Revista B2L Corporate 8

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Sumário

Reinvente sua empresa Conheça o mapa de oportunidades B2L e os negócios que vão mudar a sua empresa. Nossos sócios apresentam tendências para 2013 e prepare-se: você vai querer ouvi-los.

CAPA

M in er a ç

ã

l ra e ine ará a m o P rão o eir n e i eir nt des Val asil fro da da br va ni es ral no rtu çõ ine o a po ra m m s o pe or co s, a as o set iba ina d r o Sa M nsão ona em pa ci ex volu re

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20

Es


MERCADO INTERNACIONAL

Planeta China Como desvendar oportunidades para médias empresas brasileiras A China avança a cada dia em mercados emergentes. E o inverso? O tema proposto pela B2L Corporate traz análises sobre o gigante asiático e oportunidades para as médias empresas brasileiras. Com a palavra, o empresário Renato de Castro, sócio da Baumann, consultoria especializada em mediar o

contato entre companhias brasileiras e chinesas. Radicado na China há sete anos, o administrador criou a empresa a partir de projeto de mestrado em Economia Internacional, feito na Alemanha. Movimenta hoje mais de US$ 100 milhões por ano.

B2L - Quais as dicas práti- orgânico ou ecológico relacionados à saúe bem-estar para a classe AAA. Producas para a internacionali- de tos com apelo ao conceito Made in Brazil zação das médias empre- – roupas, jóias e móveis em madeira. sas brasileiras com foco B2L - Sobre a zona de lino mercado chinês? vre comércio entre a ChiA flexibilidade que a pequena e média na e o Mercosul. É um empresa possui e a velocidade para tomada de decisão, comparadas às estru- bom caminho? Considera turas mais pesadas e lentas das grandes inevitável? empresas, ajudam muito neste processo. Pontos fundamentais que têm sido a chave do sucesso das empresas que ousaram primeiro: foco bem definido no público-alvo que se quer atingir e no produto que desejam internacionalizar; conhecer e entender o mercado em que está entrando; assessoramento profissional correto.

Se o Brasil não perder seu precioso tempo com estratégias de protecionismo ao invés de estratégias de penetração, creio que seja uma excelente oportunidade. A “fronteira comercial” é uma porta de

B2L - Quais segmentos e lacunas empresas nacionais podem suprir no mercado chinês em comparação com outros países? Vejo oportunidades imediatas nos segmentos de promoção e comercialização do produto futebol: de jogadores ao gigantesco mercado de/para “fã-clubes”; setor de cosméticos de produtos naturais, principalmente com o enfoque Amazônia; alimentos e bebidas com discurso

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entrada e saída, ou seja, o fechamento da porta de entrada implica também dificultar a saída.

B2L – Sobre private equity, existe interesse das empresas chinesas neste tipo de operação com empresas brasileiras? A frase “os chineses estão comprando o mundo” é um fato. Primeiro o Sudeste Asiático, depois a África, e agora a Europa. Cada vez mais e de forma mais ousada. A primeira onda de investimento chinês foi na área industrial, de produção, principalmente em operações de F&A voltado a marcas ou estruturas logísticas globais. Começamos a perceber um movimento gradativo para investimentos ousados e de maior risco. Nesta nova China, o problema não é o capital em si, mas o que fazer com ele e aonde investir.

B2L - Sobre a questão das exportações e importações. Onde estamos sendo prejudicados?

Renato de Castro, sócio da Baumann

No famoso “custo Brasil”. Seja na falta de infraestrutura logística doméstica para escoar de forma competitiva a produção nacional ou pelas barreiras diretas ou in-


MERCADO INTERNACIONAL na estivesse jogando uma partida de xadrez com a vantagem de pensar 10 lances à frente. Se formos analisar a balança comercial dos chamados N-11 (Bangladesh, Coreia do Sul, Egito, Filipinas, Indonésia, Irã, México, Nigéria, Paquistão, Turquia e Vietnã), a China aparece como um dos dois principais parceiros em todos os países em um dos itens (importação ou exportação) e em seis países considerando os dois itens juntos. Antes de serem apontados como potenciais mercados, a China já estava desenvolvendo sua estratégia de dominação.

B2L - Dados sobre a inflação da China em julho passado sinalizaram uma flexibilização monetária por parte de Pequim, auxiliando empresas ligadas à China a ter um bom desempenho. B2L - Que estratégias poQual sua análise? dem ser apresentadas Governar em um regime que se planeja no processo de internapara os próximos 15 anos permite aos tomadores de decisão uma confortável cionalização entre Brasil, visão de longo prazo. É como se a Chi- China e Europa?

Radar China Janaína Câmara da Silveira, jornalista que mora em Pequim desde 2007, é uma das criadoras do Radar China, empresa que busca aproximar os mercados brasileiro e chinês. “Embora os asiáticos sejam nossos principais parceiros comerciais desde 2009, pouco conhecemos sobre eles. Hoje, 80% da nossa exportação para a China está baseada em commodities, especialmente soja, minério de ferro e petróleo. Perceber novos caminhos desta relação e torná-los menos espinhosos pode ser a chave para a expansão de negócios brasileiros. Por isso o Radar China foi criado”. Estudos de mercado e setoriais são realizados, bem como organização de missões ao país - da logística aos tradutores - fazem parte dos serviços. Quanto às dúvidas mais frequentes por parte dos empresários brasileiros, Janaína esclarece que a maioria das empresas

Visão integrada, sistêmica destes mercados, independente do tamanho da empresa brasileira. Desenvolvemos, e agora estamos em fase de implementação da estratégia de captação de investimentos para a nova Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Estado do Acre. Estivemos na China em 2010, visitando uma ZPE local como estratégia de benchmarking além da maior feira de negócios do mundo. Com a ZPE já aprovada e funcional, estamos apresentando projetos de joint venture para empresas europeias que estão ávidas por soluções rápidas de aumento de competitividade. Combinamos oportunidades brasileiras com o know-how europeu, elevando a competitividade em níveis asiáticos, voltada ao universo e realidade da média empresa.

Como aproximar mercados quer comprar da China. “Por outro lado, vender aqui ainda é algo novo. Estudo feito pelo Conselho Empresarial Brasil-China realizado no primeiro semestre, mostra que apenas 52 empresas brasileiras estão baseadas na China. Há mais, e há aquelas que ainda não estão oficialmente aqui, mas tentam abrir mercado”. Os principais entraves são as dificuldades de entender a regulamentação chinesa, a estrita lei trabalhista, o rigor dos contratos, mas, principalmente, a cultura chinesa, que valoriza o contato pessoal. Essa rede de contatos que muitos chamam de “guanxi” acaba por amedrontar os novatos.

Mapeamento Janaína ressalta que é preciso estar atento aos movimentos dinâmicos da economia. Politicamente, a China enfrenta percalços, mas a força do partido

Créditos: Tadeu Bara

diretas criadas às importações. Somos reconhecidos mundialmente como real economia potencial, discutimos e entendemos internamente as implicações desta posição privilegiada, mas parece que não estamos fazendo o dever de casa.

Janaína Câmara da Silveira, jornalista único acaba por promover um padrão de comportamento que, em geral, permite prever os próximos meses. É importante entender que o poder na China é central, embora haja conexões provinciais e locais decisivas na hora de fazer negócio. Tendo vivido no Rio Grande do Sul, ela faz uma análise sobre o posicionamento

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MERCADO INTERNACIONAL

do Estado com relação à exportação de produtos da cultura local e cita como exemplo os vinhos Miolo. No ano passado, graças a uma parceria com importadores chineses, a marca gaúcha entrou no mercado chinês. Os sapatos femininos do Sul do Brasil também estão começando a dar os primeiros passos no mercado chinês. “O que se percebe, no entanto, são esforços individuais ou de associações - na maioria das vezes com apoio governamental e da Apex. Ainda há muito a ser explorado”.

Peculiaridades A disposição do empresário em viajar ao país para ampliar laços com os parceiros e atuar no tempo chinês é ponto forte para quem almeja vencer por lá. Bons negócios são realizados à base de conquista de confiança, o que torna o processo mais lento. O mercado ainda não é maduro e a realidade pode ser dura para as médias empresas: o custo de mão de obra chinesa

cresce ano a ano, há bastante concorrência com marcas estrangeiras e locais - os norte-americanos e os europeus já descobriram a China há décadas, e os chineses acabaram aprendendo a desenvolver tecnologias e produtos próprios. “Ainda assim, em meio à crises econômicas e projeções de crescimento do mercado chinês, tudo indica que é preciso estar inserido aqui para crescer internacionalmente”.

“Custo Brasil” A China importa café da Suíça e dos Estados Unidos, que não plantam café. Importa móveis finos de couro e madeira da Itália, que não tem couro e madeira. Suco de laranja é fornecido pela Europa que não planta laranja. A visão é de Charles Tang, presidente binacional e fundador da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China (CCIBC) ao apontar os segmentos e lacunas que podem ser supridos pelas empresas nacionais no mercado chinês. Sobre exportações e importações, o presidente é contundente ao afirmar que o Brasil sempre acusou a China de ser o culpado de tudo. “Isto desvia a atenção dos nossos verdadeiros problemas - ‘o custo Brasil’ - que tira nossa competitividade.” Entre às dicas para a internacionalização das médias empresas brasileiras, Tang sugere visita à Feira de Guangzhou para comprar na China e as Feiras de Xiamen e de Pequim para atrair investimentos. A CCIBC organiza missões para as PMEs. “É importante solicitar junto à Câmara pesquisa de idoneidade da empresa chinesa com quem o em-

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presário brasileiro terá negócios.” Questionado sobre a qualidade dos produtos e soluções para vencer barreiras de qualidade, Tang conclui: “A China produz desde o R$ 1,99 até o estado da arte em tecnologia, qualidade e design. Cabe ao cliente escolher o que prefere”. Charles Tang, presidente da CCIBC

Contraste de Investimentos China no Brasil

2010 US$ 2011 US$

12.669 bilhões 10.890 bilhões

Brasil na China

2010 a 2011

US$

572,5 milhões

Fonte: Pesquisa Empresas Brasileiras na China: Presença e Experiências, realizada pelo Conselho Empresarial Brasil China


CAPA

Construção de para médias empresas Todos os meses o grupo é reunido em São Paulo. Advogados debatem tendências, trocam experiências, escutam especialistas para aprimorar conhecimento e traçam ações estratégicas para mercados regionais. Assim caminha a B2L – Business To Lawyers, grupo fundado em abril de 2011, vindo da união de advogados com alto perfil negocial. “Fomos operacionalizados em apenas dois meses – da ideia, plano e

execução”, conta o CEO Rodrigo Bertozzi, sobre o início. Marcados pela forte característica de ponte entre empresas, fundos de investimentos e corporações nacionais e internacionais, a B2L surgiu da compreensão da relação de confiança existente entre os homens e mulheres de negócios e seus advogados. A partir deste conceito, unir sócios com alta expertise na atuação com

empresas e fundos por todo o Brasil foi questão de tempo. “Mas era preciso ir além. Chegamos onde os olhos do mercado não estavam voltados. Somos condutores de crescimento das médias empresas brasileiras”, explica Bertozzi. Hoje, com 45 sócios e R$ 5,5 bilhões na plataforma de negócios, o slogan de sucesso do grupo nunca esteve tão evidente: “nós construímos o futuro”.

Motor

Fundadores

Rodrigo Bertozzi Rubens Serra

Meta 2013

43 Sócios

Negócios cadastrados

Negócios fechados

R$ 5,5 bilhões R$ 12o milhões

R$ 1 bilhão 62%

Operações de venda de empresas

3% Operações de compra de empresas

28% Investimento

Start-up

Presença no Brasil

Presença no Exterior

Colaboradores

6% 23 Estados 2 países mais de 650

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CAPA

Diferencial Estratégico Atuamos na busca constante de negócios para nossos clientes. Representamos centenas de empresas nacionais e internacionais com valor de mercado que ultrapassa R$ 100 bilhões.

O futuro do Brasil está na média empresa Rodrigo Bertozzi - CEO

B2L - Quais são os diferenciais que a B2L apresenta para as empresas de médio porte? As empresas de médio porte representam perfeitamente nossa economia. Regionalizadas, possuem alicerces em vendas para o mercado interno, deixando-as menos vulneráveis ao sobe e desce da bolsa - simplesmente porque elas não estão ali. Acreditamos que as empresas de médio porte têm pouco acesso às opções para expandir. É uma briga injusta: não são beneficiadas pelo governo (pois não são micros) e muito menos têm acesso ao crédito barato (pois não são grandes). Ao concentrarmos nossos esforços neste nicho de negócios, nossa missão é ajudar as empresas na expansão por meio de operações de compra e venda.

B2L - Como as médias empresas podem agregar valor aos acionistas com a entrada dos fundos?

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Determinados segmentos estão em franca expansão como redes de farmácias, tecnologia, infraestrutura, logística e educação. O investidor de fundo quer apostar em empresas sólidas, auditadas e com capacidade de expansão de alto impacto (um crescimento médio de 30% ao ano). Quando a empresa estiver vendendo mais e, por relação direta, valer mais, o fundo vende a sua participação. E assim as duas partes ganham - o empresário que passa a ter capacidade de investir sem endividamento e o fundo que se retira nesta valorização.

B2L – O que podemos esperar da B2L em 2013? A B2L aposta no conhecimento do mercado regional, afinal, somos 45 sócios em mais de 100 regiões. Investiremos cada vez mais em rodadas de negócios, meeting sobre compra e venda de empresas, troca de experiências com grandes investidores e economistas. Por conta do volume de negócios, somos recebidos por grandes empresas, fundos nacionais e internacionais que acreditam

em nosso potencial de identificar bons negócios. Queremos que os empreendedores compreendam que nós acreditamos nas médias empresas e no poder que elas possuem de crescerem. O futuro do Brasil está na média empresa.

B2L - Quais as ferramentas necessárias para empreendedores reinventarem seus negócios? Mais de 90% das empresas de médio porte são familiares. É preciso se conscientizar a fazer a lição de casa, como investir em auditoria, governança corporativa e na avaliação da marca da empresa, mesmo que, em curto prazo, não esteja nos planos da companhia vender um bloco acionário. Pois isto permite a profissionalização, redução de juros e aumento da capacidade de endividamento de curto, médio e longo prazo. Assim, as empresas ficam preparadas para o crescimento com os fundos de investimentos, e as chances de conquistar um capital de risco tornam-se mais viáveis.


CAPA

Na B2L, a sua oportunidade de negócio será tratada como única Rubens Serra - Presidente do Conselho

B2L - Quais os requisitos necessários para uma empresa de médio porte atrair investidores? Como é avaliada a capacidade de valorização da empresa? Os requisitos necessários são única e exclusivamente demonstrar o crescimento nos últimos anos e o potencial de crescimento futuro. A capacidade de valorização está atrelada à atividade, à transparência e à aplicação, mesmo que inicial, das práticas de governança corporativa.

B2L - Qual o perfil ideal de empresário na visão dos fundos? Um perfil empreendedor e que tenha profundo conhecimento do seu negócio.

B2L - As empresas de médio porte estão prontas para os fundos de private equity? Ainda persiste o temor da perda de controle e gestão? Algumas empresas já estão prontas sim. O que falta é a oportunidade de serem apresentadas aos private equity. Na maioria das vezes, não há a necessidade da perda de controle e, não existe, portanto, temor algum.

B2L - Como os fundos de private equity podem mudar a velocidade da empresa? Empresa investida, da governança corporativa até o desinvestimento no ciclo final: como agregar valor aos acionistas? Além da ajuda financeira, visando aceleração de crescimento, os fundos de private equity dão velocidade na gestão, na disciplina das ações e na cobrança da utilização correta das práticas atuais adotadas pelas médias empresas. A contribuição dos fundos se dá ainda nas estratégias futuras para maximização do valor da empresa.

B2L - Como a B2L vem desbravando oportunidades pelo Brasil? Qual o diferencial dos nossos sócios? A B2L está presente em todos os Estados da Federação. Isto tem sido um diferencial fantástico junto aos Fundos. A proximidade dos sócios com os seus clientes e, principalmente, o pleno conhecimento da sua região têm sido fundamentais.

B2L - Como a B2L atua em operações de maior complexidade? Até onde a expertise regional é determinante para o fechamento dos contratos? As situações de maior complexidade são vistas com muita seriedade e naturalidade. Além de parceiros com expertise em cada um dos setores da economia, temos os nossos clientes com profundo conhecimento do seu negócio, como os nossos maiores aliados ao enfrentamento destas situações de complexidade.

B2L - Como se deu a origem do grupo B2L? Qual foi o chamado “pulo do gato”? A origem veio do meu DNA e do Bertozzi de empreendedores natos. Vimos que se o que movimenta este país são as médias empresas, é lá que devíamos estar. Conseguimos ainda agregar ao nosso grupo os melhores advogados em negócios em todas as regiões. Além disto, somados nossos networking, conquistados ao longo dos anos no mercado, temos acelerado o nosso sucesso.

B2L - O que um empresário de média ou grande empresa irá encontrar na B2L? O empresário terá desde o primeiro contato a certeza que a sua oportunidade de negócio será tratada como única. Terá ainda transparência, objetividade e principalmente, velocidade no encaminhamento junto aos investidores.

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CAPA

oportunidades 8

3?1

%

$

62%

R$ 3,358 bilhões

60

% 74,41%

Venda

Percentual da quantidade total

%

3

% 3%

$

Valor

%

Percentual do valor total

Start-up

%

6

8

3?1

Quantidade por segmento

Compra

8 3?1

8

3?1

$

6%

$ R$ 129 milhões

%

R$ 930 milhões

I n ve 8

3?1 27

2,86%

sti m e n to %

% 28%

$ R$

1

22,73%

bilhão

Segmento

%

Valor

% Valor

Agronegócio

9%

R$ 840 milhões

18,62%

Alimentos

5%

R$ 247 milhões

5,47%

Construção

5%

R$ 50 milhões

1,11%

Educação

3%

R$ 112 milhões

2,48%

Empreendimentos Imobiliários

3%

R$ 54 milhões

1,20%

Energia

3%

R$ 200 milhões

4,43%

Energia Eólica

1%

R$ 12 milhões

0,27%

Esportes

1%

R$ 15 milhões

0,33%

Esportiva

1%

R$ 6 milhões

0,13%

8

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CAPA

Imobiliário

11%

R$ 446 milhões

9,88%

Indústria

19%

R$ 440 milhões

9,75%

Logística

3%

R$ 300 milhões

6,65%

Metal Mecânico

3%

R$ 48 milhões

1,07%

Publicidade

1%

R$ 40 milhões

0,89%

Saúde - Farmácias

3%

R$ 50 milhões

1,11%

Saúde - Hopitais e Clínicas

1%

R$ 60 milhões

1,33%

Serviços

3%

R$ 8 milhões

0,19%

Sucroalcooleiro

2%

R$ 915 milhões

20,28%

Tecnologia

6%

R$ 243 milhões

5,38%

Telecomunicações

2%

R$ 18 milhões

0,40%

Transportes

1%

R$ 6 milhões

0,13%

Turismo

5%

R$ 119 milhões

2,64%

Varejo

5%

R$ 271 milhões

6,01%

acre $ R$ 180 milhões % 3,99%

alagoas

RIO GRANDE DO SUL $ R$ 754 milhões

minas gerais $ R$ 384 milhões % 8,52%

% 16,71%

RIO GRANDE DO NORTE

bahia $ R$ 107 milhões

$ R$ 426 milhões % 9,45%

% 2,38%

GOIÁS

$ R$ 26 milhões

$ R$ 20 milhões

% 0,58%

% 0,44%

SANTA CATARINA

PARÁ

$ R$ 226 milhões

$ R$ 166 milhões

% 5,01%

% 3,68%

ceará

PIAUÍ

PARAÍBA

$ R$ 14 milhões

$ R$ 327 milhões

$ R$ 200 milhões

% 7,26%

% 4,43%

% 0,31%

RIO DE JANEIRO

MATO GROSSO

SÃO PAULO

$ R$ 21 milhões

$ R$ 152 milhões

$ R$ 1 bilhão

% 0,47%

% 3,38%

espírito santo distrito federal

MATO GROSSO DO SUL

% 23,58%

PARANÁ

$ R$ 85 milhões

$ R$ 40 milhões

$ R$ 92 milhões

$ R$ 226 milhões

% 1,88%

% 0,89%

% 2,03%

% 5,01%

$ Valor

% Percentual do valor total

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CAPA

Nós construímos o futuro

sócios paraná

minas gerais Rodrigo Bertozzi CEO

espírito santo

Ezequiel de Melo C. Netto

Patrícia Brum

Belo Horizonte

Vitória

Curitiba

Ricardo Barros Brum Vitória

São paulo Rubens Gaspar Serra Presidente do Conselho São Paulo

São paulo Carlos Colenci Botucatu

10

rio de janeiro

Marcelo Sartori

Adriano Mezzomo

Campinas

Rio de Janeiro

Marina Emilia B. Valente Baggio

Felipe Oliveira

Ribeirão Preto

Rio de Janeiro

Maurício Perucci

Rodrigo Valverde

Gleyse Gulin de Albanese

Campinas

São Paulo

Rio de Janeiro

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CAPA

Expertise Adriano Guinzelli Negócios: Tocantins

O trinômio rodovia/ferrovia/hidrovia oportuniza forte logística para distribuição às regiões Norte/Nordeste/Centro-Oeste, bem como exportação e importação. A Ferrovia Norte-Sul escoa a produção agrícola e de minérios. Em breve a Ferrovia Leste-Oeste estará pronta, viabilizando exportação e importação para países asiáticos. As plataformas multimodais ligadas às ferrovias estão em conclusão e viabilizarão a instalação de modernos parques industriais. O agrobusiness apresenta extensas áreas disponíveis para expansão do plantio de soja, destinada à exportação. Reflorestamento terá investimentos privados de R$ 2,5 bilhões nos próximos quatro anos.

André de Vasconcellos Chaves Tecnologia e Startups

Em tempos de uso massivo das redes sociais, as startups digitais que focarem em captar, filtrar e transformar em números o comportamento dos usuários terão sucesso em várias áreas nas quais tais informações podem ser utilizadas como ferramentas de marketing e de planejamento estratégico. O desafio do setor tecnológico é acompanhar os ciclos de lançamento de novidades cada vez mais curtos e efêmeros. Portanto, quem for igualmente rápido em extrair informações e transformar em dados (leia-se números) terá mais tempo de seu lugar ao sol.

Oportunidades e Tendências

Adriano Mezzomo

Negócios: Rio

O Rio de Janeiro vem atraindo investimentos de R$ 211,5 bilhões entre 2012 e 2014 - aumento de 67,5% em relação ao período 2010/ 2012. Destacam-se os setores de óleo e gás, mineração, naval, siderurgia, petroquímica, veículos, eletroeletrônicos, papel e celulose, têxteis, hotelaria e turismo. Os investimentos diretos em instalações olímpicas somam R$ 8,6 bilhões. O valor chega a R$ 17,9 bilhões quando se levam em conta empreendimentos relacionados à Copa e aos Jogos Olímpicos. A cidade absorve 1/4 do investimento estrangeiro direto no país e está alocando US$ 7,8 bilhões em novos projetos de infraestrutura e transporte.

Bruno Coêlho da Silveira

Porto de Suape

Nos últimos oito anos, o Porto de Suape (PE) vem atraindo investimentos relevantes, como refinaria, estaleiros, além de várias empresas dos segmentos naval, energético, petroquímico, alimentício e logístico. Ao todo, o Complexo possui 100 empresas já instaladas e 50 em fase de implantação. Concentra em seu raio de 800 km, mais de 80% do PIB do Nordeste. Para evitar o esgotamento de Suape e aumentar as opções ao empresariado, foi realizada a dragagem do Porto de Recife, permitindo seu reaproveitamento e iniciados os estudos para um novo porto no Litoral Norte. Se confirmado, conferirá suporte às novas fábricas da Fiat e da Hemobrás.

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CAPA

maranhão

ceará

Ulisses César M. de Sousa

Eugênio Vasques

Helder Nascimento

São Luís

Fortaleza

Fortaleza

Vitor Cardoso

Rio Grande do Norte

São Luís

André Elali Natal

bahia José H. Reis de Azeredo Natal

Emilia Azevedo da Silva Salvador

paraíba Wilton dos Santos Mello Júnior Wilson Furtado Roberto

Feira de Santana

João Pessoa

Alagoas

pernambuco

Telmo Barros Calheiros Júnior

Bruno Coêlho da Silveira

Maceió

Recife

Pará Tito Eduardo V. do Couto Belém

Tocantins Adriano Guinzelli Palmas

Rondônia Edson Antônio Sousa Pinto Porto Velho

12

outubro 2012


CAPA

Raul Astutti

Varejo

O setor de varejo enfrentará alguns desafios para crescer no ano de 2013. Apesar do bom momento econômico que o país atravessa, decorrente principalmente do aumento da massa salarial e da manutenção e expansão do emprego e renda, é preciso certos cuidados com os efeitos que a crise externa ainda pode ocasionar nos próximos dois a três anos. Oportunidades de crescimento para as médias empresas brasileiras exigirão habilidades para superar a pesada burocracia e os gargalos de infraestrutura. Será preciso vencer os concorrentes na disputa por bons fornecedores, funcionários e fontes de recursos para financiar o crescimento.

Mauricio Perucci Indústria Alimentícia

Podemos creditar à indústria alimentícia a sustentabilidade do nosso crescimento econômico nos últimos anos, decorrente do significativo crescimento de sua participação no PIB e pela liderança nas fusões/aquisições, que deverão ser mantidas para os próximos anos. A participação no PIB vem ancorada nas projeções do aumento do consumo; já fusões/ aquisições pela necessidade da integração de sinergias para ganho produtividade/lucratividade, especialmente às empresas de médio porte do setor, vista a consolidação dos grandes players do mercado.

Rodrigo Valverde E-Commerce

Apenas no primeiro semestre de 2012, um crescimento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior no segmento de e-commerce - segundo consultoria realizada pela E-bit. O comércio via celular ajudará neste crescimento: só o Brasil deve movimentar R$ 2,5 bilhões no setor em 2014, segundo a E-Consulting. A quantidade de fundos de investimentos e os valores disponibilizados na busca por empresas do setor também tem crescido. O Brasil vive um momento positivo para essas negociações. Exemplo recente é o fundo alemão Rocket, que decidiu investir nas empresas de e-commerce Dafiti e FiveBlue, do setor de moda e vestuário.

Edson Pinto

Setor Mineral

Embora o cenário econômico-financeiro mundial esteja nebuloso para as grandes empresas de mineração, surgem boas oportunidades para as pequenas e médias mineradoras. Com a divulgação do Plano Nacional de Logística: Rodovias e Ferrovias, do Governo Federal, os investimentos em logística e infraestrutura serão incentivados, sendo possível (e viável) para as pequenas e médias mineradoras a exploração de áreas no Norte e Nordeste do país, ricas em cassiterita, nióbio, manganês e, dentre outros, um grupo minerário, hoje em voga, denominado de terras raras – minérios esses, que possuem grande demanda em escala global.

Ezequiel de Melo C. Netto Postos e combustíveis

O mercado de combustíveis tende a se manter aquecido, devido aos incentivos tributários e melhoria das condições econômicas da população. A expectativa para gasolina e diesel (em menor proporção) é positiva. O etanol tende a registrar trajetória oposta, pois vem sofrendo com o preço não competitivo em razão da escassez da matéria prima. Os desafios são grandes dadas à concorrência acirrada, exigências legais e regras da ANP. Somam-se às incertezas que rondam o setor de óleo e gás, relacionadas ao possível reajuste da gasolina, a produção do pré-sal abaixo do esperado, e a falta de previsão para novas rodadas de licitação para exploração do petróleo.

outubro 2012

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CAPA

Carlos Colenci Mercado Licitatório

Com a finalização das eleições municipais, o Governo Federal prepara a agenda da sucessão. O mercado estará aquecido e especialmente aqueles voltados à insumos para a infraestrutura. O esforço governamental será para a entrega efetiva dessas obras e das ações, visando os ganhos políticos regionalizados, com impacto positivo na eleição nacional. A demora em elaborar os projetos executivos e a burocracia inibiram novos processos licitatórios no âmbito nacional, salvo aqueles noticiados. Atenção maior para o governo estadual cujas licitações são, em tese, mais céleres.

Danny Fabrício C. Gomes

Real Estate

O mercado de real estate brasileiro continuará aquecido em 2013, principalmente no nicho de imóveis corporativos e built to suit. Outros nichos que deverão apresentar crescimento são o de imóveis no entorno de grandes obras de infraestrutura e condomínios logísticos. Fundos imobiliários continuam tendo sucesso na captação de recursos. Segundo a Consultoria ITC, até 2015, serão construídos 186 novos shopping centers no Brasil, o que exigirá um investimento superior a US$ 8,6 bilhões. Alguns setores imobiliários terão seus preços reavaliados para baixo em razão do alto estoque das construtoras, o que pode gerar excelentes oportunidades de investimento, e de fusões e aquisições de construtoras e incorporadoras.

Marcelo Sartori

Mercado Automotivo

Sabidamente, o mercado automotivo brasileiro é e deverá continuar a ser um dos mais atrativos de todo o planeta, especialmente sob o ponto de vista das empresas montadoras de veículos, atualmente sacrificadas em seus países de origem e em seus mercados tradicionais, já maduros e muitas vezes saturados. Concorrentemente, as restrições tributárias impostas aos importadores de veículos estão provocando maior procura do país para instalação de novas plantas industriais. Trata-se de uma realidade que poderá gerar para toda cadeia de negócios, desde os mais básicos (setor imobiliário), aos mais sofisticados (serviços), inúmeras oportunidades.

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outubro 2012

Dayan Daniela da Rosa Luzzoli Mercado Esportivo

O Brasil tende a deixar de ser apenas um berço formador de atletas de futebol para se tornar um grande mercado da bola. A perspectiva de negócios deve saltar de R$ 1,9 bilhão para R$ 3 bilhões em 2014. Empresas como Ambev e Nike investem por ano R$ 30 milhões e R$ 80 milhões, respectivamente. O lucro líquido da CBF foi ampliado com os amistosos da Seleção Brasileira, cujos jogos estão rendendo cerca de R$ 30 milhões por ano. Ainda, segundo prospecção feita pelo Governo Federal, a expectativa é de R$ 183 bilhões acrescentados ao PIB até 2019, apenas com a Copa do Mundo de 2014. O Brasil é a bola da vez no mercado mundial do futebol.

Luciana Farias

Indústria metal-mecânica

A descentralização do foco industrial da Região Sudeste para outras regiões, notadamente Sul e Nordeste, alavancam o potencial do setor metal-mecânico. Os investimentos previstos em logística viária demandam maior movimentação da cadeia produtiva. A revitalização da indústria naval para fazer frente aos novos complexos portuários cria demandas importantes, bem como a necessidade de atendimento às obras de infraestrutura para a Copa por meio de equipamentos, peças e prestação de serviços no setor. Essas condições representarão avanço para indústria e maiores chances de superação dos obstáculos cambiais e estruturais.


CAPA

Mato Grosso Euclides Ribeiro Cuiabá

Raul Astutti Delgado Rondonópolis

Goiás Gustavo Augusto H. Sardinha Goiânia

Distrito Federal Mauro Moreira de O. Freitas Brasília

Mato Grosso do Sul Danny Fabrício Cabral Gomes Campo Grande

santa catarina Dayan Daniela da Rosa Luzzoli

Ilson Cherubim

Florianópolis

Nova Andradina

Felipe Lollato Caçador

Francisco Rangel Effting Florianópolis

paraná Daniel Glomb Curitiba

Lara Selem Curitiba

rio grande do sul André de Vasconcellos Chaves

Osmar Alves da Silva Londrina

Porto Alegre

Luciana Farias Porto Alegre

Ricardo Becker Curitiba

outubro 2012

15


CAPA

Francisco Rangel Effting

Gustavo Augusto H. Sardinha Indústria Farmacêutica

Porto de Itajaí

Setor vive um processo de reinvenção. Até 2013, expirarão patentes que rendem US$ 100 bilhões ao redor do mundo. Com isso, começam duas corridas que podem aquecer o mercado brasileiro. A primeira para as indústrias brasileiras de genéricos e similares que terão a oportunidade de explorar o mercado com medicamentos que possuem faturamentos astronômicos, como Viagra ou Lipitor.

Desde 1966, o Porto de Itajaí (SC) está entre os mais cobiçados para investimentos. Situado 95 km ao Norte de Florianópolis, ocupa a terceira colocação no ranking nacional de exportações de contêineres. Estão incluídos em seus planejamentos de expansão, a construção de nova bacia de evolução do complexo, obras de recuperação e arrendamento dos berços 2, 3 e 4 do Porto. Apenas no mês de agosto, o Porto registrou alta de 6% na movimentação de cargas, somando operações de 7,41 milhões de toneladas. A autoridade portuária busca investimentos contínuos na infraestrutura, em especial da iniciativa privada.

2011

AGO

Início da B2L

2011

1º Meeting B2L

Gleyse Gulin de Albanese

Empreendimentos Ambientais

O ideal seria o devido cumprimento das normas ambientais em vigor, com redobrada atenção às nuances das novas normas, tais como: a Lei Complementar 140/11 (competência para licenciamento) e o Novo Código Florestal (Lei. 12.651/2012), bem como a busca de um auxílio jurídico no que tange à obediência aos Princípios do Equador para fins de financiamento por instituições respeitadas, renomadas e signatária, que objetivam minimizar ou isentar-se dos riscos ambientais inerentes de seus empréstimos, diante de sua responsabilidade solidária. São tendências seguidas pela nova geração de empreendedores ambientais.

16

A segunda vem das parcerias das grandes multinacionais do setor com as instituições de ensino. Já que menos de 30% das pesquisas chegam definitivamente às prateleiras, e levam muitos anos - as parcerias com Universidades se mostram como uma ótima saída para o corte nos custos.

outubro 2012

Mauro Moreira de O. Freitas

Negócios: China

Brasil e China vêm criando canais de desenvolvimento do comércio bilateral, apresentando resultados positivos e históricos. A China é hoje nosso principal parceiro comercial, superando os Estados Unidos. O comércio entre os dois países movimentou US$ 84,5 bilhões em 2011. Na última década, o número aumentou de US$ 2,3 bilhões para US$ 77 bilhões.O governo sabe que as exportações brasileiras para a China se concentram em commodities, e o que se quer agora é estimular as vendas externas também de manufaturados para os chineses. Essa é a grande oportunidade que o empresariado brasileiro tem hoje à sua frente.


CAPA

Ricardo Becker

Vitor Eduardo M. Cardoso Material de Construção

Mercado de Saúde – Hospitais

A desaceleração da economia fez com que o mercado da indústria de materiais de construção tivesse um índice de crescimento abaixo do esperado para 2012. Porém, mesmo com a estagnação no setor da construção civil, esse mercado espera um crescimento maior em 2013, próximo ao faturamento recorde de 2011, que ultrapassou os R$ 112 bilhões. A retomada dos setores de infraestrutura e imobiliário, atrelada às encomendas das empresas de construção, sobretudo para o programa “Minha casa, Minha vida”, e pelos empreendimentos para as classes médias e média-alta, fortalecerão o setor, gerando oportunidades para as empresas de porte médio e consolidando ainda mais os grandes home centers em 2013.

Aquisições em saúde continuarão em alta em 2013. Há uma forte tendência para a verticalização da Saúde no Brasil. Planos de saúde adquirem hospitais ou serviços de análise clínica ou por imagem, como hospitais concentrando outros serviços satélites. O ingresso das classes C e D neste mercado também fortalece o setor, pois uma fatia maior da população está tendo acesso a planos de saúde, logo, à rede privada de atendimento. A falta de investimentos no setor público força a migração para o setor privado. Por fim, a atual restrição aos investimentos estrangeiros em hospitais deve cair ou ser amenizada no curto ou médio prazo.

NOV

2011

ABR

Revista B2L Corporate 1

2012

MAI

Mega Operação de R$ 120 milhões

Wilson Furtado Roberto Concessionárias

Para o setor automobilístico, o pensamento em relação ao ano de 2013 é de crescimento das vendas. A abertura de mercado e a livre concorrência impulsionam o setor a elevar a qualidade dos produtos, oferecendo mais tecnologia, segurança e economia. A maior oferta de crédito e os juros cada vez menores, impulsionados pelo crescimento do nosso país, também são fatores determinantes para que o consumidor se interesse mais pela aquisição de automóveis e diminua o tempo de troca de um veículo para outro.

2012

2º Meeting B2L

Wilton dos Santos Mello Júnior Setor Imobiliário

Será que vivemos uma bolha imobiliária? Depois de um crescimento vertiginoso nos últimos quatro anos, o que se observa na realidade é uma acomodação dos preços. Ouso dizer que não existe essa questão de bolha. O crescimento ainda está aquecido. Segundo pesquisa realizada pela Datastore, em cidades como Brasília, Fortaleza e São Luiz, a perspectiva de intenção de compra do consumidor para os próximos 12 meses está acima de 30%, ponto de equilíbrio do mercado. Muitas empresas ainda planejam manter seus investimentos para 2013, principalmente após os estímulos da economia. Ainda há espaço para crescer, e no interior também estão as oportunidades.

outubro 2012

17


CAPA

Daniel Glomb PCHs

Há no Brasil cenário favorável para a geração de energia através de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Estas demandam baixo investimento, geram pouco ou mesmo nenhum impacto ambiental, fazendo do Brasil um país privilegiado no potencial de geração de energia renovável. Tudo isso aliado às perspectivas de crescimento do país nos próximos anos - incrementando a demanda por energia e ao crescente acionamento de energia térmica pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico, para complementar a geração hídrica.

Eugênio Vasques

Varejo Eletro-Eletrônico

Segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o segmento deve movimentar cerca de R$ 2 bilhões ao final de 2013 e atingir 10% do total dos negócios realizados pelo comércio eletrônico brasileiro. Hoje, o m-commerce representa 1,3% do faturamento do e-commerce. A expansão se deve principalmente à maior penetração de dispositivos com acesso à internet, principalmente os smartphones, antes acessíveis apenas para as classes A e B. O grande desafio está no aumento das taxas de efetivação da compra. A expectativa é de que as vendas aumentem, conforme as pessoas se convençam da segurança dessas operações.

Helder Nascimento

Educação

Esse é um segmento que merece atenção especial dos investidores para os próximos anos. Operações societárias no setor da educação continuarão a movimentar o mercado em 2013, sobretudo nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Foram movimentados R$ 6,7 bilhões nos últimos cinco anos em fusões e aquisições; 133 instituições foram adquiridas em 125 cidades (2 milhões de alunos). Aquisições de cursos de idiomas (há grandes eventos internacionais no Brasil nos próximos anos); incremento da Educação À Distância (EAD) e a busca por novos formatos no ensino de terceiro grau devem formar um ambiente ainda mais favorável a novos negócios.

18

outubro 2012

Emília Azevedo da Silva Mercado Publicitário

No primeiro semestre de 2012, o mercado publicitário movimentou R$ 19,6 bilhões, com crescimento de 11% sobre o mesmo período de 2011. Destaque para investimento dos anunciantes com compra de espaço para anúncio nos veículos de comunicação (R$15,9 bilhões) somado aos gastos com a produção dos comerciais (R$ 3,7 bilhões). A internet é a bola da vez. Encerrou o período com R$ 738,9 milhões de faturamento bruto e 5,17% de participação de mercado. A TV faturou R$ 9,2 bilhões no período. Crescimento deve ser de 31% entre 2012 e 2013, conforme pesquisa do Grupo Publicis. Cenário também é positivo para investimento.

Ricardo Barros Brum

Logística

O setor de logística passará por ajustes severos. Com a publicação do marco legal relativo ao desempenho dos motoristas, necessário será o ajuste de prazo de entrega, preço de frete, locais de parada, dentre outros. É nesse momento que as oportunidades de M&A ocorrerão, já que somente as mais eficazes devem sobreviver. A política governamental de redução dos juros derrubou a taxa do Finame para a aquisição de bens para o ativo imobilizado. Atualmente pratica-se 2,5% a.a., o que permite um planejamento mais agressivo de ampliação das frotas. O mercado de usados praticamente se estagnará enquanto as taxas praticadas forem as atuais.


CAPA

Tito Eduardo V. do Couto

Siderurgia

A produção siderúrgica se concentra em duas atividades principais - produção de ferro e de aço longo. A produção de ferro gusa está distribuída entre os Estados do Pará e Maranhão (maior produtor pela existência de mais fornos ligados). É aguardada com grande expectativa a implantação na cidade de Marabá (PA), da empresa Aços Laminados do Pará (ALPA), empresa 100% VALE, que produzirá aço longo e aço plano para exportação e para o mercado interno. Muitas empresas deverão se implantar em Marabá para utilizar o produto da ALPA e produzir tubos, vagões, parte da linha branca, botijões, etc. A região deve explodir em oportunidades!

Patricia Brum

Felipe oliveira Mobilidade Urbana

O interesse mundial pelo Brasil vem crescendo em velocidade estonteante, e a capital carioca, em especial, transformou-se em um imenso canteiro de obras. Projetos de mobilidade urbana estão movimentando não só o setor de transporte, mas, também, outros setores coligados, como o da construção de estradas, pontes e túneis, bem como o de Tecnologia da Informação. As oportunidades para inúmeros setores continuam abertas, crescentes, principalmente para empresas de médio porte. Frente a essa perspectiva tão promissora, nós da B2L estamos rastreando, em todo o território nacional, as melhores e mais concretas oportunidades para nossos clientes.

Marina Emilia Baruffi V. Baggio Indústria Aeronáutica

Negócios: Califórnia (EUA)

O ano de 2013 promete sedimentar o renascimento da construção residencial no Estado da Califórnia (EUA), principalmente no que se refere ao mercado de apartamentos (multi-family units). Último estudo econômico divulgado pela UCLA projeta para 2013 um crescimento de 44% no mercado da construção residencial - projeções para 2014 são ainda melhores, com crescimento extra de 78%. Estima-se que as construtoras irão iniciar mais de 69 mil edifícios no Estado - maiores números em mais de uma década. A Califórnia é um motor de inovação sem precedentes, com lançamento de novos produtos e idéias em moda, tecnologia, móveis e design.

Consolidada no mercado internacional nos segmentos civil e defesa, a indústria nacional demanda serviços de apoio de forma a manter as frotas operacionais e empresas que disponibilizem serviços de grande porte nas áreas de manutenção (MRO) e logística. Sobre a aviação comercial brasileira que, como outros setores, vieram a sofrer com a retração do mercado face aos atentados de 11 de Setembro, hoje volta aquecida, renovada, e vem até mesmo ampliando suas frotas, fortalecendo assim, as encomendas de nossa indústria aeronáutica.

B2L Com perfil empreendedor, a B2L atua na compra e venda de empresas, projetos financeiros, investimentos estrangeiros, fusões e aquisições empresariais, captação de recursos e negócios diversificados. Para mais informações, acesse o site www.b2law.com.br

outubro 2012

19


ESPECIAL

“Cenário aquecido e preços elevados. Ao reunir 214 companhias e representar mais de 85% da produção mineral, o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) avisa: serão US$ 75 bilhões em investimentos nos próximos 4 anos.

Abrindo nossa reportagem especial sobre a mineração no Brasil, o diretor de Assuntos Minerários, Marcelo Ribeiro Tunes, fala de gestão, oportunidades, competitividade e novos players.


ESPECIAL

US$ 75 bilhões Investimentos do setor no Brasil de 2012 a 2016. Destes, 61,38% estão concentrados no minério de ferro

US$ 50 bilhões

Norte

Sudeste

4 39

3.392

empresas

empresas

7.932

empresas

Sul

Fonte: DNPM/2011

Produção Mineral Brasileira (PMB) em 2011

1.901

Nordeste

1.258

empresas

Centro-Oeste

empresas

94 2

Crescimento em 2012

5% a 8% Crescimento de 2001 a 2011

550% Os preços médios das commodities minerais devem se manter em patamares considerados elevados, mesmo com a crise nos países europeus

3,8%

do PIB do Brasil

467 milhões Toneladas de minério de ferro produzidas ano passado, alta de 25%

2,2 milhões Empregos diretos em 2011 (175 mil criados pela indústria de extração mineral)

Saldo Balança Comercial da Mineração de 2011

US$ 38,4 bilhões China, Coreia do Sul, Índia, além da demanda interna no Brasil, impulsionam a mineração nacional

Fonte: IBRAM

empresas


ESPECIAL

B2L – O crescimento da des investimentos nacioprodução acompanha o nais e internacionais? ritmo dos investimentos O que mais posterga e dificulta a entrada no setor mineral brasilei- de novos projetos de mineração e outros ro? Quais as perspectivas e projeções para os próximos anos? O setor mineral vai investir US$ 75 bilhões no Brasil. O maior interesse por projetos minerais reflete o cenário de demanda aquecida e preços elevados, impulsionado pelo crescimento mundial, especialmente dos países emergentes. Um exemplo do atual nível de procura pelos insumos minerais, principalmente pela China, é o aumento da produção brasileira de minério de ferro. Em 2011, foram produzidas cerca de 467 milhões de toneladas, quantidade 25% maior do que a registrada em 2010. Os bons resultados também podem ser observados em outros minerais. A produção de ouro aumentou 13% e atingiu 66 toneladas. Para este ano, a expectativa é que atinja 70 toneladas. O nióbio passou de 80 milhões para 90 milhões de toneladas.

B2L - Pesquisa. Qual é o potencial dos recursos minerais no país? Em pesquisa mineral, dos US$ 10,7 bilhões aplicados no mundo inteiro em 2010, o país correspondeu a apenas 3%, enquanto Chile e Peru, por exemplo, representaram 5% cada, de acordo com dados do Metals Economic Group. Considerando a extensão territorial, a situação fica ainda mais crítica. Nesse cenário, os peruanos investiram 11 vezes a mais que o Brasil, enquanto que o aporte financeiro aplicado pelos chilenos foi 18 vezes maior.

tes. Onde estão as lacunas e quais as medidas necessárias para reverter o quadro? Primeiro precisamos ressaltar que, em algumas situações, não há o que fazer, como é o caso do carvão. No Brasil são poucos os indícios de jazidas de carvão siderúrgico, apenas o térmico. Há perspectivas na parte subterrânea do território brasileiro, mas que, em princípio, dependem de novos processos, tecnologias e dos respectivos investimentos. Sendo assim, no futuro mais próximo continuaremos dependentes deste bem mineral. Agora, essa situação não é regra. O primeiro desafio para reverter a dependência de certos minerais é melhorar a pesquisa geológica básica. No Brasil, menos de 30% do território nacional é mapeado geologicamente de forma adequada para mineração, ou seja, numa escala mínima de 1:100 mil.

Marcelo Ribeiro Tunes (IBRAM) projetos industriais no Brasil são os entraves burocráticos do licenciamento ambiental. Deve-se fazer uma diferença entre exigência ambiental e entrave burocrático. A exigência ambiental deve ser respeitada, é legítima e deve ser analisada. Agora, o que nós estamos assistindo não são exigências ambientais, e sim burocráticas. A burocracia leva à perda de recursos e de tempo que pode nos levar a perder o timing do fornecimento de matéria-prima para o mundo.

B2L - O Brasil é um grande produtor, mas ainda é dependente de alguns minerais estratégicos para a economia, como B2L - Hoje, como a legislação brasileira trava gran- na indústria de fertilizan-

Além disso, o país precisa se tornar competitivo diante dos concorrentes. Seguindo o exemplo dos insumos de fertilizantes, 92% do potássio consumido pelo Brasil é importado. Para piorar o cenário, um estudo realizado pela Ernst&Young, encomendado pelo IBRAM, mostra que o Brasil possui a maior carga tributária no mundo para este bem mineral. No caso do fosfato, a importação brasileira é de 50% e a tributação é a 2ª maior mundial.

B2L - Gestão. Qual o perfil das indústrias de mineração do Brasil? Modelos de alto desempenho e governança já estão disseminados? Ainda há espaço para empresas de origem familiar? Modalidades de private equity ganham força no setor?


ESPECIAL

Segundo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), em 2011, existiam cerca de 8 mil empresas de mineração no Brasil, com variados perfis quanto ao porte (capital, investimentos, produção, pessoal empregado, etc.). Várias delas têm alto desempenho e governança elevada e isso está sendo paulatinamente disseminado às demais mineradoras. Quanto ao espaço para empresas de origem familiar, pode-se dizer que ele existe. Talvez, a principal razão seja a grande variedade de bens minerais produzidos no país – mais de 80 – aliada à extensão continental do Brasil. Assim, por exemplo, argilas para cerâmicas vermelhas (telhas, tijolos, etc.), areias e outros minerais para a construção civil, os chamados agregados, são minerados praticamente em qualquer dos 5 mil municípios do país. De uma forma geral são operações de pequeno porte que se adaptam perfeitamente numa estrutura de empresa de base familiar. No que tange ao private equity, ele ainda é pequeno no Brasil comparativamente ao porte total e a importância da indústria da mineração aqui. Pode-se apontar a ausência de legislação adequada como sendo o principal fator que inibe o crescimento dessa modalidade de aportar recursos financeiros para pesquisa de mineração.

de porte, é que a concentração se dá nas chamadas gigantes. Aliás, diminuir tal concentração é um grande desafio da mineração no Brasil. Há sim oportunidades para novos players. No entanto, é sempre importante lembrar que no Brasil a questão do crédito é um grande desafio. Observe que as mineradoras de menor porte, contrariamente às empresas altamente capitalizadas, não têm ativos reais para garantir o financiamento de seus projetos de mineração em instituições brasileiras. No Brasil, não existe capital de risco para exploração e pesquisa oriundos da Bolsa de Valores. Os motivos são vários, desde ausência de poupança de risco, a questão cultural e principalmente pela falta de incentivos e regulamentação que protejam o investidor e o minerador. Tais limitações constituem-se em desvantagens em relação às mineradoras de outros países, com os quais o Brasil compete.

B2L - O Brasil tem evoluído sobre fusões e aquisições do setor no último semestre. Qual a tendência no futuro? Na mineração mundial como um todo tem havido tendência para fusões e aquisições. É um cenário mais ou menos típico de um período de “boom” como o que se teve verificado desde o início deste século. Isto também tem seus reflexos no Brasil.

B2L - As gigantes ainda concentram a maioria absoluta da produção e dos investimentos? Há oportunidades para novos players no setor? Somos B2L - Logística. Como o competitivos internacio- Brasil vem conectando nalmente? suas distâncias? O setor No Brasil, muito mais pela concentração privado ainda está à esem um único bem mineral – minério pera da resposta excluside ferro, que, modernamente, para ser competitivo demanda projetos de gran- va do setor público?

O governo brasileiro anunciou um importante plano para desenvolver a logística no país. Os primeiros recursos anunciados vão para rodovias e ferrovias. A iniciativa vai ter um impacto positivo direto na atividade mineral, primeiro por ativar a indústria – uma vez que a construção ou reparo nas rodovias e em linhas férreas vai demandar bens minerais. Em seguida, a melhoria na logística vai significar uma maior competitividade do Brasil junto aos concorrentes.

B2L - Direito Minerário. Quais foram os avanços mais significativos conquistados? Quais metas devemos perseguir para a garantia da segurança jurídica aos investidores? O avanço mais significativo conquistado não é recente. Ao contrário, ele recorda 1934, quando se deu, no Brasil, a chamada “separação do solo do subsolo”. Ali, ao se determinar que os recursos minerais do país são de domínio público (pertencem à União, conforme está na Constituição de 1988), mas é o setor privado que deve fazer sua exploração e aproveitamento, estabeleceu-se uma “regra do jogo”. Metas a serem perseguidas são, além da manutenção dessa “regra maior”, o aprimoramento e a modernização do setor governamental que, na qualidade de gestor desse patrimônio que é de todos nós, deve desempenhar seu papel de forma sempre eficaz. Há ainda um melhor entrosamento entre a gestão de recursos minerais e a gestão do meio ambiente. Aliás, neste particular, o que se deve preconizar é a chamada “gestão compartilhada” em que todos, inclusive o segmento provado, dele participe.


ESPECIAL

perfil

vale Maior produtora de minério de ferro e segunda empresa de mineração e metais do planeta. A empresa detém a segunda maior produção mundial de níquel e produz ainda minério de manganês e ferro liga, cobre, carvão térmico e metalúrgico, fosfato, potássio, cobalto e metais do grupo da platina (“PGMs”). A Vale está entre as maiores companhias do setor privado negociadas no mundo. A empresa tem capitalização de mercado de aproximadamente US$ 100 bilhões, com cerca de 400 mil acionistas em todos os continentes. De acordo com o Boston Consulting Group, uma das empresas líderes de consultoria no mundo, a Vale foi escolhida como uma das 25 maiores geradoras de valor sustentável aos acionistas no mundo, devido ao seu extraordinário desempenho ao longo dos últimos 10 anos. Omã (Oriente Médio)

24

outubro 2012


ESPECIAL

Global

Minério de ferro

Dados financeiros

Com operações, escritórios, explorações e joint ventures espalhados pelos cinco continentes, a Vale atua em 37 países.

Produção:

2010

2010

Receita operacional:

Empregados

2011

Total

307,795 milhões 322, 632 milhões (toneladas métricas)

107.001

Internacional

32.873

(próprios e terceiros – dados do 2º trimestre de 2012)

Lucro líquido: US$ 17.264 bilhões 2011 Receita operacional:

139.874

Brasil

US$ 46.481 bilhões

Vendas principal mercado

US$ 60.389 bilhões Lucro líquido: US$ 22.885 bilhões

China:

Investimentos

2010

2012 | US$ 21,4 bilhões

126,400 milhões 2011 131,870 milhões (toneladas métricas)

Extração de minério de ferro em Carajás (PA)

2013 | US$ 16,8 bilhões* *(projeção do mercado)

US$ 20 bilhões Investimentos na S11D A produção atenderá a demanda mundial aquecida pelos crescentes investimentos em construção civil, máquinas, equipamentos, aviões, celulares e outros elementos essenciais no dia a dia que têm o minério de ferro como ingrediente


ESPECIAL

Para ser líder global, serão US$ 20 bilhões no Brasil Segue curso na serra sul de Carajás, no Pará, o maior projeto da história da Vale e também o maior da indústria de minério de ferro. O projeto Serra Sul S11D fornecerá 90 milhões de toneladas métricas de minério de ferro por ano. Quanto estiver em plena capacidade, a produção total de minério da Vale no Pará deverá alcançar 230 milhões de toneladas por ano. Serão cerca de US$ 20 bilhões investidos, sendo US$ 8 bilhões destinados à instalação da nova mina e da usina de beneficiamento, e o restante destinado à infraestrutura logística do projeto. Além do investimento bilionário, o projeto vai gerar mais de 30 mil empregos diretos durante a fase de implantação e reforçar as exportações brasileiras. Atualmente, a Vale realiza em Carajás a

operação simultânea de quatro minas de ferro a céu aberto, e tem outra em fase de abertura. O complexo é o maior produtor de minério de ferro no planeta. Assim, com olhos no Brasil, a Vale quer ser líder global.

Plano de Negócios Inseridos no Plano de Negócios e Gestão 2012-2016 da Cia, um dos projetos é o Teluk Rubiah, na Malásia, que compreende a construção de terminal marítimo com profundidade suficiente para receber navios de 400.000 dwt e um pátio de estocagem. A previsão de start-up é para o primeiro semestre de 2014. Outro projeto internacional é o Moatize II, em Moçambique (África), que aumentará a capacidade de produção de carvão para 22 Mtpa, além da implementação do projeto do Corredor

Futuro Serra Sul S11D

26

outubro 2012

Murilo Ferreira, Diretor-Presidente

de Nacala, uma infraestrutura de logística ferroviária e portuária de classe mundial, para sustentar a expansão da capacidade de produção de Moatize. Ambos têm previsão de start-up para o segundo semestre de 2014.


ESPECIAL

Aquisições Aquisições são parte importante da estratégia da Vale, como explica a cia. Em fevereiro de 2011, a Vale investiu US$173,5 milhões para adquirir o controle da Biopalma, no Estado do Pará. A Biopalma produzirá óleo de palma, matéria-prima utilizada para fazer biodiesel, e a maior parte da produção será usada em uma mistura B20 (mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel comum) como combustível para a frota própria de locomotivas, equipamento e maquinário pesados.

Em junho deste ano, a Biopalma da Amazônia S.A., empresa da Vale em sociedade com o Grupo MSP, inaugurou a sua primeira usina extratora de palma (dendê), localizada no município de Moju, a 150 km de Belém. A usina é a primeira de duas unidades que serão construídas para extrair o óleo do fruto. Além disto, será construída uma planta industrial para transformar o óleo em biodiesel a partir de 2015. O investimento total é de US$ 500 milhões. Austrália (Oceania)

Moçambique

África Sobre a instabilidade política em países africanos onde a Vale atua, e a necessidade de reposicionar ações estratégicas da empresa, a Vale segue política de expandir sua atuação no continente. A África é uma prioridade do plano de investimentos da Vale para os próximos anos, como informa a Assessoria de Imprensa da Cia. “A instabilidade política foi um entrave para os investimentos por décadas, mas dá agora um cenário diferente e sinaliza a necessidade de um plano sustentável de crescimento”.

Nova Caledônia (Oceania)

Peru (América do Sul)


ESPECIAL

A visão do Pará comparado aos players mundiais da mineração vem do presidente do Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (SIMINERAL), José Fernando Gomes Júnior. “O Pará pode ser comparado a um país minerador: já passou pelo ciclo do ouro, minério de ferro, manganês, alumínio e cobre, e acaba de entrar na fase do níquel”. Daqui a cinco ou seis anos, quando forem consolidados todos os novos projetos, o presidente projeta os voos do Estado. “A produção paraense de alumina equivalerá à metade da atual produção chinesa. A de bauxita equivalerá a 70% da produção australiana. A produção de ferro superará à da Índia. A do cobre será similar à da Indonésia; o mesmo ocorrendo com a do níquel. A produção de manganês será equivalente à da África do Sul”. No Sudeste do Estado, a participação no PIB praticamente dobrou em 10 anos. “De lá vem o município com a segunda performance de ICMS do Estado - Parauapebas, que também figura entre o primeiro e segundo maior município exportador do Brasil. Tudo porque lá está localizada a Serra dos Carajás. Outro ponto a citar: dos oito maiores PIBs per capita do Pará, cinco têm base mineral”. Entre potencialidades e regiões pouco exploradas, Gomes Junior ressalta a boa distribuição geográfica para seus minérios. Hoje três regiões se destacam: o Sudeste paraense, cujo destino é o mercado externo, o Nordeste, com produção voltada para o mercado interno e o Oeste, que possui mercado misto. “Não há dúvida que Carajás é a grande anomalia mineral não só do Pará, como do Brasil, mas também do mundo. Lá existem minérios de ferro, manganês, cobre, ouro, níquel dentre outros. No Nordeste a predominância é de bauxita e caulim. Já no Oeste há ouro no Tapajós, bauxita em Oriximiná e Juruti, dentre outros.”

Perfil A indústria mineral paraense engloba todos os níveis, desde grandes empresas até pequenas. Informações da entidade mostram que ao mesmo tempo em que há a Vale, que produz 100 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, existem projetos com produção inferior a 1 milhão/ano.

28

outubro 2012

Para quem mira a região Norte em Mineração, Gomes Junior avisa: “Competência, seriedade, responsabilidade social e interação com as comunidades do entorno do empreendimento.”

Fusões e Aquisições O Brasil hoje tem uma economia mineral consolidada e é um dos grandes players mundiais. Ao lado da China, Austrália, Canadá e Estados Unidos, forma o eixo forte da mineração global. O presidente do SIMINERAL explica que aquisições e fusões são comuns no mercado globalizado e grandes negócios dessa natureza já foram realizados, como a aquisição da Inco pela Vale, da Alcan pela Rio Tinto, da Billiton pela BHP, entre os exemplos bem sucedidos. Mais para frente poderão ocorrer fusões/aquisições de segmentos menores, ou mesmo de grandes corporações como pequenas e médias.

Logística O Brasil pode ser considerado um vencedor em logística de minério, basta ver que somos competitivos na China atravessando dois continentes. O minério de Carajás ganhou mercado conectando minério de elevado teor com grandes volumes para vencer concorrências transoceânicas. Recentemente o Governo Federal, em decisão acertada, como pontua o SIMINERAL, disponibilizou oportunidades que envolvem ferrovias para vencer desafios e modernizar a logística brasileira. “A mineração será beneficiada com isso”.

Projeção da produção mineral do Pará

2012

R$ 30,6 bilhões

2013

R$ 39,8 bilhões

2014

R$ 45,7 bilhões

2015

R$ 63,2 bilhões

Fonte: DNPM2011

“Um país minerador ”

Dos US$ 18,3 bilhões em exportações totais do Estado do Pará em 2011, as Indústrias de Mineração e Transformação Mineral responderam por 91% deste valor. Juntas, exportaram US$ 16,8 bilhões, fazendo do setor mineral o grande vetor de crescimento do comércio exterior paraense.


Investimentos previstos pela indústria mineral até 2016

Fonte: SIMINERAL 2012

ESPECIAL

US$ 6,922 bilhões

US$ 22,482 bilhões

Indústria de transformação mineral

Indústria de mineração

US$ 1,562 bilhões Outros negócios

Expertise B2L Tito Eduardo V. do Couto Sócio B2L

As empresas ligadas à logística no transporte de minério na região de Parauapebas e Canãa dos Carajás (Pará) têm encontrado um ambiente favorável para o seu crescimento. De modo geral, são empresas terceirizadas da Vale que empregam um quantitativo razoável de trabalhadores. Algumas pecam por não conhecer as peculiaridades da região. Diante do crescente mercado, a mão de obra mais especializada é disputada e os salários acabam sendo majorados, criando dificuldade às empresas terceirizadas para cumprimento dos contratos.

US$ 10,880 bilhões Infraestrutura e transporte

Mapa Mineral do Pará

As mineradoras, as quais de modo geral pertencem a grandes grupos empresariais, já possuem certa facilidade na obtenção de investimento para o seu crescimento e aumento da produção. Tal fato não tem ocorrido com as empresas que prestam serviços de meio às mineradoras, que acabam tendo que buscar o seu capital de giro através de empréstimos bancários. Nessas empresas, chamadas de meio, está o alvo para investimentos. Diante do constante crescimento das cidades sede das minas, as empresas prestadoras de serviço poderão vir a atender outras demandas existentes dentro do ramo de sua atuação, aproveitando a sua estrutura montada, criando assim, mais uma fonte de faturamento.

Saiba Mais: • É o segundo maior produtor de ferro e níquel do mundo, e o maior de bauxita, manganês, caulim e cobre. Só o ferro representa 64,19% das exportações, tendo a China como a principal destinatária da exportação desse produto, seguida pelo Japão, com 11% da exportação; • Possui quatro portos, que juntos possuem capacidade para a exportação de mais de 100 milhões de toneladas; • O setor energético possui uma capacidade instalada de 8.400 megawatts, sendo que o potencial hidrelétrico pode chegar a 50 mil megawatts. Fonte: SIMINERAL | 2012


ESPECIAL

Corrida dos Nova fronteira mineral no Norte mineiro alcança R$ 8,6 bilhões As cifras são todas superlativas. Serão US$ 30 bilhões de investimentos diretos no setor mineral em Minas Gerais até 2016 e um novo eldorado irá ficar com R$ 8,6 bilhões dos aportes. O setor privado promete abrir no Norte do Estado uma nova fronteira da exploração de minerais. Com a descoberta de uma superjazida de minério de ferro estimada em 20 bilhões de toneladas, de acordo com o governo mineiro, o futuro está aqui. A Sul Americana de Metais (SAM), empresa do grupo Votorantim, deu início no mês passado ao licenciamento do Projeto Vale do Rio Pardo, para produzir 25 milhões de toneladas por ano de minério de ferro a partir de 2015 em Grão Mogol e Padre Carvalho. Investimentos vão chegar a R$ 4,2 bilhões até 2015. Os recursos da chinesa Honbridge Holdings servirão para escoar o minério de ferro da mina de Grão Mogol para o Porto de Ilhéus, na Bahia, por meio de um mineroduto. A Mineração Riacho dos Machados, do grupo canadense Carpathian Gold, concluiu a etapa inicial de licenças para iniciar as obras da reserva de ouro que adquiriu da Vale, com volume es-

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timado de três toneladas por ano, em um ano e meio. A Vale anunciou, em junho do ano passado, a intenção de extrair ferro em Serranópolis de Minas, Riacho dos Machados, Grão Mogol e Rio Pardo de Minas, com potencial para produzir 600 mil toneladas anuais. A Companhia está discutindo o projeto com técnicos do governo de Minas. Outro empreendimento anunciado em 2010 e ainda pendente de confirmação é a extração de ferro em Grão Mogol e Porteirinha pela antiga Mineração Minas Bahia, adquirida pela empresa do Cazaquistão ENRC, dona da Bahia Mineração (Bamin). Além de grandes projetos que ganharam viabilidade com a demanda aquecida por minérios para a China e da Ásia, continuam os investimentos e a prospecção da indústria, explica o subsecretário de Política Mineral e Energética de Minas Gerais, Paulo Sérgio Machado Ribeiro. “Somos o único Estado com praticamente 100% do território com levantamento aerogeofísico”. O mapeamento diminui os riscos para os investidores, proporcionando abertura para novas descobertas minerais no Estado.


ESPECIAL

Minas Gerais

97%

da produção de Nióbio

66%

da produção de diamantes

100%

da produção de ouro

71%

da produção de zinco

46,8% 50%

65% da produção de minério de ferro

exportação minério de ferro

Norte de Minas: Salinas, Grão Mogol, Rio Pardo de Minas, Porteirinha, e Nova Aurora.

Total: 20 municípios Investimentos Sul Americana de Metais S.A (Votorantim Novos Negócios) no valor de

US$ 4,2 bilhões Jazidas estimadas em

20 bilhões

de minério de ferro de baixo teor. Grandes players mundiais possuem áreas de pesquisa na região

do PIB mineral do país

Estados com forte participação da atividade mineradora como Minas Gerais e Pará declaram a grande disparidade entre os royalties do petróleo e do minério. Enquanto em 2011, no Brasil, os royalties e participações especiais referentes ao petróleo alcançaram a soma de R$ 25,8 bilhões, os valores arrecadados com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) foram de R$ 1,54 bilhão. Des-

Novo polo mineral

se total, 12% foram para a União, 23% para os Estados e 65% distribuídos entre os municípios mineradores. No ano passado, Minas Gerais ficou com R$ 181,4 milhões arrecadados pela CFEM. O Rio de Janeiro arrecadou cerca de R$ 7 bilhões relativos a royalties e participação especial na exploração petrolífera.

exploração dos recursos minerais, incluindo ouro, ferro, pedras preciosas, carvão e metais nobres, por meio da CFEM. No caso do minério de ferro, principal produto da pauta brasileira, a proposta é que o percentual seja em média de 4% sobre o faturamento bruto.

Atualmente, as mineradoras pagam de 0,2% a 3% do faturamento líquido pela

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Créditos: divulgação/SEDE

ESPECIAL

Saiba Mais A proposta do novo marco regulatório da mineração deverá entrar na pauta do Senado e da Câmara dos Deputados até o fim do ano. Os estudos que resultaram em três projetos de lei foram concluídos pelo Ministério de Minas e Energia e encaminhados a outras áreas do Executivo. A proposta institucional cria o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM) e introduz mudanças nos procedimentos de outorga. Já o projeto que institui a Agência Nacional de Mineração, substitui o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Paulo Sérgio Machado Ribeiro

A terceira proposta apresenta uma nova política de royalties do setor mineral com mudanças na CFEM. Os três projetos podem ser consolidados em uma única proposta, a cargo da Casa Civil. São sugeridas alterações na forma de cálculo, nos critérios de distribuição e uso da CFEM. O objetivo é aperfeiçoar os procedimentos de arrecadação, fiscalização e cobrança.

Setor sensível De acordo com o subsecretário, os projetos estão para ser encaminhados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) há cerca de dois anos. “A fase de alvará de pesquisa também está parada para minerais metálicos, gerando impacto financeiro para os mineradores e inibindo a entrada de novos investimentos”, alerta. Ribeiro classifica a atividade como de capital de risco. A mineração, em sua visão, apresenta-se como uma das poucas áreas em que a concessão não é feita seguindo critérios de menor preço e sim por quem chega primeiro (novo marco prevê mudanças neste sentido). “Os investimentos de alto impacto requerem estabilidade jurídica aliada a processos de longa maturação. No entanto, nunca houve atitudes que não honrassem o setor”.

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