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Sob forte pressão de interesses econômicos, Marco Civil da Internet está para ser votado pelo Congresso Nacional >> Páginas 4 e 5

LONDON EDITION Nov 19th - 2nd 2013

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Festival de cinema traz para Londres variada seleção de filmes contemporâneos de idioma português >> Páginas 16 e 17

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META: TRAZER NEGÓCIOS AO REINO UNIDO No lançamento do programa Sirius - plano do governo britânico para atrair empreendedores - em São Paulo, jovens brasileiros apresentam ideias inovadoras para o Reino Unido >> Páginas 10 e 11 Foto: Charle Marshall/Flickr

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EM FOCO Jango e o ‘Mensalão’

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BRASILIANCE Marco Civil da Internet está para ser votado

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BRASIL NO UK Índios do Brasil em debate em Oxford

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UK NO BRASIL

LONDON EDITION Nov 19th - 2nd 2013 EXPEDIENTE

National History Museum no Brasil

EDITORA - CHEFE

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PERFIL

ana toledo ana@brasilobserver.co.uk

Malu de Martino, uma flor rara

EDITORES

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REPORTAGEM DE CAPA Ideias inovadoras para o Reino Unido

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A CAMINHO DA COPA Sorteio dos grupos e impactos da Copa

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CONECTANDO A música independente do menor Estado do país

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BRASIL OBSERVER GUIDE Utopia Film Festival e muito mais...

guilherme reis guilherme@brasilobserver.co.uk kate rintoul kate@brasilobserver.co.uk

RELAÇÕES PÚBLICAS roberta schwambach r o b e r t a @ b r a s i l o b s e r v e r. c o . u k

COLABORADORES Antonio Veiga, Gabriela Lobianco, Inner Space, Luciane Sorrino, Nathália Braga, Renato Brandão, Ricardo Somera, Rômulo Seitenfus, Rosa Bittencourt Shaun Cumming, Wagner de Alcântara Aragão, Zazá Oliva

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃO wake up colab

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16 - 17 CAPA DO GUIA 18 GRINGO`S VIEW 19 NINETEEN EIGHTFOUR 20 - 21 TRAVEL 22 GOING OUT 23 COOL HUNTER 24 MIND & SOUL 25 FOOD

E D I T O R I A L

DISTRIBUIÇÃO

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IMPRESSÃO

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ASSESSORIA CONTÁBIL

CONECTANDO O BRASIL E O REINO UNIDO por Ana Toledo – ana@brasilobserver.co.uk

Em nossa primeira edição, pautamos para a reportagem de capa a participação brasileira no World Travel Market, principal feira do setor de turismo do mundo que aconteceu em Londres – e que inclusive premiou Bonito-MS como o Melhor Destino para Turismo Responsável (leia mais nas páginas 20 e 21). Já para esta segunda edição, fizemos o caminho inverso, com o intuito de mostrar a ação do governo britânico no Brasil através do lançamento oficial, em São Paulo, do programa Sirius, desenvolvido pelo UK Trade & Investment (UKTI). Dessa maneira, buscamos valorizar esta via de mão dupla que fortalece o intercâmbio de conhecimento e que coloca o Brasil em posição de destaque como player internacional, agregando ao conceito ‘glocal’, no qual as duas pontas são valorizadas na troca de possibilidades. Ao lado, na página 3, destacamos relevantes fatos que

digala@wakeupcolab.com.br

estão na ordem do dia no Brasil: a exumação do corpo do ex-presidente João Goulart e a prisão dos chamados “mensaleiros”. Fatos que merecem destaque, e com viés de reflexão sobre o papel da mídia em importantes acontecimentos políticos da história do Brasil. Diretamente de Aracaju, o projeto Conectando traz sua primeira matéria para o impresso, com um texto sobre bandas sergipanas emergentes, mostrando que o menor Estado do Brasil é celeiro de produção musical de alta qualidade, misturando sons desde a música instrumental contemporânea ao rock psicodélico. E, é claro, usando a cultura popular como referência. Confira na página 14. Desfrute a edição e mantenha contato conosco! Acompanhe nossas atualizações em www.facebook.com/brasilobserver.

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EM FOCO João Goulart: um olhar para o passado Por Guilherme Reis

Os restos mortais do ex-presidente da República João Goulart foram recebidos em Brasília no dia 14 de novembro. O corpo de Jango, como era conhecido, havia sido exumado um dia antes, em São Borja (RS), e será submetido à perícia da Polícia Federal, na capital. A exumação faz parte de uma investigação para esclarecer se a causa da morte de João Goulart foi mesmo um ataque cardíaco, conforme divulgaram na ocasião as autoridades do regime militar. Deposto pela ditadura militar (19641985), Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. O objetivo da exumação é descobrir se ele foi assassinado. Por imposição do regime militar brasileiro, Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por uma autópsia. Desde então, existe a suspeita de que a morte de Jango tenha sido articulada pelas ditaduras do Brasil, da Argentina e do Uruguai. Tal articulação teria ocorrido sob o comando da Operação Condor, que foi um esquema organizado pelos sistemas repressivos das ditaduras da região em conjunto com a CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos, para aniquilar movimentos de esquerda que lutavam contra os regimes militares da América do Sul. Mário Neira Barreiro, um antigo espião da polícia uruguaia, afirmou em diversos depoimentos que vigiava a família Goulart no exílio e que havia um plano para causar a morte de Jango. Segundo o ex-agente, a polícia secreta do Uruguai confiscou um frasco de remédio do ex-presidente e trocou apenas um comprimido por outro que tinha uma substância letal para acelerar o processo cardíaco, forçando um infarto. Outros depoimentos reforçam a tese – alguns deles podem ser vistos no documentário ‘Dossiê Jango’, de Paulo Henrique Fontenelle, entrevistado para a edição passada do Brasil Observer. Para se chegar a uma resposta, serão feitos exames em Brasília e em laboratórios internacionais. A primeira etapa é a análise antropológica, que detalhará informações sobre substâncias venenosas que eram usadas no Brasil, na Argentina e no Uruguai e podem ter causado o envenenamento do ex-presidente. Nesse momento, serão reunidos dados médicos e pessoais de Jango. Além disso, será feita a análise do DNA. A segunda etapa da perícia será o exame toxicológico dos restos mortais de Goulart para confirmar se houve envenenamento.

Como se sabe, João Goulart assumiu a presidência do Brasil de forma legítima e foi deposto antes de colocar em prática uma série de medidas que visavam uma reforma profunda na sociedade brasileira, as chamadas reformas de base, que entre outras coisas previam a reforma agrária. Sua volta ao país sempre foi tratada com muita preocupação pelo regime militar, pois o político tinha grande apoio da população. Naquela época, apoiados pelos estadunidenses, os militares sul-americanos assumiram para si a tarefa de acabar com um suposto comunismo emergente na região. O resultado é história: anos de repressão e atraso no desenvolvimento democrático.

‘Mensaleiros’ presos I Foram expedidos no dia 15 de novembro os mandados de prisão de 12 condenados na Ação Penal 470, mais conhecida como processo do “Mensalão”, esquema de corrupção pelo qual, segundo julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), membros do Partido dos Trabalhadores (PT) usaram dinheiro público para comprar votos favoráveis de parlamentares de outros partidos, através da colaboração de empresas privadas e instituições financeiras. A decisão sobre a execução das penas, que em alguns casos ultrapassam dez anos, foi tomada na quarta-feira (13) após os ministros rejeitarem os segundos embargos de declaração apresentados pelos réus condenados no processo. Entre os condenados, destacam-se o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula, José Dirceu, e o ex-presidente do PT, José Genoíno. Dos 12 mandados de prisão somente um não foi cumprido, o do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, que fugiu para a Itália e é considerado foragido pela Polícia Federal.

‘Mensaleiros’ presos II Para além da discussão jurídica do processo, conduzido pela corte máxima do país, vale analisar as ações da mídia em torno do caso e a reação em massa da sociedade brasileira com a prisão de líderes do Partido dos Trabalhadores. Há, é inegável, um ódio evidente em relação ao PT. E isso pouco tem a ver com senso de justiça. São inúmeras as declarações raivosas a favor das prisões, senão a morte, de Dirceu e Genoíno em

É representativo o fato de o corpo do ex-presidente João Goulart ter sido recebido em Brasília na mesma semana da execução dos mandados de prisão dos condenados no Foto: Agência Brasil processo do “mensalão” diversos cantos do país. Criou-se um consenso em parte considerável da população de que PT é sinônimo de roubalheira. De que absolutamente nada que vem do partido, presta. Tal visão é claramente forjada pela chamada grande imprensa, que transformou a Ação Penal 470 no “maior caso de corrupção da história do país”, quando, no máximo, o caso representou o maior circo midiático da história do país. É sabido que a grande mídia brasileira, a mesma que ficou ao lado dos militares golpistas que derrubaram Jango da presidência, não trata com o mesmo afinco casos de corrupção que têm outros partidos no centro das denúncias. É superficial, portanto, o sentimento que se tenta espalhar aos chamados “cidadãos de bem” de que a prisão dos “mensaleiros” representa o fim da impunidade no país. O buraco, evidentemente, é mais em baixo, e não é debatido como se deveria. Um exemplo básico de que o problema é bem maior é o modelo de financiamento de campanha. Explicando grosseiramente: uma empresa privada, como uma construtora, doa milhões de reais para um partido ou político fazer campanha baseada em marketing – que é o que ganha eleição no Brasil. Quando eleito, esse político ou partido trabalha a favor da construção de uma obra e, através de licitações fraudadas, passa o serviço para a construtora da qual havia recebido a

“doação”. Isso acontece no país de forma generalizada, e está longe de ser prática exclusiva de um ou outro partido.

‘Mensaleiros’presos III Por outro lado, não leva a lugar algum a reação oposta de parte dos simpatizantes do PT que tratam de se esgoelar em defesa dos condenados e tratar tudo e todos que criticam o partido como inimigos. Um partido que, durante os anos de oposição na década de 1990, era sempre o primeiro a apontar o dedo aos corruptos, não pode justificar o “mensalão” dizendo que foi “simplesmente” caixa dois de campanha, pois isso também é errado. É evidente que a grande mídia e os partidos de oposição, ao esfregar na cara da sociedade as prisões de Dirceu e Genoíno, tentam na verdade atingir fatalmente o PT – fizeram o mesmo quando acusavam desenfreadamente o governo de Jango de comunista, e deu no que deu. Cabe ao partido e aos simpatizantes de suas políticas um olhar sem medo aos erros e o enfrentamento do debate que se avizinha pelo comando do próximo ciclo de desenvolvimento do país, para o qual o ano de 2014 será crucial. E, agora, independentemente de posição ideológica, cabe à sociedade como um todo entender a correlação das forças políticas que estão em jogo. Uma busca por fatos do passado ajuda a entender o


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BRASILIANCE NO CONGRESSO

A INTERNET BRASILEIRA AMEAÇADA Câmara dos Deputados colocará em votação projeto de lei que regulamenta o setor, mas garantia da liberdade de expressão, do acesso universal e da privacidade dos dados está posta em xeque pela pressão de interesses econômicos. Por Wagner de Alcântara Aragão

O Brasil corre o risco de aprovar uma legislação para regulamentar a internet que venha a se tornar uma ameaça à liberdade de expressão e ao direito à comunicação social no país. É o alerta que vêm fazendo movimentos sociais, especialistas e parte dos próprios legisladores sobre o desvio de percurso sofrido pelo chamado Marco Civil da Internet, o qual se esperava ser votado pela Câmara dos Deputados, finalmente, na terceira semana de novembro. Não que a falha esteja na proposta original. Ao contrário. O projeto de lei federal que institui o marco regulatório começou a ser construído pelo governo brasileiro em 2009, em processo que contou com a contribuição de representantes da sociedade; em 2010, chegou a receber sugestões de internautas por meio

de um ambiente virtual criado exclusivamente para a coleta de propostas. No entanto, a pressão de interesses de grandes grupos econômicos, principalmente das operadoras de telefonia, provedores e de conglomerados de comunicação, pode fazer com que o texto original do projeto seja descaracterizado. Essa pressão se intensificou de dois meses para cá, desde que a presidenta Dilma Rousseff, em setembro, enviou mensagem à Câmara dos Deputados pedindo urgência na tramitação do projeto de lei, depois que vieram à tona os casos de espionagem dos Estados Unidos sobre o Brasil. São pelo menos três os pontos cruciais defendidos pelo governo brasileiro, por legisladores do campo progressista e por movimentos sociais, e que enfrentam resistência do poder econômico: o conceito de neutralidade da rede, a obrigatoriedade de armazenamento de dados dos internautas brasileiros em servidores localizados dentro do território nacional e a garantia da liberdade de expressão e de publicação de conteúdos. Desses três, o conceito de neutralidade da rede é o mais elementar, tanto na avaliação do relator do projeto, deputado federal Alessandro Molon, como na do presidente da comissão que discute na Câmara o assunto, deputado federal João Arruda. É, ao mesmo tempo, o item que mais sofre oposição dos grupos econômicos e dos parlamentares e analistas alinhados às teorias de liberalização do mercado. Para os dois deputados, estabelecer no marco regulatório o conceito de neutralidade da rede é imprescindível, até para que outros direitos - como o da liberdade de expressão - sejam assegurados. A neutralidade da rede vai impedir, por exemplo, que a operadora libere acesso ilimitado a redes de maior interesse - como Twitter, Facebook e Youtube - só aos usuários que contratarem um plano mais “nobre”, portanto mais “caro”. Proíbe que uma operadora limite a quantidade de acessos a esses ou outros sites de acordo com o plano adquirido pelo usuário. O único critério que poderá ser utilizado pela operadora para diferenciar seus pacotes é o da velocidade da conexão, não o de sites e redes mais ou menos “populares”. Justamente por não restringir o acesso a sites em função do preço do pacote é que a neutralidade garante a todos, independentemente da condição financeira, a liberdade de acessar e se expressar no espaço virtual que considerar mais conveniente. Sem o princípio da neutralidade, tem-se o iminente risco de que só os mais favorecidos economicamente terão chance de publicar seu comentário, sua informação, sua opinião, seu vídeo ou sua foto nas redes de maior audiência. Quem não tiver dinheiro para pagar um plano que permita acesso aos sites mais buscados, terá de se contentar em, no máximo, se expressar em espaços de menor audiência. Exemplificando: quem puder pagar mais, conseguirá utilizar o Facebook; quem não puder que se satisfaça apenas com o Orkut mesmo. Mas não é só na oposição à neutralidade da rede que a liberdade de expressão está em xeque se o Marco Civil da Internet for aprovado com cessões à pressão dos grupos econômicos. Há também esse risco se for incluída no texto final a possibilidade de se obrigar extrajudicialmente usuários detentores de perfis em redes sociais, de blogues e sites a retirarem do ar

material cujo direito autoral/patrimonial seja reivindicado por terceiros. As Organizações Globo encabeçam esse pleito. Na prática, isso permite que um blogueiro seja forçado, mesmo sem ordem judicial, a remover algum texto ou vídeo de terceiro caso este alegue violação do direito autoral/patrimonial. Nesse caso, mais do que restringida, a manifestação artística, cultural ou de opinião tende a ser cerceada, na avaliação de movimentos sociais engajados na área de comunicação. Afinal, o usuário da internet se sentirá previamente constrangido em se expressar utilizando de conteúdos de outros, dado o risco de ser inquirido a suspender sua produção e arcar com eventuais danos decorrentes de supostos (porque não seriam necessariamente julgados) usos indevidos. Já a obrigatoriedade de que os dados de internautas sejam armazenados, pelos provedores, em servidores instalados no Brasil é o item que vai ao encontro da urgente necessidade de o Estado brasileiro garantir a privacidade de seus cidadãos. Foi diante das espionagens como a norte-americana, recentemente descobertas, que o governo federal identificou no Marco Civil da Internet o instrumento para proteger o país de tais investidas. Dada à gravidade dos fatos que vieram à tona, a própria presidenta Dilma Rousseff assumiu para si a incumbência de motivar a aceleração da apreciação da matéria pelo Legislativo, ao pedir o regime de urgência na tramitação. A votação do projeto de lei já esteve em pauta nas sessões da última semana de outubro e nas duas primeiras de novembro, mas foi retirada exatamente pela falta de consenso derivada da pressão exercida pelos grandes grupos econômicos. A mais recente previsão é de que a apreciação entrasse na pauta dia 19 de novembro.


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HISTÓRICO DO PROJETO - Em 2009, o governo brasileiro, em trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça, começa a elaborar o projeto de lei que institui o marco civil para a internet no país. - Entre abril e junho de 2010, por 45 dias uma versão preliminar do anteprojeto é colocada na internet para consulta pública e acolhimento de críticas e sugestões. - Em agosto de 2011, a presidenta Dilma Rousseff encaminha o projeto ao Congresso Nacional. A partir de então, o projeto tramita na Câmara dos Deputados; audiências públicas e seminários regionais são promovidos. Fotos: Agência Brasil

- Em setembro de 2013, depois que o ex-agente Edward Snowden, da agência de segurança dos Estados Unidos, revelou casos de monitoramento de comunicações feitas pelo governo norte-americano, inclusive de contatos pessoais da presidenta Dilma Rousseff, esta envia à Câmara dos Deputados um pedido de urgência para o projeto do Marco Civil da Internet. Dilma defende que o marco estabelece regras que asseguram a privacidade dos usuários da rede no Brasil. - Com o pedido de urgência, a Câmara tem 45 dias para colocar o projeto em votação pelo plenário. Enquanto o projeto não é apreciado, a pauta é trancada.

PERSONAGENS - Os deputados Alessandro Molon (foto à esquerda), pelo Rio de Janeiro, do Partido dos Trabalhadores (PT), relator do projeto de lei do Marco Civil da Internet, e João Arruda, pelo Paraná, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), presidente da comissão especial criada para discutir o projeto, estão entre os parlamentares a defender os principais pontos previstos no texto original da proposta. - Por outro lado, o deputado Eduardo Cunha (foto à direita), do Rio de Janeiro, do PMDB, tem se sobressaído como principal liderança entre os que pleiteiam as alterações defendidas principalmente pelo Sinditelebrasil (sindicato que reúne as operadoras de telefonia) e pelas Organizações Globo. Em pronunciamento na Câmara dia 6 de novembro e pela sua conta no Twitter, o parlamentar tem declarado que a defesa da neutralidade tem sido sustentada por razões “ideológicas” e não técnicas ou legais.

De que lado você está nesse debate? Dê sua opinião @brasilobserver #MarcoCivildaInternet


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BRASIL NO UK DESENVOLVIMENTO

Populações indígenas do Brasil em debate Em rara oportunidade de ouvir um dos maiores conhecedores de grupos indígenas do mundo, Dr. John Hemming, britânicos e residentes do Reino Unido são encorajados a aumentar seus conhecimentos sobre o tema. Por Kate Rintoul

Índios estão mais preparados para enfrentar o século 21?

O centro de estudos sobre florestas tropicais de Oxford (Oxford Centre for Tropical Forests, em inglês) realiza no dia 29 de novembro um debate sobre os desafios enfrentados pelos milhares de indígenas brasileiros no século 21. Ainda que essas populações enfrentem até hoje extremas dificuldades, avanços em questões relativas às demarcações de terra e o reestabelecimento do orgulho indígena fazem com que eles estejam mais preparados do que nunca para estreitar relações com os tempos modernos. Quem estará à frente do debate no final do mês na cidade de Oxford será o Dr. John Hemming, veterano explorador de 78 anos que sabe o lado bom e ruim da experiência indígena. O evento é gratuito (vagas podem ser reservadas em https://bookwhen.com/octf) e muito recomendado para aqueles que querem se manter conectados com a cultura brasileira mesmo no exterior. Nascido no Canadá e graduado em Oxford, Hemming tinha apenas 25 anos quando foi pela primeira vez ao Brasil descobrir territórios inexplorados junto com os colegas Richard Mason e Kit Lambert, em 1961. Ainda que possamos pensar que o Brasil e o Reino Unido

Foto: Reprodução

só começaram a colaborar em pesquisas científicas nos últimos anos (como temos visto diante das iniciativas do programa Ciência sem Fronteiras), Hemming estava abrindo caminho na área há tempos. A viagem foi comissionada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pediu aos três jovens que pesquisassem florestas desconhecidas, seus rios e populações. A primeira expedição de Hemming, porém, terminou em tragédia – a desconhecida tribo Panará armou uma emboscada que terminou com a morte de Richard Mason. Apesar disso, Hemming continuou disposto a continuar sua investigação, chegando a fazer contato com a tribo Panará e visitando eles novamente em 1998. Durante um ano sozinho (1972-73), Hemming visitou 45 tribos pelo Brasil; ele foi a primeira pessoa a fazer contato com muitas dessas populações. Hemming catalogou suas experiências e descobertas em três volumes sobre grupos indígenas no Brasil, o que lhe rendeu grande visibilidade e críticas positivas. O comprometimento em estudar as florestas brasileiras também rendeu a Hemming o título da Ordem Nacional do

Cruzeiro do Sul, entregue pelo governo do Brasil em 1998, e um longo mandato como diretor do ‘Royal Geographical Society’, embora ele tenha sempre permanecido uma figura carismática. Em uma entrevista à instituição britânica ‘Friends of the Earth’ durante a celebração dos 40 anos da entidade, Hemming disse: “Eu vi a Amazônia pela primeira vez em 1961, aos 25 anos, e me apaixonei. Eu estava explorando o Iriri, que então era considerado o maior rio ainda inexplorado do mundo, com dois amigos e nossos guias indígenas. O governo brasileiro nos autorizou a nomear as áreas, então demos os nomes de nossas namoradas brasileiras. Foi algo um pouco constrangedor depois”. Sem dúvida foram a maneira de ser de Hemming e seu senso de humor que o ajudaram a encontrar populações indígenas e também se tornar uma liderança na luta contra o desmatamento. Em situações nas quais alguns cientistas falham ao passar suas mensagens, Hemming sempre soube como engajar as pessoas na luta pelo do meio ambiente ligando sua proteção com nossas atitudes diárias. Na mesma entrevista, ele disse: “O que podemos fazer para ajudar? Coi-

sas simples como evitar peças de mogno, comer soja de plantações éticas e apoiando organizações. Todos nós temos que agir como guardiões das florestas”. Esse debate é uma oportunidade fantástica de descobrir mais sobre as questões modernas que estão sendo enfrentadas pelos índios do Brasil, assim como explorar os motivos pelos quais todos devemos nos interessar pelas florestas brasileiras e fazer nossa parte. O centro de estudos de florestas tropicais de Oxford foi estabelecido em 2008 e recebe diversos eventos e debates. Com uma vasta rede de organizações, incluindo instituições de caridade, negócios privados e vários grupos de pesquisa da Universidade de Oxford, o centro procura construir conhecimento e políticas para a proteção das florestas tropicais. Com o Brasil na corrida industrial e econômica para se tornar uma potência, mais do que nunca é hora de refletir sobre o que esse futuro significa para todos os brasileiros, inclusive àqueles que pertencem a outra tribo.


UK NO BRASIL

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CULTURA E PESQUISA

Museu de História Natural de Londres busca parcerias no Brasil Depois de acordos firmados entre o V&A Museum e o Museu Nacional da República, mais projetos de cooperação entre instituições culturais brasileiras e britânicas devem ser anunciados em breve. Por Nathália Braga

As relações entre brasileiros e ingleses não poderiam estar melhores. Além da boa política entre Brasil e Reino Unido resultante da passagem dos Jogos Olímpicos de Londres 2012 para o Rio 2016, o setor cultural também tem mostrado bons avanços. Depois da parceria firmada este ano entre o Museu Nacional da República e o Victoria & Albert Museum, mais notícias podem vir por aí. Entre os dias 5 e 13 de novembro, o diretor do Museu de História Natural de Londres, Dr. Michael Dixon, visitou o Brasil para participar de reuniões com o objetivo de ampliar o alcance do museu – que já é um dos maiores do mundo – por meio de projetos de educação e cultura em conjunto com o país. O diretor passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília e conversou com representantes de importantes instituições como Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, o Instituto Inhotim, em Minas Gerais, e o Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Além desses encontros, fez também reuniões com a Fapesp e Faperj – Fundação de Amparo à Pesquisa dos Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente –, e com os museus paulistas de geociências, arqueologia e zoologia. Apesar da agenda lotada, por enquanto ainda tudo está em fase de especulação, segundo apurou a reportagem do Brasil Observer. A visita tratou-se de um primeiro momento de reconhecimento das oportunidades existentes no Brasil. “Por enquanto, não é possível divulgar nenhum acordo formal feito durante essa passagem dele [do diretor] pelo país”, informou a assessoria de imprensa do Consulado Britânico no Brasil. Antes da viagem, o diretor, por sua vez, afirmou em nota: “Já temos fortes

conexões com o Brasil. Muitos pesquisadores nos visitam em Londres para conversar com nossos cientistas e acessar as coleções do museu. Da mesma forma, os nossos cientistas costumam viajar ao Brasil para trocar conhecimentos. Essa visita expressa a importância que damos às relações com o Brasil”. Turismo e ciência Com um vasto acervo de espécimes da história natural do Reino Unido, o Museu de História Natural de Londres é, sem dúvida, um dos pontos mais visitados da capital inglesa. São, aproximadamente, cinco milhões de visitantes por ano. A coleção conta com mais de 80 milhões de espécimes de plantas, animais, fósseis, rochas e minérios de diversas partes do mundo. Em 2013, o museu recebeu a exposição ‘Gênesis’, do renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. Acordos anteriores Em abril deste ano, o diretor do V&A Museum, Martin Roth, esteve com sua equipe em Brasília, em um encontro recepcionado pela ministra da Cultura, Marta Suplicy. A visita serviu para tratar da parceria entre o V&A, o Museu Nacional da República e o Ministério da Cultura. Entre as ideias debatidas estavam a realização de um ciclo de exposições e debates, a serem realizados juntamente pelo V&A e o Museu Nacional da República durante a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. O museu britânico é maior do mundo quando se trata de artes decorativas e design.

Dr. Dixon, diretor do Natural History Museum, em visita ao Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília Rafael Câmara/Embaixada Britânica


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PERFIL


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Diretora de ‘Margaret Mee e a Flor da Lua’ conta ao Brasil Observer sobre sua expedição pela Amazônia, em busca da rara flor que foi o objeto de desejo da inglesa que é a personagem central de seu longa-metragem; apaixonada pelas esquinas de Londres, Malu relembra os momentos na floresta brasileira e garante: ‘foi mágico’. Entrevista e Foto: Rômulo Seitenfus

A cineasta Malu de Martino trilhou um extenso caminho para produzir o longa-metragem vencedor da quinta edição do Brazilian Film Festival de Londres, ‘Margaret Mee e a Flor da Lua’. O documentário conta a história real de Margaret, uma artista plástica inglesa que desbravou a Floresta Amazônica registrando plantas ameaçadas de extinção. Na procura pela Flor da Lua, a personagem central do filme deixa um legado: em tempos de ditadura – a busca fora iniciada em 1967 – pôde denunciar a destruição da floresta brasileira internacionalmente e dar voz a um ecossistema abandonado. No documentário, tocada pela força de sua protagonista, Malu de Martino re-

decidi refazer sua última expedição para encontrar essa flor. Em quanto tempo foi feita a produção do filme? Foram três anos, entre roteiro e finalização. Mas a filmagem em si ocorreu em quatro semanas, na Amazônia, em São Paulo, no Rio, aqui em Londres e em Chesham, Buckinghamshire - aqui na Inglaterra -, onde ela nasceu. Você conseguiu, incluindo longas viagens, manter um orçamento baixo (R$ 900 mil) para um filme de longa-metragem. Como ocorreu esse processo?

MALU DE MARTINO, UMA FLOR RARA produz a última expedição da artista inglesa em terras brasileiras, na busca pela rara planta que nasce somente na copa das árvores. A obra cinematográfica é rica em material, tem fotografia impecável e depoimentos emocionantes; obra digna da premiação. Nesta entrevista exclusiva, Malu revela detalhes da produção, cita Londres e a Inglaterra como parte de seu trabalho, fala da importância política e social do filme e, emocionada, expressa o sentimento de ter estado dentro de um barco rodeado por jacarés enquanto filmava sua mais recente película. Você foi ao difícil encontro da rara Flor da Lua para contar a história de Margaret Mee. O prêmio é também fruto do sucesso dessa procura? Pois é. Parti do princípio da grande busca de Margaret Mee pela Flor da Lua, uma planta muito rara que nasce somente na copa das árvores no período de cheia do Rio Negro. Ela buscou desde 1967 até encontrá-la, em 1998. Comecei o pensamento por essa busca da Flor da Lua e

O orçamento desse filme está dentro dos orçamentos normais de documentários no Brasil, em torno de R$ 900 mil. Fomos bastante econômicos porque tínhamos deslocamentos, e sabíamos disso. Vim até Londres fazer a pesquisa no Kew Gardens, três vezes. Aliás, Londres já faz parte da minha história profissional. Filmei aqui uma parte do meu filme anterior, “Como Esquecer” [uma ficção com Ana Paula Arósio e Murilo Rosa]. Eu adoro essa cidade, é incrível, o cenário é espetacular; por mim faria muitos filmes em Londres. Toda a esquina daqui é um cenário incrível, mesmo. Parte da vida de Margaret Mee no Brasil foi durante o regime militar; como estrangeira ela teve um papel importantíssimo politicamente... Sim. Ela mudou-se para o Brasil em 1952, para viver em São Paulo, fazendo excursões pela Mata Altlântica. Ela foi pela primeira vez à Amazônia em 1956. Retornando frequentemente, ela via um pouco da destruição, o que o progresso estava causando à floresta. Começou a

pensar que a ajuda que ela poderia dar à preservação seria desenhando as espécies que poderiam não estar mais ali em alguns anos. Quando a ditadura iniciou, em 1964, ela como estrangeira poderia falar o que quisesse. Teve comunicação com políticos e alertou o mundo sobre a importância da preservação. As imagens e gravações da voz de Margaret foram acrescentadas ao documentário e isso deu ao filme muita riqueza de conteúdo. Foi difícil conseguir esse material? Tive acesso aos arquivos da época em que ela viajava com o Toni Morrison. Houve uma entrevista que ela deu à WNBC, nos Estados Unidos, com material de arquivos, áudios das entrevistas, imagens dela, e também da última viagem que o Toni Morrison gravou em vídeo. Para você, qual foi o ápice de toda a produção? Para mim foi a viagem à Amazônia, e também a viagem ao interior daqui da Inglaterra. Fui à Amazônia com duas câmeras, descemos do avião em Manaus, entramos numa van e fomos parar dentro do barco. Seis horas depois eu estava no meio do nada. Não havia nada desse lado, nem do outro. Era o rio e estrelas envolvendo a gente. Ali eu entendi tudo! O porquê fui chamada para fazer esse filme. E por quê? Quero ouvir de você essa resposta... Para que as pessoas entendam a importância. Você mesmo disse antes da entrevista: a Amazônia é o pulmão do mundo, e pulsante o tempo todo. Não podemos passar um segundo sem sentir. Ficar cinco horas numa canoa esperando uma flor abrir e olhando os olhinhos dos jacarés e os barulhinhos da floresta! Ah, aquilo foi mágico e inesquecível!


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CAPA EMPREENDEDORISMO

Ideias foram apresentadas no lançamento do programa Sirius no Brasil; plano do governo britânico para atrair empreendedores prevê financiamento de 12 mil libras, suporte para captação de clientes e ajuda na obtenção de visto. Da Redação

Passava do meio dia de terça-feira dia 12 de novembro e o calor intenso, com o sol escaldante na cidade de São Paulo, parecia o clima perfeito para um dia de repouso à beira de uma piscina. Só parecia, pois no Centro Brasileiro Britânico da capital paulista, localizado na região de Pinheiros, a proposta daquela tarde era outra: caminhar rumo ao sonho de se tornar um empreendedor no Reino Unido. Estava programado para as 2pm o lançamento oficial do programa Sirius (Sirius Programme, em inglês) no Brasil. Desenvolvido pelo governo britânico através do UK Trade & Investment (UKTI), o programa tem como objetivo atrair talentos empresariais para o Reino Unido. Um dos pacotes de investimento mais abrangentes do mundo, de acordo com a descrição oficial do programa, é destinado a recém-formados ou estudantes que estejam no último ano do curso de graduação, mestrado ou programas de pesquisa. Na entrada do Centro Brasileiro Britânico em São Paulo, um prédio imponente que parece ter sido levado diretamente da região de Liverpool Street para a maior cidade do Brasil, a reportagem do Brasil Observer foi encaminhada ao segundo andar, onde uma sala devidamente climatizada recebia os candidatos. A atmosfera era de ligeira tensão, com olhares observadores que tentavam ler nas entrelinhas o que estava por vir – isso porque, além da apresentação oficial do programa, o evento serviria para uma pré-seleção dos candidatos, realizada pelo recrutador do Sirius Programme, Alessio Bortone, que chegara ao Brasil horas antes. Com todos devidamente acomodados – cerca de 20 pessoas estavam na sala -, a primeira pessoa a falar foi Raquel Kibrit, Gerente de Investimentos Estrangeiros para o Reino Unido. O tema de sua apresentação foi a internacionalização de startups brasileiras. O programa Sirius, disse ela, seria capaz de proporcionar aos brasileiros as ferramentas necessárias para se tornarem “protagonistas da inovação” e possibilitar que o Brasil “tenha uma vanguarda no exterior”, o que consequentemente traria avanços ao país. Raquel continuou sua apresentação apontando algumas vantagens de montar um negócio no Reino Unido, como a rapidez para a abertura de uma empresa (cerca de duas horas), leis trabalhistas mais flexíveis (com a

possibilidade de contratação de empregados em regime de horas), taxas de imposto menores do que no Brasil, posição central do país e o fato de Londres receber 70% das sedes de empresas europeias, o que amplia as oportunidades de negócios. A gerente de investimento aproveitou ainda para dar alguns exemplos de jovens empresários brasileiros que foram ao Reino Unido com financiamento do UKTI, entre eles Flávia Portella, do Rio, CEO do Bossa Lab, e Yuri Zaidan, de Recife, CEO do Fisiohub. Em seguida, Alessio Bortone tomou a palavra e logo deixou claro que sua missão era “viajar o mundo em busca de empreendedores, saber suas ideias e sonhos”. “Com a crise financeira”, disse ele, “o governo britânico descobriu que não poderia assumir sozinho a tarefa de criar empregos, então disse às pessoas: ‘coloquem seus negócios em prática e criem postos de trabalho’”. Neste momento, ficou claro qual é realmente a intenção do governo britânico com o programa Sirius: mais do que atrair “mentes brilhantes” para o Reino Unido, o objetivo é que postos de trabalho sejam criados a partir de ideias inovadoras. “O critério número 1 para a seleção dos candidatos é o potencial para criar empregos”, afirmou Alessio durante sua apresentação, para em seguida discorrer sobre o que o programa oferece de fato aos candidatos aprovados. O programa, explicou ele, oferece aos candidatos aprovados um pacote de apoio de 12 meses de duração, incluindo investimento de 12 mil libras para cada membro empreendedor da equipe (no máximo quatro pessoas), suporte para captação de clientes, ajuda na obtenção do visto e na mudança para solo britânico. As 12 mil libras são para gastos pessoais, ou seja, são mil libras por mês para viver – pagar aluguel, comida e transporte. O montante garante, segundo afirmou o próprio Alessio, “uma vida sem luxo”. As vagas serão oferecidas mensalmente, entre outubro de 2013 e janeiro de 2014, e os projetos inscritos serão avaliados e selecionados por um painel de especialistas. Para concorrer a uma vaga no programa Sirius, é preciso fazer uma aplicação online através do endereço eletrônico www.siriusprogramme.com

Xoboi, ideia apresentada por Gustavo Costa (Contato: gustavo@xoboi. com.br)

JOVENS BRASILEI PROJETOS INOVAD IMPLEMENTADOS

Você Aprende Agora, empreendimento de Felipe Dib (contato: felipemdib@ yahoo.com.br)


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Alessio Bortone, recrutador do programa Sirius, ouviu propostas e deu conselhos aos candidatos (Foto: Íris Schardt/ Consulado Britânico)

IROS APRESENTAM DORES PARA SEREM S NO REINO UNIDO Projeto de estacionamento vertical apresentado por Carmine Cifelli (contato: carmine_cifelli@ yahoo.com.br)

AGRI-TECH, ESTACIONAMENTO VERTICAL E INGLÊS ONLINE Entre as cinco ideias apresentadas logo após as explicações de Alessio Bortone, três chamaram a atenção da reportagem do Brasil Observer. A primeira delas é uma plataforma chamada Xoboi. Trata-se de um aplicativo online que visa facilitar a vida dos agricultores que precisam comprar todos os tipos de insumos para suas fazendas. Usando o site www.xoboi.com.br, os clientes poderiam fazer a cotação e a compra dos produtos, recebendo a encomenda sem sair de casa. Isso resultaria na economia de tempo e dinheiro que seriam gastos com o deslocamento na busca pelos insumos. Tal ideia pertence a Gustavo Rios Costa, de 20 anos, natural de Arapiraca, Alagoas. Hoje residente em Maceió, capital do Estado, o estudante de administração viajou mais de duas horas e meia de avião até São Paulo só para participar do evento. “Quando vi a oportunidade de apresentar meu empreendimento, não pensei duas vezes, pois não sabia quando poderia ter uma próxima chance”, disse ao Brasil Observer. Gustavo explicou que pretende levar seu negócio para o Reino Unido porque o país “é uma forte referência no mundo agri-tech, sendo possível aplicar esse conhecimento tanto no Brasil quanto no setor agrícola britânico”. “O que também me chama atenção é o LABEX, um laboratório de pesquisa brasileiro situado no Reino Unido, onde seria bastante propício desenvolver meu negócio, analisando as necessidades brasileiras e europeias e me capacitando para atender ambos os mercados”, completou. Outra proposta bastante inovadora apresentada foi um sistema de armazenamento vertical de veículos totalmente automatizado. Diferente de outros sistemas de verticalização já implementados, o modelo proposto

dispensa um espaço dedicado exclusivamente para a movimentação dos carros e por isso possuiu uma taxa de ocupação de 100% a partir do primeiro nível, ou seja, todo o volume do estacionamento pode ser ocupado por carros. A ideia foi apresentada por Carmine Alexandre Cifelli, de São Paulo, formado em engenharia mecânica – seu sócio no projeto é Vinicius Pacheco Moreira Amorim, de 31 anos, também engenheiro mecânico. Ambos estão prospectando investidores para viabilizar a montagem de um primeiro protótipo em escala real. De acordo com o estudo feito por eles, esse protótipo custará por volta de U$ 100.000 e cada vaga estará no mercado a U$ 10.000. Sobre as possibilidades de seu negócio ser implementado em terras britânicas, Carmine argumentou que “Londres é a cidade mais cara do mundo para se estacionar, com mensalidades superiores a U$ 1,000”. “Nossa tecnologia poderá ser facilmente aplicada em Londres a um custo relativamente próximo ao custo que teremos no Brasil. Isso torna a implementação do sistema em Londres muito mais atraente, pois o preço de uma vaga chega a ser mais de cinco vezes o valor praticado em São Paulo”, completou. Carmine disse ainda que, após o feedback de Alessio, teve a certeza de que estacionamentos são um tema global e demanda inovação. “Pensamos na internacionalização da empresa como uma forma de levar esse projeto desenvolvido 100% no Brasil para outros países”, afirmou o candidato. Mais informações sobre o estacionamento vertical podem ser encontradas em www.verticalparking.com.br. Por último, foi apresentada uma proposta que surpreendeu a todos por ser a única explicitamente colocada como de interesse social, ou seja, não tem o lucro como objetivo principal, e sim a contrapartida para a sociedade. Trate-se da plataforma Você Aprende Agora (www.voceaprendeagora.com), um site que ensina inglês através de vídeo-aulas e que já ultrapassou a marca de três milhões de alunos. O responsável pela ideia é Felipe Dib, de 25 anos, natural de Campo Grande e formado em Relações Internacionais. “Quero levar o Você Aprende Agora para o Reino Unido porque sei que, de lá, podemos expandir nosso impacto para toda a Europa. Hoje temos alunos apren-

dendo inglês em nossa plataforma em 181 países, mas queremos que mais pessoas saibam que existe um curso que propõe aulas de 3 minutos com o máximo de eficiência”, disse Felipe. E qual seria o público alvo de Felipe neste caso? Ele deixa claro: os brasileiros que moram no exterior. “A grande maioria dos brasileiros que moram no exterior saíram daqui em busca de novas oportunidades e sem falar inglês, pois não tinham recursos. O objetivo é agora oferecer uma ferramenta que possibilite esse brasileiro sonhar mais alto, ir mais longe. Sei que o inglês abre portas. Foi assim comigo”, argumentou Felipe. Se o Brasil é visto hoje como um parceiro de igualdade em diversas áreas do conhecimento (como deixam claro as iniciativas em torno do programa Ciência sem Fronteiras, por exemplo), nada mais natural que as jovens mentes do país atraiam cada vez mais o interesse de governos de outros países. Mais do que significar uma possível fuga de inteligência do Brasil, as oportunidades oferecidas pelo programa Sirius são um facilitador para que o país tenha representantes cada vez mais capacitados no exterior, ampliando a via de mão dupla que leva e traz conhecimento e inovação do Brasil para o mundo.


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A CAMINHO DA COPA DEFINIÇÃO

Próximo passo: sorteio dos grupos Serão definidos no dia 6 de dezembro os oito grupos da Copa do Mundo de 2014; sorteio pode colocar Itália, Inglaterra ou Holanda no caminho do Brasil já na primeira fase. Por Renato Brandão

Com a definição dos últimos sete classificados para a Copa do Mundo de 2014, a grande expectativa dos amantes do futebol em todo mundo é para o sorteio dos grupos do Mundial no Brasil, que acontece na Costa do Sauípe, na Bahia, no dia 6 de dezembro, às 13h (horário de Brasília, 15h em Londres). O evento, que será também um grande show televisionado para mais de 200 países, já tem os cabeças de chave. Além do Brasil, que como país-sede já está no Grupo A, Espanha, Argentina, Alemanha, Colômbia, Bélgica, Suíça e Uruguai completam o grupo seleto. Dessas oito seleções, apenas Brasil e Alemanha têm sido cabeças de chave em todos os sorteios realizados desde 1978. A divisão dos três potes com as outras 24 seleções restantes será feita três dias antes do sorteio e respeitará critérios esportivos e geográficos (não pode haver duas equipes sul-americanas ou duas asiáticas em uma mesma chave, por exemplo). Para escolher os cabeças de chave do Mundial de 2014, o Comitê Executivo da FIFA optou pelo mesmo critério adotado para o torneio da África do Sul em 2010, que teve os grupos encabeçados pelas oito melhores colocados do ranking oficial da entidade às vésperas daquele sorteio, em dezembro de 2009. Com a exclusão de campanhas em Copas recentes ou títulos conquistados como critérios para os cabeças de chave, a América do Sul terá pela primeira vez na história do torneio mais de dois representantes. O formato adotado também abre a possibilidade da criação de mais de um “grupo da morte”, termo que batiza as chaves nas quais seleções fortes se enfrentam logo nas rodadas iniciais de uma competição. Na prática, o sorteio pode colocar Itália, Inglaterra ou Holanda no caminho da Seleção Brasileira já na primeira fase do Mundial. Atual vice-campeã europeia, a Azurra já venceu a Copa do Mundo quatro vezes. O English Team também tem um título mundial e é tradicional.

Já a Laranja Mecânica soma três vice-campeonatos na história das Copas, o último deles na África do Sul em 2010. Os técnicos da Inglaterra e da Itália não demonstraram desapontamento por não constarem no pote 1 do sorteio dos grupos para o Mundial do Brasil. “Não há muita necessidade de se preocupar com estar ou não no primeiro pote”, declarou o técnico Roy Hodgson, que dirige os ingleses e acredita que “em cada grupo sempre tem dois times muito bons”. “Na Eurocopa, também não éramos cabeça de chave e terminamos como vice-campeões; então isso não me preocupa”, disse Cesare Prandelli, da seleção italiana. Sem dúvida, a maior surpresa entre os cabeças de chave é a Suíça. Os suíços voltaram a essa condição depois de 60 anos – encabeçaram um dos quatro grupos do torneio que sediaram em 1954 – graças a uma boa campanha no mais fácil grupo das Eliminatórias da Europa, que contou com Islândia, Noruega, Eslovênia, Albânia e Chipre. Com sete vitórias e três empates, a equipe comandada pelo técnico Ottmar Hitzfeld assegurou sua vaga no Mundial do Brasil e pontos preciosos para figurar atualmente na sétima colocação do ranking de seleções da FIFA. Outra agraciada como cabeça de chave e que não figura entre as maiores potências do futebol internacional é a Bélgica, que assume a posição pela terceira vez na história das Copas – os belgas haviam anteriormente encabeçado chaves nos Mundiais de 1990 (na Itália) e 1994 (nos Estados Unidos), à época por terem ficado entre os quatro melhores da Copa de 1986 (no México). Os Diabos Vermelhos terminaram a fase de classificação com uma bela campanha, invicta e com oito vitórias em dez partidas, passando por Croácia, Sérvia, Escócia, País de Gales e Macedônia. Da América do Sul, a Colômbia foi escolhida pela primeira para ser cabeça de chave de um Mundial de seleções. Surpresa para alguns, os colombianos são

Evento será televisionado para mais de 200 países; na foto, sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2010

os atuais quarto colocados no ranking da FIFA. A outra novidade entre os cabeça de chave é a volta do Uruguai. Com dois títulos mundiais no currículo, a Celeste volta a encabeçar um grupo depois de 60 anos. Agora resta esperar pelo sorteio dos grupos da Copa de 2014 e saber o destino de cada uma das 32 bolinhas que representam as seleções classificadas para o Mundial no Brasil.


A CAMINHO DA COPA

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PLANEJAMENTO

Impactos das obras da Copa Pesquisa realizada por Paulo Romero, do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico, aborda os direitos de comunidades atingidas por megaprojetos de impacto urbano e ambiental. Da Redação

Em evento público realizado na segunda quinzena de outubro, o núcleo de São Paulo do Comitê Popular da Copa promoveu um debate sobre a pesquisa “De olho nos direitos de comunidades atingidas por megaprojetos de impacto urbano e ambiental”, realizada por Paulo Romero, membro do Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico. Tomando como base o processo de execução da Copa do Mundo no Brasil e a justificativa de que o evento esportivo serviria como catalisador para acelerar e justificar obras e intervenções que há tempos eram planejadas, Romero apresenta em sua pesquisa quatro estudos de caso, dois em São Paulo e outros dois, em Fortaleza.

ESTUDOS DE CASO Em São Paulo, a pesquisa fez um estudo das construções do trecho norte do Rodoanel e do Parque Linear Rio Verde. O trecho norte do Rodoanel é uma obra de 42,8 km, avaliada em R$ 3,9 bilhões, cujo objetivo oficial é melhorar o tráfego de veículos, evitando a passagem de caminhões pelas vias da cidade. Neste caso, a pesquisa aponta para o impacto direto no preço da terra na região, além de abordar a situação de vulnerabilidade das 20 comunidades que serão atingidas e que não têm garantias quanto ao reassentamento – as famílias recebem uma bolsa-aluguel abaixo do valor do mercado. Faz ainda um alerta ao fato de que outras pesquisas indicam que o impacto sobre o trânsito será mínimo. Romero acredita que os verdadeiros objetivos não são declarados: “os objetivos são ou pura e simplesmente realizar obras, para atender interesses das construtoras, ou é coisa de embelezamento, tornar a cidade atrativa e valorizada para o mercado imobiliário”. A construção do Parque Linear Rio Verde, previsto para ter 4,5 quilômetros de extensão em área próxima ao estádio do Corinthians, passa por problemas semelhantes. As famílias já foram cadastradas para serem removidas, mas “não há nada formal dizendo o que vai acontecer naquela área, não existe nenhum estudo dos impactos”.

Romero atenta ao fato de que a obra foi justificada sob o argumento de que traria ganhos ao meio ambiente, mas que isso entraria em confronto com a pressa e a ausência de estudos ambientais. Em Fortaleza, foram analisados os impactos das obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e do Acquario Ceará. O VLT ligará Parangaba a Mucuripe através de 12,7 km de trilhos que vão atingir 22 comunidades. A pesquisa destaca os principais fluxos de trabalhadores na cidade e observa que, enquanto o sentido da obra é norte-sul, o predomínio de viagens é leste-oeste. Neste caso, repetem-se os problemas de reassentamento, sem garantias de prazos e valores de indenização, com muitas famílias sendo realocadas para áreas distantes e sem infraestrutura. Quanto ao Acquario Ceará, obra de R$ 250 milhões, o questionamento é quanto a sua utilidade – representa 42% do montante total que foi investido pelo governo estadual no combate à seca em 2012. Diante desses exemplos, Romero elencou pontos comuns que podem ser identificados em outras cidades e obras da Copa: dificuldade de informação, licenciamento ambiental inexistente, distância entre objetivos oficiais e reais, desrespeito à legislação urbanística, falta de planejamento para atender às populações atingidas, entre outros. Romero conclui que uma estratégia que pode render frutos é a ênfase na função social da posse da terra, que deveria ser vista como direito tanto quanto a propriedade dela. Outras possíveis estratégias seriam a obrigatoriedade de estudos de impactos sociais e de audiências públicas, além do tombamento do modo de vida das comunidades.

EM TEMPO Elaborado pela Articulação Nacional de Comitês Populares da Copa, o dossiê “Megaeventos e Violações de Direitos Humanos” reúne informações sobre impactos de obras e transformações urbanas para a Copa. Disponível para download: http://goo.gl/YVTX5e.

População de Fortaleza protestou contra construção de aquário de R$ 250 milhões Foto: Reprodução


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Quando você escuta falar sobre Sergipe, imagina que o menor Estado do Brasil é também um celeiro de bandas de alta qualidade e produção ativa? Da música instrumental contemporânea ao rock psicodélico, passando por boleros melodramáticos, ‘forró punk’, entre outros ritmos, Aracaju, a capital do Estado, é hoje uma das cidades nordestinas com o som mais global que se pode imaginar. Bandas como Naurêa, The Baggios, Coutto Orchestra e Banda dos Corações Partidos surpreendem públicos por onde passam, apresentando um som despretensioso, singular e com toques regionais. Plástico Lunar, Maria Scombona, Patrícia Polayne e Igor Gnomo são outros nomes de destaque na música de Sergipe. “Levamos o baião para conversar com todos os outros ritmos, entrando no conceito do que chamam de ‘world music’, que é a música das periferias de todo o mundo”, diz Alex Sant’Anna, vocalista do Naurêa. A banda nasceu em 2001 e hoje faz um som que foi batizado pelos europeus como ‘forró punk’, depois de cinco viagens ao velho continente, entre elas, duas turnês com 15 shows cada. Com uma batida impactante, dançante e cheia de libido, Naurêa arrebata o público já no primeiro toque da zabumba. Nos Jogos Olímpicos de Londres, a banda viu o público contagiado formar um trenzinho no meio

CONECTANDO da Somerset House, sendo considerada “a melhor banda do melhor dia de apresentações”, segundo publicações da época. “Temos uma raiz latina, que vai da lambada dos anos 1980 ao baião, samba, cumbia e, é claro, o forró”, completa Sant’Anna. Uma das características das bandas sergipanas é que, como Aracaju é uma cidade relativamente pequena, os integrantes transitam entre elas, sem abandonar também seus projetos pessoais. É o caso de Alex, que além do Naurêa faz composições de trilhas para musicais, está em fase de finalização do seu disco solo e compõe para a Banda dos Corações Partidos – grupo que funde a música “dor de cotovelo” com o teatro melodramático. “O amor, tão simples e popular, toca a qualquer pessoa sem precisar ser simplório”, explica Diane Veloso, atriz e vocalista da banda. Inspirados nas serestas antigas e em cantores como Lupcínio Rodrigues e Roberto Carlos, a Banda dos Corações Partidos abusa de luzes e de uma cenografia de cabaré para dar clima aos shows. “Nós trabalhamos os sentimentos, que são de ordem humana universal. Não é difícil se identificar”, afirma Diane. Já a banda The Baggios tem outra pegada: o rock, marcado também pelo blues, fazendo da dupla formada por Julio Andrade e Gabriel Carvalho um dos destaques do palco Casper Líbero da última Virada Cultural em

São Paulo. Com dois discos na mala e uma década de formação, a The Baggios já não carrega mais a comparação com White Stripes, circulando pelo país com suas composições sem deixar suas raízes sergipanas de lado, seja no sotaque ou nas letras como ‘Esturra Leão’, do último álbum Sina. “Temos a internet como uma grande aliada na divulgação do nosso trabalho, com os discos disponíveis para download gratuito e um espaço para doações espontâneas, que nos ajudam a circular pelo Brasil”, explica Andrade. É também com download gratuito que a Coutto Orchestra lançou ‘eletro_FUN_ farra’, seu primeiro álbum. Com quatro integrantes e sob a liderança de Alisson Coutto, a banda é uma boa surpresa na música instrumental contemporânea. “Nossas influências estão nas fanfarras de vários cantos do mundo, mas com elementos da nossa cultura popular, que é riquíssima”, diz Coutto. Com sanfona, instrumentos de sopro, percussão e ‘samplers’, a Coutto Orchestra traz a taieira, o maracatu de brejão, a marajada e o forró para dialogar com o tango, as valsas, o house e tantos outros ritmos mundiais. Com um som global, a música com raiz sergipana tem o potencial de ganhar o mundo. Talento é o que não falta.

ORIGINALIDADE FORA DO EIXO Por Denise Somera, de Aracaju – Sergipe

Bandas sergipanas surpreendem com diversidade, criatividade e sons universais, usando cultura popular como referência.

Naurêa (acima, por Anselmo Pereira) e Coutto Orchestra (abaixo, por Moema Costa) são alguns exemplos da música sergipana que está surgindo para o mundo

COMO PARTICIPAR? Conectando é um projeto desenvolvido pelo Brasil Observer que visa colocar em prática o conceito de comunicação ‘glocal’, ou seja, uma história local pode se tornar global, ser ouvida e lida em diferentes partes do mundo. Mande sua história para nós! Saiba como participar entrando em contato pelo conectando@brasilobserver.co.uk.

VAI LÁ Naurêa naurea.com.br Coutto Orchestra couttoorchestra.com.br The Baggios thebaggios.com.br Banda dos Corações Partidos facebook.com/abcpartidos


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Brasil Observer

GUIDE UTOPIA SPEAKS PORTUGUESE The Fourth edition of Utopia – UK Portuguese Film Festival will bring a varied selection of the best of contemporary Portuguese language cinema to London with films from countries like Brazil, Portugal, Angola and Guinea-Bissau. ‘The Great Kilapy’ (pictured) opens the festival on 27 November. >> Read more on pages 16 and 17 Quarta edição do Utopia – UK Portuguese Film Festival traz para Londres uma variada seleção do melhor do cinema mundial contemporâneo de idioma português, com filmes de países como Brasil, Portugal, Angola e Guiné-Bissau. ‘The Great Kilapy’ (foto) abre o festival no dia 27 de novembro. >> Leia mais nas páginas 16 e 17

foto divulagação


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ON SCREEN

‘The Great Kilapy’

Brazilian movies highlighted in Portuguese spoken film festival

Joãozinho in a witty portrait of the last decade of Portuguese governance in Angola. The film is a co-production between Brazil, Angola, Portugal, Mozambique and Cape Verde and fittingly encompasses the wider aims of the festival. For Ramos, “this type of proposal is difficult to undertake but ‘Kilapy’ shows that it is possible to make a film through collaboration. I learned a lot about the cultures of other countries and it was a pleasure to discover similarities between us,” the actor told the Brasil Observer.

By Gabriela Lobianco

PROGRAMME 27 Nov – 6.20pm

Ciné Lumière

28 Nov – 6.20pm

Ciné Lumière

30 Nov – 6.30pm

Genesis Cinema

01 Dec – 6.30pm

Genesis Cinema

03 Dec – 6.30pm

ICA

04 Dec – 6.30pm

Barbican Centre

05 Dec – 6.30pm

ICA

06 Dec – 6.20pm

Ciné Lumière

08 Dec – 6.30pm

Genesis Cinema

CINEMA REALITY UTOPIA – 4TH UK PORTUGUESE FILM FESTIVAL arrives in London from 27 November to 8 December to bringing lusophone films to new audiences. Documentaries, shorts and feature films will be screened in four major cinemas: Ciné Lumière, Barbican, ICA and Genesis. This year’s show is composed of a rich and varied selection of the best of contemporary world cinema in Portuguese language, with films from countries like Brazil, Portugal, Angola and Guinea-Bissau. The theme for 2013 is “Film, Memory and Landscape” and features two Brazilian movies: ‘Housemaids’, by Gabriel Mascaro, and ‘They’ll be back’, by Marcelo Lordello, the latter was also screened at the BFI London Film Festival in October and won’t be released in Brazil in February 2014, so this is a great opportunity to see it first here in London. Winner of the Best Film of both the Official Jury and the Critique Jury in Brasilia Film Festival, ‘They’ll be back’ tells the story of Cris and her journey back home after being abandoned by her parents and brother on a roadside in the NorthEastern State of Pernambuco. Marcelo Lordello, told the Brasil Observer, “good cinema is always being made and naturally international festivals observe good ones and add these films to their schedule.” Another major attraction of the Utopia festival is ‘The Great Kilapy’, directed by the Angolan Zézé Gamboa. Brazilian talent is once again celebrated here, as the Brazilian Emmy nominee Lázaro Ramos plays the film’s protagonist. Ramos plays

The beautiful documentary by Gabriel Mascaro, ‘Housemaids’, is also one of the highlights of the festival. The film will be screened on the 1st of December at Genesis Cinema and was assembled from the recordings made by housemaids on cameras given to them by their employer’s children. The seven teens from different regions and social classes gave the footage to Mascaro, who had no part in the filming. According to the director, the teenagers had been inspired to help capture the daily life of their maids as they had begun to question these relationships. The documentary ‘No Man’s Land’, the directorial debut of Salomé Lamas, has also been selected for the festival. Displayed at this year’s Forum at the Berlin Film Festival, the feature focuses on the interview of a Portuguese soldier and mercenary who served in Mozambique and Angola, who was later enlisted as an assassin by the CIA and GAL (armed group of the Spanish government against ETA). Prepare to listen cruel stories of racism and violence, that explain the ramifications and consequences of government of Salazar even after his fall. It may not be easy watching but it is essential in understanding part of history.

More at: htt


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NA TELA

‘They’ll be back’

The Great Kilapy

They’ll be back

No man’s land

Housemaids

The Last Time I Saw Macau

The Circle

The Battle of Tabato

All is well

Bird of Prey and other shorts by João Nicolau

tp://www.utopiafestival.org.uk

Filmes brasileiros são destaques em festival de cinema de língua portuguesa

and ‘Housemaids’

photos: Divulgation

do filme, à equipe do Brasil Observer, “o bom cinema sempre estará em evidência, sendo natural que festivais internacionais observem a boa safra nacional e agreguem esses filmes ao seu repertório”. Outra grande atração do festival Utopia é o filme ‘O Grande Kilapy’ (The Great Kilapy), do diretor angolano Zézé Gamboa. O Brasil está mais uma vez em evidência neste filme, já que o protagonista do longa-metragem é o ator brasileiro nomeado ao prêmio Emmy, Lázaro Ramos. Ele interpreta Joãozinho, num retrato espirituoso da última década do governo de Portugal em Angola. Trata-se de uma coprodução entre Brasil, Angola, Portugal, Moçambique e Cabo Verde, que engloba bem o tema do festival. Para Lázaro, “este tipo de proposta poucas vezes vai adiante e o Kilapy mostra que é possível sim realizar este tipo de projeto”. “Foi até didático participar do filme, aprendi muito sobre as culturas dos outros países irmãos de língua. Além de ter sido um prazer descobrir semelhanças entre nós”, disse o ator ao Brasil Observer.

Por Gabriela Lobianco

CINEMA REALIDADE O UTOPIA – 4TH UK PORTUGUESE FILM FESTIVAL exibe em Londres, de 27 de novembro a 8 de dezembro, nove produções cinematográficas. Os documentários, curtas-metragens e longas de ficção serão projetados em quatro grandes salas de exibição: Ciné Lumière, Barbican Cinema, ICA e Genesis Cinema. A mostra deste ano é composta por uma rica e variada seleção do melhor do cinema mundial contemporâneo de idioma português, com filmes de países como Brasil, Portugal, Angola e Guiné-Bissau. O tema para o programa internacional de 2013 é “Cinema, Memória e Paisagem” e conta com dois filmes brasileiros: ‘Domésticas’ (Housemaids), de Gabriel Mascaro, e ‘Eles Voltam’ (They’ll be back), de Marcelo Lordello, este último também exibido no 57º BFI London Film Festival deste ano, em outubro. O filme de Lordello, aliás, vai estrear no circuito comercial brasileiro somente em fevereiro de 2014, ou seja, será uma ótima oportunidade conferir aqui em Londres. Vencedor do Melhor Filme do Júri Oficial e Júri da Crítica no Festival de Cinema de Brasília, o filme narra a saga de Cris e a jornada da sua volta para casa após ser abandonada pelos pais e o irmão numa beira de estrada em Pernambuco. Como disse Marcelo Lordello, diretor

O cinema pernambucano também é um dos destaques do festival. Além do filme de Marcelo Lordello, o belíssimo documentário de Gabriel Mascaro, ‘Domésticas’ (Housemaids), será exibido no dia 1º de Dezembro, no Genesis Cinema. O filme foi montado a partir do registro em câmera da rotina de trabalho de empregadas domésticas pelos filhos dos patrões. Os sete adolescentes de diversas regiões e diferentes classes sociais entregaram o material bruto a Mascaro, que não interferiu nas filmagens. Segundo o diretor, a escolha dos adolescentes para captarem as imagens foi por ser “nessa fase que as pessoas começam a questionar as relações de trabalho”. O documentário ‘Terra de Ninguém’ (No man’s land), da diretora estreante Salomé Lamas, foi um dos selecionados para integrar a mostra como representante lusitano. Exibido este ano no Forum do 63º Festival de Cinema de Berlim, o longa-metragem foca-se na entrevista de um soldado e mercenário português que atuou na guerra colonial de Moçambique e depois de Angola, sendo que mais tarde foi assassino da CIA e do GAL (grupo armado do governo espanhol contra o ETA). Preparem-se para ouvir histórias cruéis de racismo e violência, ao mesmo tempo em que se explicam os desdobramentos e consequências da política do governo salazarista mesmo depois de sua queda com a Revolução dos Cravos.


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GRINGO’S VIEW OPINION

‘Mensalão’ action shows protestors’ impact

Ação do ‘mensalão’ mostra impacto dos protestos

Por Shaun Cumming

By Shaun Cumming

If the protests had never happened, would those convicted in the ‘Mensalão’ scandal ever be sent to prison? Photo: Reproduction

In 2011, I wrote a financial essay about how President Dilma had begun tackling one of Brazil’s biggest problems by firing corrupt politicians. I wrote: Although her presidency is not yet one year old, however, it is apparent that Dilma is already leading another political war - this time, against government corruption. Since taking office on January 1, 2011, she has sacked five top ministers, including her chief of staff, openly denouncing the scourge of corruption. This would not sound revolutionary in a sluggish developed world economy, but Dilma is arguably the first president of Brazil to have taken such a hard stance on corruption. Her electorate, so far, loves it. Dilma seemed to be making impressive progress. She sacked no less than 5 top officials who were brought into allegations of corruption. But everything went quiet. Nothing, in the end, happened to these people. For all the good she did, it is important to remember her

party’s past. Dilma and Lula’s party was indirectly involved in several corruption scandals during his term. Among the most notable was the ‘Mensalão’, or monthly payment, scandal in 2004 and 2005, whereby Lula’s party members made monthly cash payments to members of smaller parties in return for favorable votes. The scheme was set up through complex payment systems funnelled through advertising agencies and other firms. The ‘Mensalão’ scandal became an important example of how government corruption affects society. It was said that dozens of state and privately run firms were implicated, not least because politicians involved held various company directorships. Lula survived the event, but remained reluctant to act on corruption. Now, it has been several years since the ‘Menselao’ scandal came to light. Those involved at the top were still at home, living a comfortable life. Then, something interesting happened this June. People

went to the streets in protest at a range of issues, including corruption. Since then, Dilma’s government has been running scared. Many people have said that the protests did no good and nothing changed. Last week, however, that was proved wrong. In a landmark decision, the Supreme Court issued arrest orders for 12 of the 25 of those convicted in Mensalão last year. Lula’s former chief of staff was among the first to surrender to the police. This is truly ground breaking. For the first time ever, perhaps, real justice has taken place in Brazil against politicians who have always acted with impunity. So, for all those wondering about the protests in June this year and how effective they were, ask yourself this question: if the protests had never happened, would those convicted in the ‘Mensalão’ scandal ever be sent to prison? I would argue not.

Em 2011, escrevi um artigo financeiro sobre como a presidente Dilma havia começado a enfrentar um dos maiores problemas do Brasil combatendo os políticos corruptos. Eu escrevi: Apesar de sua presidência ainda não ter completado um ano, no entanto, é evidente que Dilma já está conduzindo uma guerra política - desta vez, contra a corrupção do governo. Desde que assumiu o cargo em janeiro de 2011, ela demitiu cinco ministros principais, incluindo seu chefe de gabinete, denunciando abertamente o flagelo da corrupção. Isso não soaria revolucionário em uma economia mundial de desenvolvimento lento, mas Dilma é sem dúvida o primeiro presidente do Brasil a ter tomado uma posição tão dura com a corrupção. Seu eleitorado, até agora, adora. Dilma parecia estar fazendo impressionante progresso. Ela demitiu nada menos que cinco altos funcionários que estavam envolvidos em denúncias de corrupção. Mas tudo ficou em silêncio. Nada, no final, aconteceu a essas pessoas. Por todo o bem que ela fez, é importante lembrar o passado de seu partido. Dilma e o PT foram indiretamente envolvidos em vários escândalos de corrupção durante o mandato de Lula. Entre os mais notáveis o ‘mensalão’, escândalo de 2004 e 2005, em que os membros do partido de Lula fizeram pagamentos mensais em dinheiro para membros de partidos menores em troca de votos favoráveis no Congresso. O esquema foi criado por meio de sistemas de pagamento complexos canalizados através de agências de publicidade e outras empresas.

O escândalo do ‘mensalão’ tornou-se um importante exemplo de como a corrupção do governo afeta a sociedade. Dizia-se que dezenas de estados e empresas de gestão privada estavam envolvidas, não menos importante, porque os políticos envolvidos ocupavam alguns cargos de direção. Lula sobreviveu ao evento, mas manteve-se relutante em agir contra a corrupção. Agora, vários anos desde que o escândalo veio à tona, os envolvidos no topo ainda estavam em casa, vivendo uma vida confortável. Então, uma coisa interessante aconteceu em junho deste ano. As pessoas foram às ruas em protesto contra uma série de questões, incluindo a corrupção. Desde então, o governo de Dilma está correndo com medo. Muitas pessoas têm dito que os protestos não fizeram bem e nada mudou. Na semana passada, no entanto, foi provado o contrário. Em uma decisão histórica, o Supremo Tribunal Federal emitiu ordens de prisão contra 12 dos 25 dos condenados no ‘mensalão’ no ano passado. O ex-chefe de gabinete de Lula foi um dos primeiros a se render à polícia. Isto é verdadeiramente inovador. Pela primeira vez, talvez, a verdadeira justiça tenha ocorrido no Brasil contra os políticos que sempre agiram com impunidade. Assim, para todos aqueles que querem saber sobre os protestos de junho deste ano e quão eficaz elas foram, pergunte a si mesmo: se os protestos nunca tivessem acontecido, os condenados no escândalo do ‘mensalão’ estariam na prisão? Eu diria que não.


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NINETEEN EIGHT-FOUR NEW WAVE

Authentically Brazilian musicals By Ricardo Somera

NOVA ONDA

Musiais autentcamente brasileiros Por Ricardo Somera

Since the premiere of ‘Les Miserables’ in Sao Paulo’s old Teatro Abril in 2001, Broadway musicals, with their catchy tunes and years of tuning have been winning Brazilian audience across the country. Though there is a new wave of contemporary Brazilian songwriters and performers who are keen to promote and celebrate homegrown talent. So as the ‘Addams Family’ and ‘Beauty and the Beast’ leave the stage, please welcome the likes of Elis Regina, Clementina, Cazuza and many more as the new stars in Brazilian musical theatre. Directed by Duda Maia with musical direction by Pedro Miranda, ‘Clementina, cadê você? (Clementina, where are you?) is a musical adaptation of the novel by Pedro Murad, which tells the marvelous story of singer Clementina de Jesus da Silva, the granddaughter of slaves and a housemaid who was only discovered as a signing talent at the age of 63. ‘Clementina, cadê você?’ is currently on stage (until the end of November) at the Casa de Cultura Laura Alvim in Rio, and is a wonderful way to discover more about one of the key figures of the national samba. Also in Rio, two big musical productions are also gaining the attention of critics and audiences: ‘Cazuza Pro Dia Nascer Feliz’ and ‘Elis, O Musical’. Elis Regina is undoubtedly one of the biggest female stars of

Desde a estreia de ‘Les Miserablés’ no antigo Teatro Abril, em São Paulo, em 2001, os musicais da Brodway conquistaram os brasileiros atraindo grande público em todo o país. Agora, em 2013, é a vez de musicais autenticamente brasileiros sobre grandes artistas contemporâneos entrarem em cartaz. Sai ‘Chicago’, ‘Família Adams’, ‘A Bela e a Fera’ e ‘Hair’ para entrar Elis Regina, Tim Maia, Cazuza e Clementina de Jesus. Esse é o novo cenário dos musicais das duas principais cidades dos Brasil: Rio de Janeiro e São Paulo. No Rio, na Casa de Cultura Laura Alvim, está em cartaz até o final do mês de novembro um musical sobre uma das principais figuras do samba nacional: Clementina de Jesus. Com direção de Duda Maia e direção musical de Pedro Miranda, ‘Clementina, cadê você?’ conta e canta parte da percepção do autor Pedro Murad sobre a cantora Clementina de Jesus da Silva, neta de escravos, doméstica e descoberta como cantora apenas aos 63 anos de idade. Ainda no Rio dois grandes musicais estão chamando a atenção da crítica e público: ‘Cazuza Pro Dia Nascer Feliz’ e ‘Elis, O Musical’. Elis Regina é sem dúvida o grande nome feminino

the popular Brazilian music and there seems no better way of paying tribute to her than this non-biographical musical that features 50 songs that have become classics in the voice of “Pimentinha”. The show is set to run until March next year, though with such critically acclaim, there are already promises to take it round the country throughout 2014. Singer-songwriter Cazuza is also honored on the stage in Rio with ‘Cazuza Pro Dia Nascer Feliz’, deliberately timed with the current exhibition of her life and work at the Museum of the Portuguese Language in São Paulo, ‘Cazuza Mostra a Sua Cara’. In this musical, the Cazuza’s life is shown in chronological order, with 31 songs of her songs featured. All of these shows have followed in the footsteps and success of other Brazilian musicals that celebrated legendary performers and musicians.

da MPB ao lado de Nara Leão e nada mais justo do que uma homenagem a artista com um musical não biográfico que conta com 50 músicas que viraram clássicos na voz da “Pimentinha”. O espetáculo fica em cartaz até março do ano que vem e com o sucesso que já está fazendo promete rodar o país em 2014. O cantor e compositor Cazuza também ganha homenagem nos palcos do Rio com ‘Cazuza Pro Dia Nascer Feliz’; além da exposição no Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, ‘Cazuza Mostra a Sua Cara’. No musical, a vida de Cazuza é mostrada em ordem cronológica e 31 canções do poeta costuram o espetáculo. Para um artista que teve apenas oito anos de carreira e era classificado como “subproduto do rock”, a peça vem também para mostrar o sarcasmo do artista em grande estilo: “Tô cansado de tanta babaquice, tanta caretice / Desta eterna falta do que falar.” No ano passado, dois musicais brasileiros chamaram a atenção para a nova onda de valori-

Previewed last year, ‘Tim Maia, Vale Tudo’, which is still on tour around Brazil and ‘Milton Nascimento, Nada Será Como Antes’ both honored great voices of national music. Milton Nascimento, who recently performed at the Barbican in London, has made a great subject for a production. The show is not biographical but tells an interesting story, set in the hinterlands of Minas Gerais, where friends, of the ‘Clube da Esquina’, gather to sing, play instruments and recount stories. With such a strong musical heritage, there seems no shortage of Brazilian perfumers whose lives make a good musical. Next year, another artist, Rita Lee, the ‘black sheep’ of Brazilian pop music will have her life performed by Mel Lisboa in a show that debuts in March at TUCA, in São Paulo, which was also the birthplace of former Os Mutantes singer. So it seems that discerning audiences and critics no longer have a reason to complain about the lack of Brazilian parts and foreign stories that are “imported” to the Brazilian stage. Now we can only look forward to the stories of Roberto Carlos, João Gilberto, Chico Buarque and Caetano Veloso coming to the stage. Lets just hope disputes over copyright, biographies and royalties don’t get in the way.

zação dos grandes nomes musicais tupiniquim. ‘Tim Maia, Vale Tudo’ (ainda em tour por todo o Brasil) e ‘Milton Nascimento, Nada Será Como Antes’ homenagearam duas grandes vozes da música nacional. Milton Nascimento, que recentemente se apresentou no Barbican em Londres, também ganhou um musical com suas inesquecíveis canções. O espetáculo não é biográfico e se passa em uma casa no interior de Minas, onde amigos, tal como no Clube da Esquina, se reúnem para cantar, tocar instrumentos e viver histórias. Outra artista viva ganhará um musical no próximo ano: Rita Lee. A ovelha negra da música pop brasileira será interpretada por Mel Lisboa em um espetáculo que estreia em março do ano que vem no TUCA, em São Paulo, terra natal da ex-vocalista dos Mutantes. Público e crítica não têm mais motivos para reclamar da falta de peças menos enlatadas e “importadas” aos palcos brasileiros. Agora fica a torcida para que Roberto Carlos, João Gilberto, Chico Buarque e Caetano Veloso deixem ser “biografados” nos palcos sem que isso vire uma grande novela. Um nome vem à cabeça: É proibido proibir.


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Bonito: Best destination for responsible tourism

TRAVEL Home to some of the cleanest and crystal clear rivers in the world, Bonito is located in the Mato do Grosso do Sul State. The spectacular natural beauty of its caves, waterfalls and rivers, make Bonito one of the top ecotourism destinations in Brazil. With the number of tourists to the region strictly controlled by the government, the wider goal is to preserve the natural beauty found here for generations to come. Boths it’s natural beauty and successful management were key factors in the region winning the award for Best Destination for Responsible Tourism at the recent World Travel Market - WTM in London, one of the most important awards given.

The area The area of Bonito consists of about 5,000 square kilometers of breathtaking natural landscape that thankfully have not been diminished by large constructions and resorts.

Where to stay Though if you are planning to visit Bonito, don’t panic, there is no shortage of good infrastructure of accommodation. There are plenty of ‘pousadas’ (small hotels) that cost about £50 a night for a double room, with prices at hotels starting at about £70. There are also guest houses and B&B’s which offer rooms from as little as £15. Though be war-

ned, during the peak holiday period of December to February, prices can double. For more information visit: http://www. bonito-brazil.com/hotels.php.

What to see Bonito is all about experiencing nature in its purest form and you should throw yourself into the opportunities on offer. Trek in the rainforest, snorkel in the rivers of Rio da Prata, Rio Sucuri, Rio Formoso, all of them offer the chance to see lots of fishes thanks to the completely transparent waters. Visit the ‘Boca da Onça’ waterfall, with a 156m cascade, this feat of nature is impressive and beautiful. You can also take the 4 km trail through the forest which leads to a

Natural beauty: Bonito is one of Brazil’s top ecotourism destinations

Bonito: Melhor destino para turismo responsável

Local de alguns dos rios mais claros e mais transparentes do mundo, Bonito está localizado no Mato Grosso do Sul e, graças à espetacular beleza natural de suas cavernas, cachoeiras e rios, esta região é hoje um dos principais destinos de ecoturismo no Brasil. O número de turistas permitidos em Bonito é rigorosamente controlado pelo governo, com o objetivo é preservar a beleza natural da região. E este é um dos grandes motivos que levaram Bonito a receber na última edição do World Travel Market – WTM, em Londres, o prêmio mundial na categoria ‘Best Destination for Responsible Tourism’, um dos mais importantes prêmios do segmento. Esta foi a décima edição do prêmio, e neste ano foram mais de 1.000 inscritos em sete categorias.

A região A região de Bonito tem cerca de 5.000 km quadrados e, com limitações para preservar a natureza, não há grandes construções e resorts. Mas isso não significa que aqueles que estão planejando visitar Bonito não vão encontrar infraestrutura de alojamento. Há uma abundância de opções de pousadas (pequenos hotéis), que custam cerca de R$ 180 por noite por um quarto duplo. Preços em hotéis começam em cerca de R$ 250. Há ainda casas de hóspedes e B&B’s, que oferecem quartos por R$ 60. Durante os períodos de férias, dezembro a fevereiro, os preços podem dobrar. Para mais informações visite: http://www.bonito-brazil. com/hotels.php.

O que visitar Bonito trata-se de um lugar de natureza intocável. Caminhe na mata, mergulhe em um dos rios: Rio da Prata, Rio Sucuri, Rio Formoso, todos eles com muitos peixes e águas completamente transparentes. Vá também à cachoeira Boca da Onça, com uma cascata 156 metros! Você também pode fazer a trilha de quatro quilômetros através da floresta para uma série de mais de 10 cachoeiras. Outro local a visitar é o Buraco das Araras, onde se podem contemplar pássaros coloridos.


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series of more than 10 waterfalls. Another location to visit is ‘Buraco das Araras’ where you can see lots of colorful rare birds.

How to get there Bonito is located 260km from Campo Grande, the capital of Mato Grosso do Sul State. To get there you have to take a flight to Campo Grande and then take a van, couch or rent a car to Bonito. Flights from London to Campo Grande cost about £700. You can book your transport from the airport to Bonito with your hotel or ‘pousada’.

Don’t forget Book your trip to Bonito in advance as numbers can be limited. If you are planning to rappel or go scuba diving, you will need a certificate - most of the local agencies offer 6-hour courses which can provide you a certificate.

Photos: Divulgation

Como chegar A região de Bonito está localizada a 260 km de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Para chegar lá, você precisa pegar um voo para Campo Grande e, em seguida, pegar uma condução ou alugar um carro para Bonito. Voos de Londres para Campo Grande custam cerca de £700. Agende com o seu hotel ou pousada o transporte do aeroporto para Bonito.

Não esqueça Reserve a sua viagem para Bonito com antecedência, uma vez que há número específico de visitantes que têm permissão para ir e ficar na área por um determinado período. Se você está planejando para rapel ou mergulho, vai precisar de um certificado – a maioria das agências oferece cursos de seis horas que podem lhe fornecer um certificado.


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GOING OUT LONDON REMIXED FESTIVAL

SAMARA AT LONDON JAZZ FESTIVAL

November 23, 2013

November 22, 2013

Where 606 Club (SW10 0QD) / Tickets £15

Where 7 venues – Shoreditch /Tickets from £10

>> londonjazzfestival.org.uk

>> movimientos.org.uk

Latin jazz at its infectiously exuberant best, led by the 606 supreme Steve Rubie (alto saxophone/flute) and featuring Brazilian vocalist Jandira Silva, in a set of invariably enchanting and seductive songs.

Jean Louis Steuerman

FLAVIA COELHO AT RONNIE SCOTT’S

December 5, 2013

November 25 & 26, 2013

Continental Drifts; the producers of the most rocking festival stages across the globe are excited to be back, joining forces once again with their long standing musical partners Movimientos, Two for Joy, Wormfood, Blue Lotus, Kazum, White Mink, Electro Swing Club, Focus Organization, Freshly Squeezed Music for the return of LONDON REMIXED FESTIVAL 2013.

Cristina Ortiz November 27, 2013

Where Ronnie Scott’s Jazz Club / Tickets from £25 >> ronniescotts.co.uk

Multi-media event brings the arts of the Brazilian State of Minas Gerais to the UK and promotes collaboration and exchange between Brazilian and London based artists, communities and audiences. Activities include theatre, literature, cinema and music.

After a storming headline performance at WOMAD this summer, which saw 15,000 dancing to her infectious fusion of samba, bossa-nova, and Brazilian melodies, with bit of hip hop and reggae thrown in too, Flavia Coelho will be injecting a little bit of Brazilian sunshine into autumn with two intimate shows at Ronnie’s this November.

Cristina Ortiz, one of Brazil’s most celebrated pianists and long resident in London, offers the International Piano Series a celebration of Chopin at his most inventive.

Where Embassy of Brazil in London / FREE

Where Queen Elizabeth Hall /Tickets from £35

>> brazil.org.uk

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MIND & SOUL

SCORPIO’S LUNAR PHASE By Clarice Valente, Deise Fields and Bruja Leal

This reading of the stars and planets follows the phases of the moon and the time between full moons – known as lunation. Each lunation is influenced by a conductor sign and affects the zodiac constellations for the period. From 3 November to 2 December, the Moon passes through the constellation of Scorpio. Scorpio is an intuitive sign of water* and is ruled by Pluto. Sharing its name with the animal that lives in the cracks of rocks and constantly alert – a feature that reverberates in the sign. Scorpios can act early on feelings of desire, seduction and suspicions. The poison of a scorpion has the potency to both cure or to kill, depending to the reaction to it, the poison can help regenerate or intoxicate. People with the Scorpio star sign can experience periods when they seek only the pursuit of self-renewal as well as other times when their denial of social conventions and independence might mean they cut ties to transmit something of their own. This Lunation motivates the creation of new methods. Your current period, post-peak of the full moon is in Gemini sparks an interest in thought and learning. It will pass through Cancer emphasising sentiment and structure. On the reflection of the waning moon it will be in Leo promoting creativity and leadership, and will help you find creative outlets for the period that follows for Virgo - organisation and analysis, ending in Libra helping to find balance. In this period, Venus passes through the constellation of Capricorn and the planets will engage. Grounded in conversation with Pluto, the ruler of Scorpio, these superstars will debate rationally and create drive and desire, on questions from life and relationships. At the end of the cycle, the Moon returns to the constellation of Scorpio and completes its cycle joining Sagittarius as the New Moon, on the second day of December. The Lunar period favors rehabilitative choices, the embracing of chaos or harmony so this month, Scorpios, get out from under that rock – take some risks and feel what’s out there.

A LUNAÇÃO DE ESCORPIÃO Por Clarice Valente, Deise Fields e Bruja Leal

Esta leitura do céu acompanha as fases da Lua e o tempo entre Luas Novas. Cada lunação sofre influência de um signo regente e circunda as constelações zodiacais deste período. De 3 de Novembro ao dia 2 de Dezembro, a Lua desfila sobre a constelação de Escorpião. Escorpião é um signo intuitivo de água* e é regido por Plutão. O animal mora nas brechas e vive em alerta, característica que reverbera no signo. Sai quando acometido de desejo; é sedutor e desconfiado. O veneno de escorpião tem potência letal ou de cura. Neste sentido magnético, regenera ou intoxica. Como uma reação ao veneno, o período de sua regência é agitado pela busca da auto-renovação. O Escorpião motiva a negação das convenções sociais, a não-identificação que possibilita a transmutação em algo próprio de si. Lunação que motiva a criação de novos métodos. Seu período atual, pós-ápice da Lua cheia, está em Gêmeos – Razão e Aprendizado. Passará sobre Câncer – Sentimento e Estrutura. Na reflexão da minguância, Leão – Criatividade e Liderança o ajudará a encontrar saídas criativas para o período que segue para Virgem – Organização e Análise e que finaliza em Libra - Balança. Neste período, Venus passa pela constelação de capricórnio e não se dedica a devaneios líricos. Está de pés no chão em conversa com Plutão, regente de Escorpião. Estes astros em conjunção debatem racionalmente (Capricórnio) a pulsão e o desejo, do viver aos relacionamentos. Enfim, a Lua regressa à constelação de Escorpião e conclui seu ciclo na Lua Nova de Sagitário, no segundo dia de dezembro, período lunar que favorece escolhas regeneradoras, ingestão do caos ou da harmonia. Saia da toca. Arrisque e sinta.

*Signos de elemento água: Câncer, Escorpião e Peixes. Regidos pela Lua, são predominantemente sensíveis aos efeitos do astro. A Lua influencia os líquidos na Terra, dos fluxos da seiva às mares e ao sangue, assim como as emoções humanas.

* Signs with the Water element: Cancer, Scorpio and Pisces are governed by the moon and are predominantly sensitive to its the effects. The moon influences all liquids on Earth, from the flow of nectar to the seas and the blood, as well as influencing human emotions.


FOOD This is one of those classic desserts that everyone loves but too few cooks are willing to try and make themselves. The key to getting it right is to take care when beating the egg whites. Follow the recipe, have a go and then sit back and enjoy the tasty results!

Strawberry Roulade

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Esta é uma daquelas sobremesas clássicas que todo mundo adora, mas poucos estão dispostos a tentar fazer. A chave para obter sucesso é tomar cuidado ao bater as claras em neve. Siga a receita e aprecie os resultados saborosos!

Rocambole de Morango

P R E P A R A T I O N

P R E P A R A Ç Ã O

Line a baking tray with baking parchment. Preheat oven to 200 C / Gas 6. For the sponge: in a large bowl or mixer beat the egg yolks, sugar and vanilla in a bowl until fluffy. In another bowl, beat the egg whites, gently adding the icing sugar until stiff, then gently pour into the bowl with the egg yolk mixture. Mix the flour with the baking powder and sift over the before folding the mixture together carefully with a whisk. Don’t stir it too much or you will knock all of the air out of the egg whites and up with a heavy sponge. Spread the mixture onto the prepared baking tray and bake in the preheated oven for 15-20 minutes. Remove from the oven, then take a clean tea towel, sprinkle it with sugar and carefully invert the sponge onto it. Remove the baking parchment from the sponge and roll the sponge up and allow to cool – this will make it easier to finish later. For the filling, beat the cream with the vanilla and mix in the strawberries. Gently unroll the sponge and spread with the strawberry-cream mixture. Roll up again, keeping the roll quite tight so it holds together then place in the refrigerator and allow to set.

Forre uma assadeira com papel vegetal. Pré-aqueça o forno a 200 ºC. Na batedeira, bata as gemas, o açúcar e a baunilha até ficar fofo. Em outra tigela, bata as claras com o açúcar de confeiteiro até ficarem firmes e despeje na tigela com a mistura das gemas de ovo. Misture a farinha com o fermento e peneire sobre as claras em neve. Misture tudo cuidadosamente com um batedor. Não mexa demais. Espalhe a mistura na assadeira preparada e asse no forno pré-aquecido por 15-20 minutos. Polvilhe um pano de prato com açúcar e inverta cuidadosamente a massa. Retire o papel vegetal, enrole a massa e deixe esfriar. Para o recheio, bata o creme de leite com a baunilha e misture com os morangos. Delicadamente desenrole a massa, espalhe a mistura de creme e morango na massa. Enrole o rocambole com a ajuda do pano de prato. Decore com creme e morangos inteiros e o leve à geladeira para solidificar.

Ingredients < For the Sponge 4 eggs – yolks and whites separated 110g caster sugar 1 teaspoon vanilla extract 25g icing sugar 75g flour 1/2 teaspoon baking powder Sugar for rolling

Ingredientes Massa > 4 gemas 110g de açúcar 1 colher de chá de extrato de baunilha 4 claras 25g de açúcar de confeiteiro 75g de farinha 1/2 colher de chá de fermento em pó Açúcar para rolar

< Filling 200g whipping cream 1 teaspoon vanilla extract 500g strawberries, chopped

Recheio > 200g de creme de leite fresco 1 colher de chá de extrato de baunilha 500g de morangos picados

By Luciane Sorrini


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