MAPA DOS BAOBÁS DO BRASIL

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Copyright by c 2011 Gilberto J. S. Vasconcelos Todos os direitos desta edição reservados ao autor: Gilberto J. S. Vasconcelos Projeto Gráfico / Capa / Diagramação: Aluísio Ricardo Revisão: Ernesto José de Souza Ferreira Fotos: Leonardo Miguel Silva Martins. Baobá do Passeio Publico do Rio de Janeiro, baobá da Lagoa Rodrigues de Freitas, baobá do Jardim Botânico do Rio, baobá da Ilha de Paquetá. Maria Elizabete Maciel Almeida Foto, Passeio Público, Fortaleza – CE Demais fotos: Gilberto J. S. Vasconcelos, o autor do Mapa dos Baobás do Brasil.

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G R A D E C I M E N T O S

A Alexandre Calos Leimig de Albuquerque Nascimento, Recife - PE A Aurélio Márcio Nogueira, Recife - PE A Daniel Calos Leimig de Albuquerque Nascimento, Recife - PE A Edio Lotufo, Cuiabá – MT A Leonardo Miguel Silva Martins,Rio de Janeiro - RJ A Márcio de Albuquerque Nascimento, Recife - PE A Márcio Mendes Biasoli, Rio de Janeiro - RJ A Maria da Conceição Melo de Oliveira Moreira, Recife - PE A Maria Elizabete Maciel Almeida, Fortaleza - CE Ao Museu Casa Quissamã - RJ A Pedro Calos Leimig de Albuquerque Nascimento, Recife - PE A Rômulo Barbosa da Silva, Recife - PE A Samuel Fonseca de Assis, Assú - RN A Usha Marli Araújo Ervatti, Rio de Janeiro - RJ A Wigaman Gomes da Silva, Olinda - PE

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s temas ambientais, da sustentabilidade, da sobrevivência da espécie humana em longo prazo ainda são marginais entre nós e muito pouco incorporados no dia a dia da sociedade brasileira. Este livro apresenta os resultados de pesquisas históricas e trabalhos de campo, com registros precisos da ocorrência de baobás em Pernambuco. É oportuno e emblemático, pois nos ajuda a perceber a importância de uma espécie vegetal no seu contexto social, cultural e histórico. É uma boa chance para refl etirmos acerca dos benefícios da diversidade biológica e captarmos a dependência da espécie humana desta diversidade. A presente obra revela como um indivíduo pode contribuir no processo para a conservação do meio ambiente, usando princípios básicos de educação ambiental, com enfoque humanista e holístico. É sabido que a maioria dos pernambucanos se encontra ainda mal informada sobre temas relacionados com a ecologia e o meio ambiente. A proteção dos recursos naturais ainda é um procedimento de pouca importância em nosso estado, quando deveria estar incorporada de forma transversal em políticas públicas, ações do setor privado e de cada cidadão, dada a nossa singular especifi cidade, em que 80% do nosso território é de clima semiárido, com um índice muito baixo de mata atlântica remanescente, convivendo com um processo perverso de desertifi cação, da perda da biodiversidade e do avanço do mar. Em contraste com este descaso, vemos a iniciativa salutar de Gilberto Vasconcelos neste trabalho, o Mapa dos Baobás do Brasil, mostrando a importância de uma árvore da savana africana, denotativa da exuberância de sua presença marcante, que serve de exemplo para todos nós, da importância da preservação e valorização das riquezas naturais. Vemos a signifi cação do baobá por ter sido trazido ao Brasil pelos escravos africanos,representando o frondoso e largo espírito da rica cultura africana, onde é tida como a árvore da vida e uma fonte de fertilidade. O baobá também é uma árvore mito, que toca várias gerações, as quais aprenderam com Saint-Exupéry a admirar esta espécie presente no seu asteróide B 612 , que nos cativou com suas raízes de inspiração e nos fi ncou nos sonhos do Pequeno Príncipe. Com o baobá frondoso, vemos como o homem é diminuto dentro da criação da natureza, não só por sua menor dimensão e, também, pelo seu curto período de vida. Devemos valorizar este importante trabalho de catalogação e monitoramento dos baobás fi ncados nos torrões brasileiros, não só pelo seu denso conteúdo, pela história que lhe serve de seiva, como exemplo com vistas a induzir outras iniciativas na valorização das espécies nativas ou não, que prestam relevantes serviços ambientais para nossa sociedade. Mostrando a importância da preservação de espécies vegetais como forma de conservação da biodiversidade e manutenção equilibrada da vida, este também um dos objetivos deste trabalho deste abnegado cidadão Gilberto Vasconcelos. Na certeza que este livro-semente estimule práticas de valorização fl orestal e novas abordagens venham trazer o reconhecimento dos serviços ambientais, que esta obra crie um baobá de alegria e felicidade no coração de cada leitor. Anísio Bezerra Coelho Engenheiro Químico, empresário. Presidente do Conselho Temático de Meio Ambiente da FIEPE 7


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ilberto J. S. Vasconcelos, Viveirista Florestal, natural de São José da Laje – Al. Filho de um operador de máquinas da Usina Serra Grande e uma doméstica, nascido em 04 de Julho de 1966, trabalhou no canavial, de menino até aos 18 anos, onde viveu entre duas reservas de mata atlântica. Passou a morar em Recife de primeiro de janeiro de 1985 a maio de 1988. Morou em Belém do Pará, retornando a Pernambuco em primeiro de janeiro de 1997 para, defi nitivamente, morar na cidade de Olinda. Insatisfeito com o pouco verde, nativo, que encontrou, resolveu cultivar mudas nativas da mata atlântica para doação. A procura foi tanta que resolveu criar o Projeto Adote Uma Árvore, determinado a plantar 100 mil mudas em Pernambuco. Essa iniciativa teve início em 2006, quando começou a produzir as primeiras mudas em garrafas pet encontradas no lixo. Daí surgiu a oportunidade de conhecer a FELICIDADE, pois a insatisfação o acompanhou por quatro décadas e só teve fi m quando - em oração - pediu a Jesus que lhe desse uma oportunidade de encontrar-se com a tal felicidade, que só ouvira falar sem nunca acreditar na sua existência. Diz um adágio popular : “a vida começa aos 40”. Aconteceu exatamente assim com ele e, desta forma, segue muito feliz com suas realizações. Mensagens de incentivo à continuidade deste projeto não faltaram, a exemplo da matéria publicada pelo Diário de Pernambuco em 7 de junho de 2009, intitulada Ele tem “um dedo verde”, da Jornalista Aline Moura. Participou de vários eventos com o objetivo de doar mudas, dentre eles, a VII Bienal do Livro – PE, com a doação de 1300 mudas, Feira do Verde, em Santa Cruz do Capibaribe, Semana do Meio Ambiente, da Faculdade Guararapes, com a doação de 500 mudas e Expoideia Recife. Sempre que solicitado, atendeu a inúmeros pedidos para apresentações em colégios públicos e privados. Mesmo desprovido, inclusive de divulgação visual, com toda boa vontade, levou ao conhecimento de milhares de pessoas frutos, sementes, mudas e plantio de baobá. Nenhum valor foi cobrado por essas ações. Não satisfeito, resolveu publicar, em um único endereço, uma infi nidade de informações sobre a Mata Atlântica. Realizando mais um sonho, criou o PORTAL MATA ATLÂNTICA, com o slogan “tudo sobre a mata atlântica num só clique¨. www.portaleco.org. Outra atividade de uma riqueza ainda maior teve início em janeiro de 2010 – um levantamento fl orístico das espécies da fl ora atlântica pernambucana, que será disponibilizada online quando fi nalizado. Nota Nós, brasileiros, temos uma dívida incalculável pelos serviços prestados pela mão de obra dos escravos, que construíram o nosso Brasil - um dos mais ricos países do mundo. Fica registrada a minha singela contribuição ao povo moçambicano – toda a renda por ocasião do lançamento deste livro será usada para construir reservatórios de água nos baobás encontrados em Moçambique. Em resumo : ¨ SER FELIZ É TER UM BOM OBJETIVO PARA VIVER ¨. 9


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idealizador do Projeto Baobá, Gilberto J. S. Vasconcelos deu início - em dezembro de 2008 - a um levantamento dos baobás de Pernambuco, no intuito de quantifi car os exemplares adultos. Tarefa quase impossível afi rmar o número exato. Em quase três anos de pesquisas, não foi encontrado nenhum registro com a localização de todos os baobás existente no país. Para materialização deste projeto, foram percorridos mais de 7.000km nos estados de: Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte, para localizar, monitorar, coletar frutos e fotografar os baobás nas quatro estações e, também, este mesmo período foi dedicado a experimentos e técnicas de germinação e produção de mudas. O estado de Pernambuco é, definitivamente, o reduto dos baobás no Brasil, com mais de noventa baobás plantados. Entretanto, não se pode negar que o município de Assú - RN é a capital nacional dos baobás centenários, com nove exemplares catalogados. O mapa dos baobás do Brasil tem, como objetivo principal, mostrar a localização dos baobás centenários e os demais exemplares recentemente plantados. Tem, também, o objetivo de difundir no Brasil, como produzir mudas deste gigantesco vegetal, sua importância para os nativos da savana africana, seu valor nutricional e o evidente elo ente o tráfi co de escravos e sua introdução em nosso país. É notório que os baobás centenários que aqui se encontram têm, como personagem principal, os escravos, (é comum entre os nativos africanos o uso dos frutos do baobá como alimento). Uma infi nidade de informações foi encontrada, todavia não há registros que comprovem quem - de fato - introduziu o baobá – Adansonia digitata no Brasil.

CONHECEND O OS BAOBÁ S O baobá é uma árvore de grande porte, originária das savanas africanas, da ilha de Madagascar e nordeste da Austrália. Apesar de milenar, foi espargido - a partir do século XX - através do escritor francês Antoine de Saint-Exupery. Em 1444, conduzidos por Gomes Piers, os navegantes portugueses chegaram à ilha africana de Gorée (pertencente hoje ao Senegal) e permaneceram no local até 1595, período em que a ilha se tornou propriedade dos holandeses. Os navegantes registraram que, lá, ainda se podia apreciar o brasão de Dom Henrique gravado em árvores. Por sua vez, na metade do século XV, o cronista Gomes de Eanes Zurara assim descreveu as árvores encontradas, na obra Chronica dos Feitos de Guiné (Lisboa, 1453): “Árvores muito grandes e de aparência estranha; entre elas, algumas tinham desenvolvido um cinturão de 108 palmos a seu pé ( cerca de 25 metros). O tronco de um baobá não é mais alto do que o tronco de uma árvore de noz; rende uma fi bra forte usada para cordas e pano; queima da mesma maneira como linho”. Segundo o cineasta Licínio Azevedo, na savana africana o tronco do baobá é escavado por curandeiros ou feiticeiros e usados como reservatório para armazenar água durante o período chuvoso, visando o período de seca. Quem se propuser a 12 fazer esse trabalho de escavação interna da árvore não poderá ingerir alimento com sal, nem ter relações sexuais enquanto durar o serviço, segundo eles, 11


para preservar os baobás que, apesar de oco,, não morrem. Ainda segundo o cineasta, essa atividade, remunerada, é necessária pelo fato de só haver água a mais de 60m de profundidade. Diferentemente dos baobás existentes no Brasil, cujas sementes podem germinar em apenas 10 dias e atingir uma altura de 10 metros em 10 anos, em Moçambique, os da mesma espécie, segundo o botânico Salomão Bandeira, da Universidade de Moçambique, um exemplar plantado no Horto Botânico de Maputo levou 15 anos apenas para germinar e atingir uma altura de 2m em 10 anos, e outro exemplar, com cerca de 4m, levou mais de 50 anos. Em 2011, foi plantado um baobá no município de Gravatá, em Pernambuco, por Gilberto J. S. Vasconcelos. Um exemplar com idade de apenas 5 meses, medindo 1,5m. Comumente, as mudas produzidas pelo Projeto Baobá em Olinda atingem uma altura de 1m em apenas 8 meses. As folhas brotam entre os meses de julho e janeiro, mas, se a árvore conseguir fi car umedecida, elas podem se manter fi rmes durante todo o ano. Em geral, o baobá fl oresce durante uma única noite, apenas, entre maio a agosto. Durante as poucas horas em que as fl ores permanecem abertas, os consumidores de néctares noturnos - particularmente, os morcegos - asseguram a polinização da planta. Um outro polinizador é a abelha Aripuá, esta, de hábito diurno, que podemos observar na foto de uma fl or, neste livro. Vale lembrar que os praticantes do candomblé consideram o baobá uma árvore sagrada, e dizem que não se deve cortá-la ou arrancá-la. Em 1749, o pesquisador francês Michel Adanson, voltando da viagem para São-Louis, no Senegal, elaborou desenhos e descreveu o seguinte, em seus registros: Chamou-me à atenção uma árvore, cujo tamanho era incrível. Era uma árvore que tinha frutos com formatos de abóboras, de nome “pão de macaco”, no qual os Wolots diziam ”goui” no idioma deles. Provavelmente, a árvore mais útil em toda a África... a árvore universal, para os nativos. A partir de então, os pesquisadores Bernard de Jussieu e Charles de Linné creditaram, para Michel Adanson, o nome científi co do baobá, chamando-o Adansonia digitata. E, na França, desde 1791, a Enciclopédia de Diderot e d’Alembert adotou essa denominação. O nome digitata é devido o formato da folha, que se parece com os cinco dedos da mão.

ESPÉCIES DE BAOBÁS:

BAOBÁ EM DIALETOS MOÇAMBICANOS

Adansonia digitata - (na África Central & no Sul da África) Adansonia grandidieri - (em Madagascar) Adansonia gregorii (ou Adansonia gibbosa) (no Nordeste da Austrália) Adansonia madagascariensis - (em Madagascar) Adansonia perrieri - (em Madagascar) Adansonia rubrostipa (ou Adansonia fony) - (em Madagascar) Adansonia suarezensis - (em Madagascar) Adansonia za - (em Madagascar). 12

Imbondeiro – em Português (língua oficial) Ximuo – no dialeto Changana. ximuio - no dialeto Machope Nonde – no dialeto Makonde. Mulapa - no dialeto Makua


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Apresentação............................................................................................................................................................................................7 Sobre o Autor............................................................................................................................................................................................9 Introdução.................................................................................................................................................................................................11 O Tráfico Negreiro...............................................................................................................................................................................14 História de Pernambuco.................................................................................................................................................................15 Recife, a Veneza Brasileira reduto dos Baobás................................................................................................................16 Palácio do Governo / Palácio da Justiça..............................................................................................................................17 Antiga Estação Ponte D´Uchoa................................................................................................................................................ 18 Museu da Abolição.............................................................................................................................................................................19 Árvore da Vida.......................................................................................................................................................................................20 Poço da Panela..............................................................................................................................................................................21/22 Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena...................................................................................................................................23 Futuros Gigantes..................................................................................................................................................................24/25/26 Este exemplar merece uma atenção especial................................................................................................................27 Buenos Aires – PE................................................................................................................................................................................28 Cabo de Santo Agostinho – PE ...............................................................................................................................................29 Ipojuca – PE......................................................................................................................................................................................30/31 Limoeiro – PE..........................................................................................................................................................................................32 Ribeirão – PE...........................................................................................................................................................................................33 Vicência – PE...........................................................................................................................................................................................34 Frutos do Baobá...................................................................................................................................................................................35 Produção de mudas..........................................................................................................................................................................36 Como produzir mudas de Baobá............................................................................................................................................37 Alagoas.......................................................................................................................................................................................................38 Fortaleza....................................................................................................................................................................................................39 Matogrosso..............................................................................................................................................................................................40 Rio de Janeiro..................................................................................................................................................................................41/42 Quissamã-RJ............................................................................................................................................................................................43 Macaíba – RN.........................................................................................................................................................................................44 Natal – RN.................................................................................................................................................................................................45 Assú – RN....................................................................................................................................................................................46/47/48 Nísia Floresta - RN...............................................................................................................................................................................49 Estação de Papary..............................................................................................................................................................................50 Município de Ipanguaçu – RN ...................................................................................................................................................51 Bibliografia...............................................................................................................................................................................................52 13


Angola

Moçambique

Nigéria

O TRÁFICO

Congo

Costa do Marfim

Benin

NEGREIRO

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s negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfi m, e os bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os sudaneses fi caram na Bahia. CCalcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de quatro milhões de africanos, na sua maioria jovens ddo sexo masculino. Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos neggros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da Colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Os escravos africanos eram, de forma ggeral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos. Como reação a essa ssituação, durante todo o período colonial foram constantes os atos de resistência, desde fugas, tentativas de assassinatos do ssenhor e do feitor, até suicídios.

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H I S TÓR IA D E P E RNAMBUCO Pernambuco foi uma das primeiras áreas brasileiras ocupadas pelos portugueses. Em 1535, Duarte Coelho torna-se o donatário da Capitania, fundando a vila de Olinda e espalhando os primeiros engenhos da região. No período colonial, Pernambuco torna-se um grande produtor de açúcar e, durante muitos anos, é responsável por mais da metade das exportações brasileiras. Essa riqueza atrai novos colonos europeus, que constroem no estado um dos mais ricos patrimônios arquitetônicos da América Colonial. A riqueza de Pernambuco foi alvo do interesse de outras nações. No século XVII, os holandeses se estabelecem no estado. Entre 1630 e 1654, Pernambuco é administrado pela Companhia das Índias Ocidentais. Um dos seus representantes, o príncipe João Maurício de Nassau, traz para Pernambuco uma forma de administrar renovadora e tolerante. Realiza inúmeras obras de urbanização no Recife, amplia a lavoura da cana, assegura a liberdade de culto. No período holandês, é fundada no Recife a primeira sinagoga das Américas. Amante das artes, Nassau tem, na sua equipe, inúmeros artistas, como Frans Post e Albert Eckhrout, pioneiros na documentação visual da paisagem brasileira e do cotidiano dos seus habitantes. Os pernambucanos se orgulham de sua participação altiva na História do Brasil, sempre mantendo altos ideais libertários, como na Guerra dos Mascates, entre 1710 e 1712; a Revolução Pernambucana, em 1817; a Confederação do Equador, em 1824; a Revolta Praieira, em 1848. Com o advento da República, Pernambuco procura ampliar sua rede industrial, mas continua marcado pela tradicional exploração do açúcar. O Estado moderniza suas relações trabalhistas e lidera movimentos para o desenvolvimento do Nordeste, como no momento da criação da SUDENE. A partir de meados da década de 60, Pernambuco começa a reestruturar sua economia, ampliando a rede rodoviária até o sertão e investindo em polos de investimento no interior do estado. Na última década, consolidam-se os setores de ponta da economia pernambucana,sobretudos aqueles atrelados ao setor de serviços (turismo, informática, medicina) e estabelece-se uma tendência constante de modernização da administração pública. Após a proclamação da independência, o Coronel José Cerqueira de Aguiar Lima foi a primeira pessoa a governar Per nambuco. Ficou no cargo provisoriamente em 1889, deixando-o ainda no mesmo ano, após as eleições que elegeram o Brigadeiro José Simeão de Oliveira para o Governo do Estado.

B R A SÃO D E P ER NAMBUCO O brasão de Pernambuco foi ofi cializado pelo governador Alexandre Barbosa Lima, em 1895. O leão representa a bravura do povo pernambucano; os ramos de algodão e de cana-de-açúcar simbolizam nossas riquezas; o sol é a luz cintilante do equador; as estrelas são os municípios. Ainda estão no brasão o mar e o farol de Olinda. Na faixa, aparecem as datas históricas mais importantes do estado: 1710 (guerra dos Mascates), 1817 (Revolução Pernambucana), 1824 (Confederação do Equador) e 1889.

BANDE I R A D E P E RNAMBUCO Nossa bandeira foi idealizada pelos revolucionários de 1817 e ofi cializada, anos depois, pelo governador Manoel Antonio Pereira Borba. A cor azul do retângulo superior simboliza a grandeza do céu pernambucano; a cor branca representa a paz; o arco-íris em três cores (verde, amarelo, vermelho) representa a união de todos os pernambucanos; a estrela caracteriza o nosso estado no conjunto da Federação; o sol é a força e a energia de Pernambuco; e, fi nalmente, a cruz representa a fé na justiça e no entendimento.

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RECIFE, A VENEZA BRASILEIRA REDUTO DOS BAOBÁS Cidade plantada à beira-mar e cortada por extensos rios e pontes. A mais antiga referência sobre o Recife é de 1537, no documento Foral de Olinda, no qual está determinado o estatuto jurídico da propriedade da terra. Um pequeno mundo, um povoado, não muito distante de Olinda (apenas 6 km ao Norte), que era o lugar central do poder e da riqueza da capitania de Pernambuco, governada - nos primeiros tempos - por Duarte Coelho. Nesta época, o Recife era apenas parte do território de Olinda, o que durou até 1709. Impulsionada pela ascensão econômica dos portugueses, chamados com desprezo de ‘mascates’, é vista com desconfiança pelos olindenses, senhores de engenhos arruinados pelas dívidas. O confl ito entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses desencadeia a Guerra dos Mascates. Os novos moradores do povoado saem vitoriosos e elevam Recife à categoria de vila independente, em 1710, com um governo municipal instalado. De uma vila de pescadores, o Recife tornou-se uma cidade rica em história, cultura e monumentos. São igrejas seculares, pontes, fortifi cações, ruas antigas e estreitas que convivem, atualmente, com amplas avenidas. Hoje é uma metrópole, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, ocupando um território de 221km2.

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PA L Á C I O D O G O V E R N O A ideia da construção de um novo edifício para os governadores da província de Pernambuco, no local onde existia o antigo Palácio de Friburgo, erguido por Maurício de Nassau, surgiu no tempo do governador José César de Menezes, em 1786. Porém, somente em 1841, no governo de Francisco do Rego Barros, depois Conde da Boa Vista, foi construído um novo palácio para os governadores de Pernambuco, em substituição ao edifício do Erário Régio. No governo de Estácio Coimbra, de 1926

a 1930, o palácio foi remodelado, decorado e mobiliado e, em 1967, serviu de sede para o governo da República, na época do presidente Arthur da Costa e Silva e do governador Nilo de Sousa Coelho. Palco de grandes acontecimentos e testemunha de encontros políticos importantes, o Palácio do Campo das Princesas conservou-se no mesmo local que o conde Maurício de Nassau escolheu para sede do governo de Pernambuco, desde o século XVII.

PA L Á C I O D A J U S T I Ç A O Palácio da Justiça é o edifício-sede do Poder Judiciário de Pernambuco e abriga, em suas instalações, o Tribunal de Justiça do Estado. Registra a história que o Tribunal de Justiça de Pernambuco passou a existir mediante o alvará de D. João VI, de 6 de fevereiro de 1821. À

época, foi denominado Tribunal da Relação de Pernambuco e instalou-se num espaço dentro do antigo Colégio dos Jesuítas do Recife, em 13 de agosto de 1822. Foi no governo de Sérgio Loreto que a construção do Palácio da Justiça recebeu atenção especial, cuja pedra fundamental foi lançada no dia 2 de julho de 1924, em comemoração ao primeiro centenário da Confederação do Equador. O projeto para a construção do Palácio da Justiça, em estilo eclético, aprovado em 1924 pelo engenheiro-chefe das Obras Complementares do Porto, é do arquiteto italiano, formado pela Escola de Belas Artes de Paris, Giácomo Palumbo (1891- 1966), com a colaboração de Evaristo de Sá.

Baobá centenário - Praça da República, Recife - PE

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ANTIGA ESTAÇÃO PONTE D’ UCHOA . Construída em 1865, é um dos exemplos da arquitetura de ferro no Recife. Funcionou como uma das paradas da maxambomba – bonde que circulou de 1867 a 1915. A expressão Ponte D’Uchoa, por outro lado, se deve ao apelido de um capitão que, no século XVII, foi senhor de engenho na Torre. Ele se chamava Antônio Borges Uchoa e havia lutado contra os holandeses.

O baobá com maior circunferência no Brasil (17,40m), localizado na margem norte do Rio Capibaribe, na Avenida Rui Barbosa – Graças – Recife - PE. Resistente o bastante pra sobreviver a várias enchentes do Rio Capibaribe.

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MUSEU DA ABOLIÇÃO A criação do Museu da Abolição Surge, na década de 50, a proposta elaborada pelo professor Martiniano Fernandes e encaminhada ao Senado Federal, através do Senador Joaquim Pires, como Projeto de Lei Nº39 de 14.05.1954, para

criar o Museu da Abolição, sediado no Recife, em honra aos abolicionistas João Alfredo e Joaquim Nabuco. Consta do texto do projeto que “se solicite a abertura de crédito necessário à aquisição do prédio onde residiu o Conselheiro João Alfredo,conhecido como Palacete da Madalena, para fazer adaptações e a instalação, nele, da Sede do Museu da Abolição”. O Sobrado Grande da Madalena como Sede do Museu da Abolição Em 1960, a Câmara Municipal do Recife aprova o Projeto de Lei Nº 103, que estabelece como de utilidade pública a desapropriação do Sobrado Grande da Madalena, com a finalidade de ser ali instalado, o Museu da Abolição. Conquista do Sobrado Grande da Madalena Em janeiro de 2010, após uma grande mobilização iniciada em 2005, finalmente o Museu conquista o espaço integral do Sobrado Grande da Madalena e, agora, conta com a participação de todos para elaborar e definir a sua exposição permanente com base no macrorroteiro elaborado em 2008.

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ESTRADA DO BONGI - RECIFE - PE

Este é um exemplo que justifica o título. Segundo informações de antigos comerciantes da vizinhança, há - pelo menos - 30 anos esses gigantes exemplares foram executados. As fotos acima comprovam o fato, e o inesperado aconteceu. Agora, estão saudáveis e com 15m de altura. O exemplar da esquerda é o quinto maior do Brasil em circunferência, com 14,5m. Medindo 15m de altura.

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P O ÇO DA PAN EL A – R ECIFE - PE Ainda abriga o seu casario e a Igreja de Nossa Senhora da Saúde (séc. XVIII). No Poço da Panela, o viajante inglês Henry Koster registrou a mais antiga notícia da presença de um piano em terras pernambucanas. Chama ele a atenção para a utilização deste instrumento durante o novenário de Nossa Senhora da Saúde, em janeiro de 1810, sendo executado por uma senhora de um negociante e alguns instrumentos de sopro tocados por pessoas respeitáveis. A música vocal foi executada pelas mesmas pessoas, auxiliadas por alguns mulatos, escravos da senhora.

Neste local, viveu o abolicionista e fundador do Clube do Cupim (que se destinava “à libertação dos escravos por todos os meios”), em 8 de outubro de 1884, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfi co Pernambucano fez erguer, em 18 de maio de 1938, um monumento em bronze em sua memória, com o busto de José Mariano e um escravo com grilhões rompidos, um notável trabalho moldado pelo escultor Bibiano Silva. Por Leonardo Dantas Silva (Portal FUNDAJ).

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BAOBÁS – POÇO DA PAN EL A

Rua Marquês de Tamandaré

Rua Eng. Bandeira de Melo Este gigante Baobá vive uma disputa sem fi m pelo direito de espaço, onde um muro, divide um estabelecimento comercial e duas residências.

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Rua Coronel Urbano Ribeiro de Sena - Fundão - Recife Com 12, 15m de circunferência.

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FUTUROS GIGANTES

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1 – Av. Fagundes Varela , Olinda – PE 2 – Av. Hélio falcão, Recife - PE 3 – Bosque Ebenezer – Recife – PE 4 – Caxangá Golf & Country Club – Recife – PE 5 – Centro Mariápolis – Igarassu – PE 6 – Encruzilhada – Recife 7 – Lagoa do Araçá – Recife – PE 8 – Carpina – PE

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9 – Carpina – PE 10 – IPA – Itambé – PE 11 – Parque da Jaqueira – Recife – PE 12 – Praça Farias Neves – Recife – PE 13 – Rua 41 – Rio Doce – Olinda – PE 14 – Ponte Joana Bezerra - Recife - PE 15 – Praça Arnaldo Assunção – Recife – PE 16 – Praça Chora Menino – Recife – PE

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17 – UFPE – Recife – PE 18 – Rua Paulo Afonso – Recife – PE 19 – UFPE – Recife – PE 20 – Sítio da Trindade – Recife – PE 21 – Av. Beira Rio, Torre, Recife – PE 22 – Faculdade de Direito, Recife - PE 23 – Rua Cap. Felipe Ferreira – Recife – PE 24 – Estrada do Bom Sucesso – Olinda – PE

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25 – Parque da Jaqueira – Recife – PE 26 – Av. Gov. Agamenon Magalhães – Espinheiro – Recife – PE 27 – Praça 10 Gravatá – PE 28 – Aeroporto 29 – Praça do Campo Santo – Recife –PE 30 – Praça Professor Fleming, Recife - Pe 31 – Estacionamento da SUDENE – Recife – PE 32 – Jardim Botânico – Recife – PE

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33 – São José do Belmonte - PE 34 – Rua João Manuel de Oliveira, Carpina - PE 35 – IPA, Caruaru - PE 36 – IPA, Araripina - PE

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37 – Fazenda Paquevira, Vitória de Santo Antão - PE 38 – IPA, Serra Talhada - PE 39 – IPA, Arcoverde - PE 40 – Praça Doutor Vitoriano Regueira, Olinda - PE

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ESTE EXEMPLAR MERECE UMA ATENÇÃO ESPECIAL. Acredite, se quiser! Com apenas dois anos e seis meses já atingiu oito metros de altura. À direita, o pequenino baobá foi plantado no mesmo dia, afi rmou Jailta Erlândia de Albuquerque, comerciante, há sete anos no local. A “mãe das árvores” não é mesmo surpreendente?

Localização, Praça da Várzea - Recife - PE

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BUENOS AIRES-PE

Figura 01

Figura 02

Figura 03 Figura 01 - Casa Grande Figura 02 - Capela – Conserva vários registros, dentre eles o mais remoto, datando de 19 - 09 - 1857. Figura 03 - Ruínas do antigo engenho. Figura 04 - Mostra claramente que este centenário baobá continua oco, servindo de abrigo para pequenos animais e insetos. Figura 05 - Ferida causada pela água fervente, descartada sem nenhum controle pela antiga fábrica de cordas de sisal - que antes era um engenho. Outro exemplo da capacidade de sobrevivência desta magnífi ca árvore. Figura 06 - O baobá que mais se assemelha aos da África.

Figura 04

fi gura 05

fi gura 06

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CABO DE SANTO AGOSTINHO - PE As primeiras povoações chamadas de Arraial do Cabo surgiram na segunda metade do século XVI. Formado pelas Igrejas Matriz de Sto Antônio, de Sto Amaro, Nossa Senhora do Livramento e antiga Capela do Rosário dos Pretos (hoje Praça Théo Silva), e casario escasso representado por antigos prédios nas ruas da Matriz (Rua Vigário João Batista) e Dr. Antonio de Souza Leão. As fachadas são protegidas por lei municipal, porém, a maioria encontra-se descaracterizadas. Em 1560 João Paes Barreto já instituía o Morgado de Nossa Senhora da Madre de Deus do Cabo de Sto Agostinho, vinculando o Engenho Madre de Deus, depois chamado de Engenho Velho. A escritura foi redigida em 28 de outubro de 1580. Segundo afirma Sebastião de Vasconcelos Galvão, autor do Dicionário Iconográfico, Histórico e Estatístico de Pernambuco, o povoamento sede do Município vem de 1618; antes dessa data compunha-se de algumas casas esparsas, distantes uma das outras. Transcorridos mais de duzentos anos de ter sido a Povoação de Sto Agostinho elevada à predicação de Paróquia é que foi criada a Vila do Cabo de Sto Agostinho, por força

Com aproximadamente 23 anos, dois belos baobás localizados na PE - 60 - Km1

do alvará de 27 de julho de 1811 e Provisão Régia de 15 de fevereiro de 1812, enviada ao então governador da Província, o General Caetano Pinto de Miranda Montenegro. Sua instalação, no entanto, ocorreu em 18 de fevereiro de 1812, pelo ouvidor e corregedor-geral da Comarca de Recife, o Doutor Clemente Ferreira de França. Foi elevada a categoria de cidade a então Vila do Cabo de Sto Agostinho em 09 de julho de 1877, pela lei provincial nº. 1.269, para a denominação de Cidade de Santo Agostinho do Cabo. O Cabo teve sua economia centrada no desenvolvimento da monocultura da canade-açúcar, a partir de 1570, com a doação de sesmarias ao longo do Rio Pirapama. Tendo João Paes ocupado as terras a ele concedida em 1571, ao sul do Rio Araçuagipe (Pirapama), funda o primeiro engenho bangüê que denominou Madre de Deus (hoje, Engenho Velho), o mais antigo centro açucareiro da Região. Mais tarde, com a criação de novos engenhos, o Cabo passa a representar o poderio econômico de Província de Pernambuco, época em que a cana-de-açúcar representava a força de crescimento do país.

Engenho Massangana PE - 60 Dois jovens baobás, plantados há vinte anos

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PORTO DE GALINHAS – IPOJUCA - PE Quando os holandeses invadiram Pernambuco, já haviam diversos engenhos estabelecidos na região. Este local participou da resistência aos holandeses, sob a liderança do Capitão-mor Amador de Araújo, em uma luta iniciada em 17 de julho de 1645. A derrota holandesa deu-se em 23 de julho de 1645. Dessa forma Ipojuca consolidou-se como uma das mais importantes regiões do Sistema Colonial. Com dois portos - Suape e Porto de Galinhas - além da maior várzea de massapê do Nordeste, Ipojuca fazia parte do triangular comércio colonial; Galinhas ganhou esse nome porque era assim que se se referia aos escravos chegados da África, naquele período. Porto de Galinhas tem o mais extenso litoral no Estado de Pernambuco com 32 km.

Uma sentinela no meio do canavial, situado na parte mais alta de Porto de Galinhas ( PE )

Este centenário baobá está localizado na Av. Beira-Mar Nele, tem uma inscrição no caule, datada de 24-10-1928, a três metros de altura.

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IPOJUCA - PE

Engenho Mercês – Acesso ao Porto de SUAPE

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Localizado na Praça do Baobá, em Nossa Senhora do Ó ( PE ). Este gigante - com mais de vinte metros de altura - é o mais alto do Brasil e o 4º em circunferência, medindo 15,5m.


LIMOEIRO - PE Pela Carta Régia de 16 de junho de 1786, Limoeiro tornou-se Distrito e, 26 anos depois, tornou-se Vila. Pela Lei Municipal nº 2, de 19 de dezembro de 1892, Limoeiro passou a ser cidade. Só em 6 de abril de 1893 Limoeiro tornou-se município autônomo, data da sua emancipação política. Teve, como primeiro prefeito, o Coronel Antônio José Pestana, o primeiro juiz, o Dr. Firmino Monteiro e o primeiro vigário, o Pe. Bartolomeu Monteiro da Rocha. Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação. Centro da cidade

Fazenda Espinho Preto – Ribeiro do Mel - Município de Limoeiro - PE. Quem passa por este bucólico lugarejo se deslumbra com estes exóticos e centenários baobás.

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ENGENHO ARIPIBU, RIBEIRÃO - PE O município de Ribeirão está localizado na mesorregião Mata e na Microrregião Meridional do Estado de Pernambuco, limitando-se a norte com Amaraji, Primavera e Escada, a sul com Gameleira, a leste com Sirinhaém e a oeste com água Preta, Joaquim Nabuco e Cortês. A área municipal ocupa 286,8 km2 e representa 0,29% do Estado de Pernambuco. O município foi criado em 11 de setembro de1928, pela Lei Estadual No 1.931, sendo formado pelos distritos Sede, José Mariano e Aripibu.

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VICÊNCIA - PE O Engenho Poço Comprido, abriga 2 baobás centenários. Estão tomados por parasitas, sem qualquer trato cultural. Uma verdadeira luta pela sobrevivência.

Casa Grande

Senzala

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FR U TOS D O BAO BÁ – A DA NS O N IA D I G I TATA Apesar de ter sido identificado apenas uma espécie de Baobá em Pernambuco, seus frutos têm sete diferentes formas, e dimensões entre, 10 e 50 cm.

FRUTOS DO BAOBÁ – Adansoniadigitata

O SUPER FRUTO A Baobab Fruit Company Senegal foi fundada em 1999 por Mauro Ottaviani,um italiano engenheiro de alimentos - que ficou fascinado com a fruta, durante uma viagem através da África Ocidental. Com a ajuda de seu fi lho Pascal, ele foi pioneiro na sua transformação em uma gama de materiais semiprocessados para uso em indústrias de cosméticos, alimentos e bebidas. Nenhuma parte da fruta vai para o lixo. Em julho de 2008, a União Europeia aprovou o seu uso como ingrediente alimentar para os fabricantes europeus.

A massa branca do interior do fruto do baobá pode ser utilizada como ingrediente em muitos alimentos, compotas e molhos, um edulcorante para bebidas de fruta ou uma adição de sabor picante a molhos. Seu fruto contém seis vezes mais vitamina C que uma laranja, duas vezes mais cálcio que o leite e abundância de vitaminas B, magnésio, ferro, fósforo e antioxidantes. Agora, o baobá é dirigido às lojas na Europa e nos Estados Unidos como um ingrediente de compotas e molhos de pimenta e, eventualmente, barras de cereais e smoothies. A União Europeia aprovou, em 2008, a venda de produtos derivados do baobá. Já as mulheres no Malawi estão colhendo os frutos para uso comercial e ganhar dinheiro o sufi ciente para pagar as taxas da escola das crianças. O baobá é tão popular quanto o açaí. Especialistas estimam o potencial do mercado internacional em um bilhão de dólares por ano. “O baobá está se movendo de indústria caseira para o “mainstream”, diz Malcolm Riley, da empresa Jam Yozuna, na Inglaterra. Ele agora conta com uma grande cadeia de lojas. 35


PRODUÇÃO DE MUDAS Sementes

Semeadura

Germinação

Sementes

Repicagem Rustificação

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COMO PRODUZIR MUDAS DE BAOBÁ

ção ou, se preferir, após 10 dias, quando as plântulas já estão enraizadas o sufi ciente pra que, no momento do transplante, o Para que as sementes estejam prontas para serem seme- substrato usado esteja protegendo as raízes. adas é necessário deixá-las de molho em agua natural e esRUSTIFICAÇÃO fregar, até que a massa que envolve as sementes se dissolva. A semeadura é feita assim que as sementes são benefi ciadas, A rustifi cação é uma etapa da produção que determina o pois desidratam muito rápido. Para obter um bom percentual na germinação é preciso se- desenvolvimento das mudas e, assim, deverão permanecer em meia sombra por, no mínimo, 15 dias e só após este período, guir algumas orientações: poderão ser expostas à pleno sol. 1. Usar substrato de casca de coco peneirado ou terra; 2. Regar uma vez ao dia e expor a pleno sol; PLANTIO 3. É fundamental observar que o pó de coco retém a água por mais tempo que a terra, assim, redobrar o cuidado com o É preciso observar que só deverá ser transplantado em defi excesso de umidade para que não haja a proliferação de funnitivo quando as mudas apresentarem um caule lenhoso, apegos. sar de viver mais de mil anos, é muito frágil enquanto é apenas uma muda. GERMINAÇ ÃO SEMEADUR A

As sementes de baobá Adansonia digitata, que aqui se encontram, precisam apenas de cinco a dez dias para germinarem, quando expostas à luz solar. REPICAGEM A repicagem pode ser feita logo após o início da germina-

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PLANTIO CONSCINT E Como o baobá é uma árvore de longevidade e grande porte, faz-se necessário escolher bem o local a ser plantada, no mínimo 20m de qualquer construção.


MACEIÓ - AL

HISTÓRIA DE MACEIÓ O povoado que deu origem a Maceió surgiu num engenho de açúcar. Antes de sua fundação, em 1609, morava em Pajuçara Manoel Antônio Duro, que havia recebido uma sesmaria de Diogo Soares, alcaide-mor de Santa Maria Madalena. As terras foram transferidas depois para outros donos e, em 1673, o rei de Portugal determinou ao Visconde de Barbacena a construção de um forte no porto de Jaraguá, para evitar o comércio ilegal do pau-brasil. O nome Maceió vem da denominação tupi “Maçayó” ou “Maçaio-k”, que signifi ca “o que tapa o alagadiço”. O povoado tinha uma capelinha em homenagem a Nossa Senhora dos Prazeres, construída onde hoje está a igreja matriz, na Praça Dom Pedro II. O desenvolvimento do povoado foi impulsionado pelo porto de Jaraguá, sendo desmembrado da Vila das Alagoas em 05 de dezembro de 1815, quando D. João VI assinou o alvará régio. Com a emancipação política de Alagoas, em 1817, o governador da nova Capitania, Sebastião de Mélo e Póvoas iniciou o processo de transferência da capital para Maceió, um processo tumultuado, que encontrou resistência de homens públicos e da Câmara Municipal. Uma expedição militar de Pernambuco e outra da Bahia chegaram a Maceió, para garantir a ordem e, no dia 16 de dezembro de 1839, foi instalada a sede do governo em Maceió. A partir daí, Maceió consolidou seu desenvolvimento administrativo e político. Teve início uma nova fase no comércio e começou a industrialização.

Baobá, localizado na Praça do Skate

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P A S S E I O

P Ú B L I C O - F O R T A L E Z A - C E

A construção do Passeio Público, em 1864, representou um marco para a cidade, já que este era o local da primeira praça da povoação, na época conhecida como Largo da Fortaleza ou Campo da Pólvora. A praça, cujo nome ofi cial é Praça dos Mártires e homenageia os líderes da Confederação do Equador, executados no local, esteve por - muitos anos - abandonada. As obras do Passeio Público incluíram a recuperação do quiosque, dos monumentos, do gradil, dos bancos, das fontes, um novo projeto de iluminação e a recuperação do jardim. Hoje, o Passeio Público voltou a ser ponto de encontro e da valorização da cultura, com uma programação cultural permanente e gratuita.

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CUIABÁ - MT HIS TÓRIA DE CUIABÁ A cidade de Cuiabá foi fundada ofi cialmente no dia 08 de abril de 1719. A história registra que os primeiros indícios de bandeirantes paulistas na região, onde hoje fi ca a cidade, datam de 1673 e 1682, quando da passagem do bandeirante Manoel de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro povoado da região, no ponto onde o rio Coxipó deságua no rio Cuiabá, localidade batizada de São Gonçalo. Em 1718, chega ao local, já abandonado, a bandeira do paulista de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral que, depois de uma batalha perdida para os índios coxiponés, viuse compensado pela descoberta de ouro, passando a se dedicar ao garimpo. Em 08 de abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assina a ata da fundação de Cuiabá, no local conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó. Foi a forma encontrada para garantir os direitos pela descoberta à Capitania de São Paulo. Em 1726, chega à região o capitão-general governador da Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, como representante do Reino de Portugal. No dia 1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Rapidamente, contudo, as lavras de ouro se mostraram menores que o esperado, o que acarretou o abandono do local por parte da população. Mas, um século depois de sua fundação, Cuiabá foi alçada à condição de cidade, em 17 de setembro de 1818, e tornou-se a capital da então província de Mato Grosso no dia 28 de agosto de 1835 (antes, a capital da província era Vila Bela da Santíssima Trindade).

A ORIGEM Há várias versões para a origem do nome Cuiabá. Uma delas é a de que o nome tem origem na palavra bororo IKUIAPÁ, que signifi ca “lugar da IKUIA” (ikuia: flecha - arpão, fl echa para pescar, feita de uma espécie de cana brava; pá: lugar). O nome designa uma localidade onde os índios bororos costumavam caçar e pescar, no córrego da Prainha (que corta a área central de Cuiabá). Outra explicação possível é a de que Cuiabá seria uma aglutinação de KYYAVERÁ (que, em guarani, significa”rio de lontra brilhante”). Uma terceira hipótese conta que a origem da palavra está no fato de existirem árvores produtoras de cuia à beira do rio e que Cuiabá signifi caria “rio criador de vasilha”. Há ainda outras versões menos embasadas historicamente, que mais se aproximam de lenda do que de fatos. O certo é que, até hoje, não se sabe com certeza a origem do nome e cada cuiabano gosta de Baobá da Fazenda são Pedro do Arica a 50 km de Cuiabá adotar uma versão ou lenda. 40


RIO DE JANEIRO HIS TÓRIA D O RIO A cidade é mencionada ofi cialmente pela primeira vez quando a segunda expedição exploratória portuguesa, comandada por Gaspar lemos, chegou em Janeiro de 1502, à baía, que o navegador supôs, compreensivelmente, ser a foz de um rio, por conseguinte, dando o nome à região do Rio de Janeiro. Porém só em 1530 a corte portuguesa mandou uma expedição para colonizar a área, em vez de continuar usando-a simplesmente como uma parada em suas aventuras marítimas. Os franceses, por outro lado, tinham estado no Rio de Janeiro e arredores desde o começo do século e estavam dispostos a lutar pelo domínio da região. Em 1560, depois de uma série de escaramuças, os portugueses expulsaram os franceses. O começo da cidade como tal foi no Morro de São Januário, mais tarde conhecido como Morro do Castelo, e depois na Praça Quinze até hoje centro vital do Rio. O Rio de Janeiro desenvolveu-se graças à sua vocação natural como porto. Na mesma época em que ouro foi descoberto no Estado de Minas Gerais, no fi nal do século XVII, o Governador do Brasil foi feito Vice-rei. Salvador era capital da colônia, mas a importância crescente do porto do Rio garantiu a transferência da sede do poder para o sul, para a cidade que se tornaria, e ainda é, o centro intelectual e cultural do país. Em 1808 a família real portuguesa veio para o Rio de Janeiro, refúgio escolhido diante da ameaça de invasão napoleônica. Quando a família real voltou para Portugal e a independência do Brasil foi declarada em 1822, as minas de ouro já haviam sido exauridas e dado lugar a uma outra riqueza: o café. O crescimento continuou durante quase todo o século XIX, inicialmente na direção norte, para São Cristóvão e Tijuca, e depois na direção da zona sul, passando pela Glória, pelo Flamengo e por Botafogo. No entanto, em 1889, a abolição da escravatura e colheitas escassas interromperam o progresso. Esse período de agitação social e política levou à Proclamação da República. O Rio, então chamado Distrito Federal, continuou sendo o centro político e a capital do país. No começo do século XX surgiram as ruas largas e construções imponentes, a maioria no estilo francês fi n-de-siècle. O Rio de Janeiro manteve sua posição até a inauguração de Brasília como capital da república em 1960. Capital do Estado do Rio de Janeiro, a cidade continua sendo o centro social e cultural do país.

O baobá com a terceira maior circunferência no Brasil (16,62m), com mais de 20m de altura, localizado no Passeio Público – Rio de Janeiro.

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Lagoa Rodrigo de Freitas

Jardim Botânico

Trazidos da África e plantados pelo Sr. Acir Luz. Localizado na Fazenda Castelo, no munícipio de Cantagalo - RJ

Ilha de Paquetá

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Av. Brasil, três jovens e vigorosos baobás


QUISSAMÃ - RJ MUSEU CASA QUISSAMÃ O Museu Casa Quissamã está sediado na antiga sede da Fazenda de Quissamã, símbolo nobiliário da região e de seus antigos donos, foi residência de um dos mais influentes homens de seu tempo, José Carneiro da Silva, Barão e Visconde com Honras de Grandeza de Araruama. Centro produtor, base econômica e política da capital do Império, a Casa Quissamã integra um dos registros iconográficos mais importantes sobre o século XIX: o livro “Brazil pittoresco”, primeira obra de viajantes publicada na América Latina, em 1861. As litografias que compõem a obra foram feitas a partir de fotografias tiradas por Victor Frond, hóspede em Quissamã, com texto de Chales Ribeyrolles. Na inauguração do Museu, em 2006, a memória desse passado foi lembrada pela encenação teatral da visita feita pelo Imperador D. Pedro II, em 1847, assim como por dramatizações ligadas à memória dos escravos, em torno de um centenário Baobá.

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MACAÍBA - RN Em meados do século XVII, Macaíba ainda não existia como unidade político-administrativa. Somente os sítios do Ferreiro Torto, Uruaçú e Jundiaí eram habitados por portugueses, mestiços e índios que trabalhavam na agricultura rudimentar, exploração de engenho e pecuária. No século XVIII, entre 1780 e 1795, surgiu o primeiro nome da vila emergente: Coité. Este nome foi dado pelo Coronel Manoel Teixeira Casado. Árvore de grande fruto não comestível, que servia para fazer vasilhas, era muito vista em toda a vila. O proprietário do povoado era o português Francisco Pedro Bandeira, que se instalou no fluorescente Engenho. No final do século XIX, precisamente no dia 27 de outubro de 1877, através da Lei 801, a Vila foi elevada à categoria de Município, denominando-se Município de Macaíba, ganhando, portanto autonomia político-administrativa. Somente em 1882 foi conhecido seu primeiro administrador, o senhor Vicente de Andrade Lima.

Parte interior do tronco - Medindo 14,03m de circunferência e 15,5m de altura, tem o tronco oco, servindo como lixeira. Pude constatar a presença de garrafas e sacos plásticos bem ao fundo do tronco. Localizado na Av. Jundiaí

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N ATA L – R N HISTÓRIA DE NATAL Tudo começou com as Capitanias Hereditárias, quando o rei de Portugal Dom João III, em 1530, dividiu o Brasil em lotes. As terras que hoje compreendem o Rio Grande do Norte couberam a João de Barros e Aires da Cunha. A primeira expedição portuguesa aconteceu cinco anos depois, com o objetivo de colonizar as terras. Antes disso, os franceses já aportavam por aqui, para contrabandear o pau-brasil. E esse foi o principal motivo do fracasso da primeira tentativa de colonização. Os índios potiguares ajudavam os franceses a combater os colonizadores, impedindo a fixação dos portugueses em terras potiguares. Passados 62 anos, em 25 de dezembro de 1597, uma nova expedição portuguesa, desta vez comandada por Mascarenhas Homem e Jerônimo de Albuquerque, chegou para expulsar os franceses e reconquistar a capitania. Como estratégia de defesa, contra o ataque dos índios e dos corsários franceses, doze dias depois, os portugueses começam a construir um forte que foi chamado de Fortaleza dos Reis Magos, por ter sido iniciada no dia dos Santos Reis. O forte foi projetado pelo Padre Gaspar de Samperes, o mesmo arquiteto que projetou a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação. Concluído o forte, logo se formou um povoado que, segundo alguns historiadores, foi chamado de Cidade dos Reis. Depois, Cidade do Natal. O nome da cidade é explicado em duas versões: refere-se ao dia que a esquadra entrou na barra do Potengi ou a data da demarcação do sítio, realizada por Jerônimo de Albuquerque no dia 25 de dezembro de 1599. Com o domínio holandês, em 1633, a rotina do povoado que começa a evoluir foi totalmente mudada. Durante 21 anos, o forte passou a se chamar Forte de Kenlen e Natal Nova Amsterdã. Com a saída dos holandeses, a cidade volta á normalidade. Nos primeiros 100 anos de sua existência, Natal apresentou crescimento lento. Porém, no fi nal do século XIX, a cidade já possuia uma população de mais de 16 mil habitantes. A partir de 1922, o desenvolvimento de Natal ganhou rítmo acelerado, com o aparecimento das primeiras atividades urbanas. Pela sua posição geográfica privilegiada, é o ponto das Américas mais próximo da Europa. Na IIº. Grande Guerra Mundial, já no século XX, serviu de base militar para os norte-americanos, ganhando ares de metrópole internacional, transformando definitivamente Natal e a cidade teve seu nome conhecido por milhões de cidadãos pelo mundo.

O Baobá com a maior circunferência que se tem registro no Brasil. Medindo 19,45cm e 17m de altura. Localizado na Rua São José - Bairro de Lagoa Seca

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ASSÚ – RN C APITAL D OS BAOBÁ S CEN T ENÁRIOS NO BR A SIL H I S T Ó R I C O Em meados do século XVII era o território habitado pelos índios chamados Janduís – nome do chefe, que se estendeu à tribo. A 6 de fevereiro de 1696, Bernardo Vieira de Melo, então governador da Capitania do Rio Grande do Norte, colocou-se à frente de uma pequena expedição e demandou à ribeira do Açu, onde fundou, ao que tudo indica, no dia 24 de abril, o arraial de N. S.ª dos Prazeres, ponto de reforço para a conquista do sertão que, até então, vinha sendo agitado pela revolta dos indígenas. Foi iniciado, assim, o aldeamento dos índios e assegurado o estabelecimento de colonos. Começou a desenvolver-se na ribeira do Açu a criação de gado, determinando a fi xação de curraleiros. Como consequência do crescimento da pecuária e das riquezas dos terrenos salíferos, foram estabelecidas ofi cinas de carnes secas

que, no século XVIII, chegaram a constituir-se em importante fator comercial. No início do primeiro quartel do século XVIII, constituía-se já a extração da cera de carnaúba - importante fator econômico naquela região da Capitania. A 22 de julho de 1766, por Ordem Régia, foi criado o município, instalado no dia 11 de agosto de 1788. Recebeu, então, o nome de Vila Nova da Princesa. A princesa homenageada era Dona Carlota Joaquina de Bourbon, que se casara, em abril de 1785, com o futuro D. João VI. A Lei Provincial n.° 124, de 16 de outubro de 1845, concedeu à Vila Nova da Princesa foros de cidade, com o nome de Açu. O nome Açu tem origem na “Taba-açu” (Aldeia Grande), então ponto de reunião dos selvagens da região, guerreiros, valentes, sem lei nem crença religiosa. A comarca de Açu foi criada por Deliberação do Conselho da Província, de 11 de abril de 1833, e aprovada pela Lei Provincial n.° 13, de 11 de março de 1835.

Assú - um pedacinho da África

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FA ZENDA CHIQUE CHIQUE – A SSÚ - RN T RÊ S BAOBÁ S CEN T ENÁRIOS

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FA Z E N D A C U R R A L I N H O ASSÚ - RN SEIS BAOBÁ S CEN T ENÁRIOS

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MUNICÍPIO DE NÍSIA F L O R E S TA - R N

H I S T Ó R I A Os primeiros habitantes da região de Papary, conhecida desde os idos de 1600, foram os índios Tupis. O nome Papary vem da lagoa de pesca abundante existente no território, ao lado de várias outras. Durante o domínio holandês, nada de signifi cativo aconteceu na povoação. O tempo passou e os holandeses foram embora. Já em 1703, com a presença portuguesa, o povoado de Papary tomava forma de arruado e a igreja de Nossa Senhora do Ó“ começava a ser erguida, concluída somente 52 anos depois. O progresso econômico da povoação foi impulsionado pela pesca farta nas várias lagoas das redondezas e terras de boa qualidade para o plantio de várias lavouras, especialmente a de Papary, chamada Paraguaçu no século XVII. Pela Lei número 242, de 18 de fevereiro de 1852, o povoado desmembrouse de São José de Mipibu, tornando-se município com o nome de Vila Imperial de Papary e, em 1º de fevereiro de 1890, passou a ter a denominação de Vila de Papary. Em 1948, a comunidade de Papary, em homenagem à sua fi lha mais ilustre, mudou seu nome para Nísia Floresta. A homenageada nasceu em Papary, mais precisamente no Sítio Floresta, no ano de 1810. Nísia Floresta começou sua vida literária em 1831, publicando em jornal de Pernambuco artigos defendendo o ideal republicano, igualdade política dos sexos e liberdade aos escravos. A escritora de Papary passou a ser admirada por uitos e questionada por outros. Foi chamada - ao mesmo tempo - de extraordinária, de notável, de mestiça, de indecorosa e de monstro sagrado. Devido à saúde de sua fi lha, Nísia foi morar na Europa em 1849 e, entre idas e vindas ao Brasil, 28 anos se passaram.

Baobá plantado em 1877 por Manoel Moura Junior - com 13,87m de circunferência. Tombado em 1979 pela Prefeitura Municipal de Nísia Floresta

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E S TAÇ ÃO DE PAPARY

( antigo nome da cidade )

Segundo o empresário e escritor Elísio Augusto de Medeiros e Silva, o trem da Lloyd fazia a linha do Recife para Natal, só saía de 15 em 15 dias. Hoje, a antiga estação está em perfeito estado de conservação, onde funciona um Restaurante.

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MUNICÍPIO DE IPANGUAÇU – RN Seu primeiro nome, SACRAMENTO, provém de uma fazenda de gado de propriedade, na época, do Cel. Antonio da Rocha Pita e que em 1845 foi vendida a Manoel de Melo Montenegro. Esta terra que anos depois com a chegada do Cel. Ovídio Montenegro passou a ser vila, povoado e distrito foi, segundo seus ancestrais, habitada pelos índios das tribos janduís e potiguares. Seu nome atual – IPANGUAÇU foi escolhido pelo histo-

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riador Nestor dos Santos Lima, que atendendo ao pedido do Sr. Manuel de Melo Montenegro deu o nome à nova cidade. “Este, em resposta ao mesmo, disse:” Major, o seu Sacramento é uma grande ilha, que em tupi guarani significa Ipanguaçu. IPAN = ilha + GUAÇU = grande” Este era também o nome de um pajé, chefe das tribos janduís, com muito prestígio junto aos colonizadores, e que colaborou com a fixação dos portugueses nos fins do século XVI.


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Este livro foi composto e editado eletronicamente em fontes Myriad Pro, sendo a tiragem de 1.000 exemplares, capa impressa em triplex 250g/m2 e o miolo em couchê fosco de 90 g/m2(costurado). Produzido no Parque Gráfico da Provisual, em outubro de 2011. Provisual Gráfica e Editora Ltda. Rua Gervasio Pires, 1016 Santo Amaro, CEP 50050-070 - Recife-PE, Brasil Tel: 55 81 2119 7200 www.provisual.com.br e-mail:provisual@provisual.com.br

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