguntou: - Quanto queres pelo pássaro? - Cinquenta euros. O senhor deu-lhe o dinheiro e o João todo contente foi a correr comprar um brinquedo. No momento de pagar, o senhor da loja de brinquedos disse-lhe que a nota era falsa e que, por isso, não poderia levar o que ele queria. O João foi para casa, começou a chorar e disse que nunca mais iria enganar ninguém. João Rolo, 6º A, nº 15

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ESCOLA EB 2,3/S PINTOR

JOSÉ DE BRITO

Publicação Digital para divulgação de textos realizados pelos alunos das turmas do 6ºAno

Coordenação: Prof. Fernando Marinho Profª Manuela Felgueiras Paginação e grafismo: Prof. Fernando Marinho


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