Livro catálogo RUGENDAS - São Paulo

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Curadoria | Curatorship Angela Ancora da Luz

12 de janeiro a 31 de março de 2019 January 12 - March 31, 2019 Terça a domingo, das 9h às 19h Tuesday to Sunday, from 9am to 7pm

12 de janeiro a 31 de março de 2019 Prefira transporte público January 12 - March 31, 2019

Prefer public transportation

Entrada franca CAIXA Cultural São Paulo

| Free admission

Vamos preservar o meio ambiente Let’s preserve the enviroment



Desde 1861, a CAIXA está presente na história de cada brasileiro, seja na concessão de crédito acessível, no financiamento habitacional, no desenvolvimento das cidades – por meio de investimento em projetos para infraestrutura e saneamento básico - seja na execução e administração de programas sociais do Governo Federal. Como instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro, sua missão é atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do país. A CAIXA vislumbra em sua atribuição a motivação para estar presente em todos os momentos da vida do brasileiro, aproximando-se das suas necessidades e anseios e participando das suas realizações. Nesse contexto, nada mais natural que a CAIXA se aproxime da cultura nacional, propiciando acesso às mais variadas manifestações artísticas e intelectuais e contribuindo para a preservação do patrimônio histórico brasileiro. Por meio de sua programação nos espaços da CAIXA Cultural, presentes em sete capitais do país, a instituição vem, ao longo das últimas décadas, viabilizando projetos que promovem a formação intelectual e cultural da população. O Museu e o Programa Educativo Caixa Gente Arteira complementam esse esforço na formação de público e na difusão de saberes e práticas artísticas e culturais. É com essa conjuntura que a CAIXA patrocina a exposição Rugendas – um cronista viajante, com curadoria de Angela Ancora da Luz. A mostra apresenta um panorama de sua obra, destacando três núcleos: Olhar a terra, com paisagens do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso e Minas Gerais; Olhar o homem, na qual apresenta cenas da vida cotidiana da população brasileira, tipos e etnias; e Plantas da terra, que traz estudos da fauna e flora brasileira. As obras reunidas são parte integrantes da famoso álbum Viagem pitoresca através do Brasil (Voyage Pittoresque dans le Brésil), considerado um dos mais importantes documentos iconográficos sobre o Brasil do século XIX. Com este projeto, a CAIXA ratifica a sua política cultural, a sua vocação social e o seu propósito de democratização do acesso aos seus espaços e à sua programação artística. Desta forma, ela cumpre seu papel institucional de estímulo à difusão e ao intercâmbio do conhecimento, contribuindo para a valorização da identidade brasileira bem como para o fortalecimento, a renovação e ampliação das artes no Brasil e da cultura do nosso povo. Caixa Econômica Federal

Since 1861, the Caixa Econômica Federal (CAIXA) has been involved in the lives of all Brazilians, through granting affordable loans, financing homes and fostering urban development through either investing in infrastructure and basic sanitation projects or implementing and administering Federal Government outreach programs. As a financial institution, a public policy agent and a strategic partner of the Brazilian State, its mission is to actively foster citizenship and underpin sustainable development nationwide. Viewing its duties and responsibilities as the reason for its constant presence throughout so many Brazilian lives, it responds to their needs and concerns, while celebrating their accomplishments. In this context, nothing could be more natural than for the CAIXA to firm up its links with Brazilian culture through offering access to a wide variety of artistic and intellectual expressions, while helping preserve the nation’s historic heritage. Through a steady stream of events hosted at its CAIXA Culture Centers in seven State capitals over the past few decades, this institution has been underwriting the feasibility of projects designed to extend the cultural and intellectual competences of the Brazilian people. Its Gente Arteira Arts and Crafts Education Program and Museum supplement these efforts to build up interest among the public while disseminating artistic and cultural knowledge and practices. This is the context within which the Caixa Econômica Federal (CAIXA) bank sponsors this exhibition entitled Rugendas – A Travelling Chronicler (Rugendas – um cronista viajante), curated by Angela Ancora da Luz. Offering an overview of his work, this display highlights three core themes: Views of the Land (Olhar a terra) featuring landscapes in Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso and Minas Gerais States; Views of Man (Olhar o homem) spotlighting scenes from daily life in Brazil, ethnicities and types of people; and Plants of the Land (Plantas da terra) presenting studies of Brazilian plants and wildlife. The works displayed here were gathered together in the famous album portraying his travels, entitled Voyage Pittoresque dans le Brésil and ranked among the most important iconographic documents portraying XIX century Brazil. In this project, the CAIXA reaffirms its culture policy and social vocation through democratizing access to the artistic and cultural events hosted by its facilities. Through this approach, it plays its institutional role of disseminating and exchanging knowledge, enhancing the value of Brazilian identity while strengthening, renewing and extending the culture of the Brazilian people and spotlighting the arts. Caixa Econômica Federal



RUGENDAS, UM CRONISTA VIAJANTE

RUGENDAS, A TRAVELLING CHRONICLER

Johann Moritz Rugendas (Augsburg, Alemanha 1802 - Weilheim, Alemanha 1858) chegou ao Brasil em 1821, como desenhista da Expedição chefiada pelo barão e médico Georg Heinrich Von Langsdorff, que organizara uma expedição com a missão de retratar os tipos da terra e seus costumes. Langsdorff, apesar de médico, era um naturalista movido por grande motivação científica e interesse na pesquisa.

Born in Augsburg, Germany, artist Johann Moritz Rugendas (1802-1858) arrived in Brazil in 1821 with the Expedition headed by Baron Georg Heinrich Von Langsdorff (17741852). A physician and naturalist, he travelled to Brazil with the mission of portraying this largely unknown land and its customs, prompted by his interests in science and research.

No século XIX, tais expedições eram geralmente organizadas por estrangeiros, sendo que a investigação científica em nossas terras aconteceria, efetivamente, a partir de 1808 com a vinda de D. João VI e da corte portuguesa para o Brasil. As instituições culturais que aqui foram criadas pelo governo português, como o Jardim Botânico, a Biblioteca Nacional e a Academia Imperial das Belas Artes foram responsáveis pelo impulso ao desenvolvimento artístico e científico no Brasil. A Expedição Langsdorff, a Terra “Brazillis”, sob o comando do barão, foi uma aventura grandiosa. O barão se tornaria diplomata e cônsul geral da Rússia no Brasil, o que explica, em parte, a sua motivação para levar à frente, entre os anos de 1822 e 1828 o projeto de documentação de nossa terra pelas mãos de pesquisadores experientes e artistas, numa viagem de quase 17 mil quilômetros pelo interior do país. Além do registro e estudo da flora e da fauna do Brasil havia o interesse etnográfico bem como a pesquisa de idiomas indígenas. O grupo totalizava trinta e nove pessoas entre artistas, astrônomos, botânicos e naturalistas. Entre os artistas estavam Johann Moritz Rugendas, Hercule Florence e Aimé-Adrien Taunay que teriam como objetivo maior, retratarem a flora e a fauna do país, representando os nativos brasileiros com seus costumes e hábitos. O início da viagem exploratória só aconteceria em oito de maio de 1824, pois o governo russo não havia reconhecido a independência do Brasil e a dificuldade para que Langsdorff obtivesse permissões e benefícios alfandegários postergaram a partida da expedição. Nestes dois primeiros anos Rugendas e os demais membros da expedição ficariam hospedados na Fazenda da Mandioca. Rugendas viria ao Rio de Janeiro diversas vezes, entrando em contato com os artistas da Missão Artística Francesa, núcleo inicial da Academia Imperial das Belas Artes. Estas viagens descontentavam Langsdorff e foram criando um clima de antagonismo entre Rugendas e o barão.

During the XIX century, expeditions of this type were usually organized by foreigners. Scientific research effectively appeared in Brazil only from 1808 onwards, with the arrival of King John VI of Portugal and his Court, fleeing Napoleon’s Grande Armée. The Portuguese government-in-exile set up several cultural institutions in its wealthy colony, including the Botanical Gardens, the National Library and the Imperial Fine Arts Academy in Rio de Janeiro, fuelling an upsurge of artistic and scientific development. The Langsdorff Expedition to the mysterious land of Brazillis was a larger-than-life adventure, recording and studying local plants and wildlife, while also exploring ethnographic aspects and indigenous languages. The Baron himself became a diplomat, appointed the Russian Consul General in Brazil. This partially explain his eagerness to move steadily ahead with the project of documenting this unknown territory through experienced researchers and artists, on a journey through the darkest heartlands of South America that covered almost 17,000 kilometers between 1822 and 1828. Its 39 members included astronomers, botanists and naturalists, as well as three artists – Johann Moritz Rugendas, Hercule Florence and Aimé-Adrien Taunay – whose main missions were to depict local plants and wildlife, in addition to portraying indigenous customs, costumes and habits. The Expedition set out only on May 8, 1824, as the Russian Government had not yet acknowledged Brazil’s independence from colonial rule, making it hard for Langsdorff to obtain customs benefits and permits, thus delaying its departure. During these first two years, Rugendas and other Expedition members lived on the Fazenda da Mandioca ranch in the hills behind Rio de Janeiro. He visited the city several times, coming into contact with artists brought over in 1816 by the French Artistic Mission, later developing into the Imperial


Assim, um ano após partir junto com a expedição, em 1825, Rugendas se desentende com Langsdorff e parte sozinho para Mato Grosso, Bahia e Espírito Santo retornando ao Rio de Janeiro, mas mantendo-se fiel ao seu objetivo, registrando tipos, costumes, paisagens, fauna e flora da terra tropical, fazendo com que a natureza se submetesse ao seu olhar e se acomodasse ao registro minucioso de sua poética. Seus desenhos seriam as matrizes para sua pintura e gravura, esta, na maior parte das vezes, realizada por litógrafos que buscavam seguir o traço original do artista. Todo o material produzido na expedição foi, em sua maioria, enviado para a Rússia, isto porque a viagem teve o czar Alexandre I da Rússia como o mecenas, que custearia a grande aventura artística e científica. O acervo criado foi arquivado por quase um século na Rússia, sendo que, uma parte dele se perdeu, após a grande enchente de Stalingrado, mas os desenhos e aquarelas de Rugendas foram enviados para a França. Em 1825 Rugendas retorna à Europa vivendo entre Paris, Augsburg e Munique. É neste período que ele vai se dedicar a publicação da obra Voyage Pittoresque dans le Brésil. O livro é composto pela documentação iconográfica realizada por Rugendas nesta sua primeira viagem ao Brasil. A partir de seus desenhos foram realizadas as litografias que compõem o livro, o que envolveu 22 litógrafos para a sua realização com a elaboração de textos por Victor Aimé Huber. Rugendas divide o livro em cadernos: paisagens, tipos e costumes, usos e costumes dos índios, a vida dos europeus, europeus na Bahia e em Pernambuco e usos e costumes dos negros. A litografia é uma técnica de impressão que parte de uma imagem criada, um desenho realizado por um determinado autor e o reproduz com todas as suas peculiaridades sobre uma pedra calcária, litográfica. A partir do procedimento de copiar o desenho autoral para a superfície da pedra com um lápis próprio, graxo, e os desdobramentos da técnica com a emulsão de vários ácidos e goma arábica para cobrir o desenho realizado e depois entintá-lo, a obra pode ser reproduzida numa prensa, restituindo a imagem do desenho original. Foi um procedimento muito utilizado no século XIX. Assim, a obra como criação pertence ao autor, no caso Rugendas, sendo que os litógrafos, pelo exímio exercício da reprodução, aparecem referenciados com seus nomes abaixo

Fine Arts Academy. These trips annoyed Langsdorff, with feelings of antagonism building up between the Baron and the painter. A year after setting out with the Expedition in 1825, Rugendas quarreled with Langsdorff and set out by himself for Mato Grosso, Bahia and Espírito Santo States. He then returned to Rio de Janeiro, always pursuing his goal of portraying local people and their customs, together with tropical landscapes, plants and wildlife, subjecting the wilderness to his gaze and taming it through his detailed depictions of its poetics. His sketches provided foundations for his paintings and etchings, prepared mainly by lithographers who strove to follow the original lines of this artist. Almost all the material produced during the Expedition was sent to Russia, as Czar Alexander I was its patron, underwriting this massive artistic and scientific adventure. The resulting collections were archived for almost a century in Russia, with some items lost to floods in Stalingrad. However, the drawings and watercolors produced by Rugendas were sent to France. In 1825, he returned to Europe, dividing his time between Paris, Augsburg and Munich. It was during this period that he devoted his attention to publishing his masterpiece: Voyage Pittoresque dans le Brésil. This book gathers together the iconic documentation prepared by Rugendas during his first journey through Brazil. Its 22 lithographs were based on his drawings, with texts written by Victor Aimé Huber. He divided his masterwork into sections: Landscapes, People and Customs; Indigenous Habits and Customs; European Lives; Europeans in Bahia and Pernambuco States; and Black Habits and Customs. Lithography is a printing technique that reproduces an image or drawing in every detail on a lithographic limestone plate, drawn with a special wax pencil on its surface, treated with a mixture of assets and gum arabic, covering the drawing and then inking it before reproducing the original work in a press. This technique was widely used during the XIX century. The original work still belonged to the artist – Rugendas, in this case – while the lithographers are credited below the title and the artist’s signature. Many of these lithographs were


do título e assinatura do artista. Muitas destas litografias eram depois aquareladas. É importante que se destaque que Rugendas também dominava a técnica da litografia, mas em sua maioria este trabalho de reprodução ficava sob a responsabilidade das grandes oficinas e seus mestres. Rugendas teve uma formação acadêmica na Alemanha, tendo cursado a Academia de Belas Artes de Munique, vindo a especializarse em desenho. No Rio de Janeiro ele conviveu com os artistas da Missão Francesa, todos de formação acadêmica inseridos no contexto de uma visão neoclássica, estilo predominante no Império Napoleônico de onde eles vieram. Por outro lado, Rugendas já experimentava os primeiros aromas do romantismo, isto porque a Alemanha foi um dos berços do romantismo.

subsequently tinted in watercolor. It is important to stress that although Rugendas was familiar with lithography and its techniques, most of this reproductive work was assigned to leading workshops and their master craftsmen. Backed by an academic background in Germany, where he studied at the Munich Fine Arts Academy, Rugendas specialized in drawing. In Rio de Janeiro, he spent much time with artists brought to Brazil by the French Mission, all with academic backgrounds shaped by Neo-Classic views, which was the predominant style in Napoleonic France that was their home. In contrast, Rugendas was already scenting early wafts of Romanticism from Germany, which was one of its cradles.

“A satisfação do romântico está na insatisfação”, conforme Gerd Bornheim ensinava. Esta insatisfação o leva a um escapismo em que ele vai procurar outras paragens, lugares incomuns, a natureza, o homem não contaminado pela sociedade e até a morte. Ele não se deixa aprisionar. Ele valoriza as emoções, a liberdade de criação, a imaginação, o amor platônico enfim, constrói a sua realidade não na cópia do que vê, mas na fábula visual que compõe a partir do que vê.

As taught by Brazilian philosopher Gerd Bornheim (19292002), “The satisfaction of the Romantic lies in dissatisfaction”. This dissatisfaction leads to an escapism prompting him to seek out other staging posts, unusual places, nature in the wild, people unspoiled by society and even death. He will not be bound, instead appreciating emotion, imagination and platonic love, a free creative spirit who constructs his own reality as a visual fable rather than a copy of what he perceives, that he composes from the world around him.

É nesta tensão entre o domínio acadêmico e a imaginação romântica que observamos a obra de Rugendas.

It is this tension between the academic domain and the romantic imagination that underpins the work of Rugendas.

Quando o artista deixou a Europa em direção ao Brasil, ele veio ao encontro da paisagem incomum, da terra distante, impossível de ser visualizada fora da experiência. Era a visão de um novo mundo e mais surpreendente ainda, de uma luz tropical. A luminosidade em nossas terras era de lenta acomodação aos olhos de um alemão. Observamos em sua obra que os lugares vistos de fora, com o olhar daquele que chega ao novo ambiente, são claros, sutis, leves e ricos em pequenos detalhes. Seu processo de criação a partir do desenho pode ser comprovado nas obras em que o lápis encosta com delicadeza na superfície do papel e deixa estes registros sem que as massas e os volumes encontrem o seu peso.

When leaving Europe for Brazil, he was seeking unknown landscapes in a distant country that could not be visualized, beyond experience. This was a glimpse into a new world and – even more amazing – the dazzling light of the tropics. His German eyes adapted slowly to the vivid colors of Brazil. The places portrayed in his work are evidently viewed by an outsider, a newcomer in unfamiliar surroundings, portrayed clearly but subtly and lightly, with a wealth of tiny details. His process of creating on the basis of drawings can be proven through works in witch his pencil floats delicately over the surface of the paper, leaving these records without adding weight to their masses and volumes.

Já nas figuras humanas, nas cenas de costumes e de paisagens podemos sentir uma definição maior do desenho que foi reproduzido pelo litógrafo. Nestas obras observamos a tensão entre a construção acadêmica e a criação romântica.

In his landscapes and scenes featuring local customs, human figures seem better defined in the drawings than in the lithographic reproductions. In these works, there is a clear tension between academic construction and romantic creation.


O artista capta as imagens observadas não como cópia da realidade, mas como interpretação daquilo que vê. Se o modelo se enquadra dentro da norma e da regra proveniente de seu aprendizado acadêmico, a imaginação romântica o liberta por meio da representação das imagens, nas indumentárias, na composição mais diagonalizada e, até mesmo na busca de uma expressão que não chega a aflorar totalmente aos rostos. Na obra Voyage Pittoresque dans le Brésil, o próprio título já sinaliza a procura de uma interpretação mais subjetiva. O pitoresco é incomum, inusitado, interessante, se manifestando a partir de impressões subjetivas. As representações não são aleatórias, pois elas partem de estudos realizados pelo artista. Nos registros da flora e da fauna existe uma proximidade maior com a realidade, uma vez que Rugendas recebeu a orientação de naturalistas, enquanto que os tipos e os costumes são representações em que o artista se permite compor tipos sociais distantes dos europeus. Em 1828 Rugendas esteve na Itália e procurou se aperfeiçoar na pintura, mas é no México, na viagem que realiza em 1831, que ele efetivamente começa a pintar a óleo. A percepção entre o que vê, como vê e como imagina também está presente em sua pintura. Muitas vezes as figuras representadas são imagens idealizadas. Rugendas permanece fiel a uma representação mais canônica sem negligenciar às características definidoras de seus tipos humanos, mas suavizando os traços, de modo a que negros e índios se aproximem ao modelo idealizado, apesar de retratados conforme sua identidade racial. O apoio do naturalista Alexander Von Humboldt foi fundamental para que Rugendas voltasse a planejar uma nova viagem ao continente americano. México, Chile, Peru, Uruguai, Argentina e Brasil são os países de seu novo roteiro de viagem. Ele almeja tornar-se “o ilustrador dos novos territórios do mundo”. Enquanto não inicia esta viagem ele pinta telas de temas brasileiros a partir dos desenhos que havia feito. Nestas obras nota-se uma impregnação mais romântica, pelas paisagens idílicas, por uma natureza em que a imagem retida nas experiências passadas se reveste de cargas idílicas e de lugares paradisíacos. Rugendas estaria de volta ao Rio de Janeiro nos anos de 1845 e 1846. Neste segundo momento ele encontra um Brasil já bem

The artist captures his observations as interpretations of what he sees, rather than mere copies of reality. If the model fits into a standard and rule rooted in his academic apprenticeship, his romantic imagination releases it through the representation of the images, garments, slanted compositions and even his pursuit of facial expressions that remain half-concealed. The title of his masterwork – Voyage Pittoresque dans le Brésil – indicates a quest for a more subjective interpretation: the picturesque is uncommon, unusual and interesting, expressed through subjective impressions. The representations are not random, but are rather based on studies by the artist. The plant and wildlife records are closer to reality, as Rugendas was guided by naturalists, while he allowed himself to depict aspects of society and its members that are very remote from their European counterparts, in his portraits of local people and customs. When visiting Italy in 1828, Rugendas worked on improving his painting, but it was only during a trip to Mexico in 1831 that he really began to work in oils. An awareness of what he sees, how he sees it and how he imagines it to be is also present in his painting. Often figures are idealized. Although remaining faithful to more canonic representations, Rugendas did not neglect the defining characteristics of his human models, softening their features to bring black and indigenous figures closer to idealized models, while still maintaining their racial identities. The support of naturalist Alexander von Humboldt (17691859) was crucial for Rugendas to plan a return trip to the Americas. This time visiting Mexico, Chile, Peru, Uruguay, Argentina and Brazil, his ambition was to become the “illustrator of the world’s new territories”. While waiting to set out on this journey, he painted canvases with Brazilian subjects, based on his earlier drawings. These works are permeated by a more Romantic atmosphere, with idyllic landscapes, paradisiacal locations and a sublime wilderness overlaying images retained from past experiences. In 1845 and 1846, Rugendas was back in Rio de Janeiro, finding a very different Brazil during this second trip. Firmly supported by the Emperor Pedro II, the Imperial Fine Arts


diferente. A Academia Imperial das Belas Artes gozava do apoio de D.Pedro II e já estava instalada em prédio próprio, na Travessa das Belas Artes, no centro do Rio de Janeiro, obra neoclássica de Grandjean de Montigny.

Academy was established in its own building – a neoclassic treasure designed by Grandjean de Montigny – in the heart of Rio de Janeiro.

Com a mediação de Félix-Émile Taunay ele consegue entrar no círculo da corte imperial e executa três pequenos retratos a óleo da família imperial. É possível que tenha realizado, também, um retrato de grande porte de D. Pedro II, que possivelmente se perdeu mais tarde, em trânsito para a Europa.

Ciceroned by French-born painter Félix-Émile Taunay (1795-1881), he joined the fringes of the Imperial Court and painted three small oil portraits of the Imperial Family. He might also have produced a large portrait of the Emperor Pedro II, which was possibly lost later, when being shipped to Europe.

Durante sua estadia no Rio de Janeiro hospedou-se no Hotel Pharoux, participando das Exposições Gerais de Belas Artes nos anos de 1845 e 1846, quando, finalmente, retornaria à Europa. Antes de viajar D. Pedro II o condecorou com a Ordem do Cruzeiro do Sul (Decreto de 26 de maio de 1846) e também lhe deu uma carta de apresentação para a Princesa de Joinville, sua irmã, que residia em Paris.

During his time in Rio de Janeiro, he stayed at the Hotel Pharoux and displayed works at the General Fine Arts Exhibitions in 1845 and 1846, after which he returned to Europe. Before he travelled, the Emperor awarded him the Order of the Southern Cross (through a decree dated May 26, 1846) and also gave him a letter of introduction to his sister, the Princesse de Joinville, who was living in Paris.

De volta à Europa entrega mais de três mil desenhos para Maximiliano II da Baviera em troca de uma pensão vitalícia. No contrato firmado havia o compromisso de também realizar pinturas, o que não foi totalmente cumprido, acarretando a perda de sua pensão.

Back in Europe, he gave more than 3,000 drawings to King Maximilian II of Bavaria (1848-1864) in exchange for a lifetime allowance. The related agreement also bound him to produce paintings, which never occurred, resulting in part of his allowance being withheld.

A obra de Rugendas é a mais significativa documentação iconográfica do Novo Mundo no século XIX, sendo uma das principais fontes de pesquisa para o conhecimento dos costumes, dos povos e raças, da flora e da fauna da América e, em particular, do Brasil.

The work of Rugendas is the most significant iconographic documentation of the New World during the XIX century, constituting a major source for researching customs, peoples, races, plants and wildlife in the Americas, and more particularly Brazil.

Em sua última carta para Humboldt, com quem manteve os laços de amizade e admiração até o final de sua vida ele escreveu: “Eu me propus e me esmerei em ser o ilustrador dos novos territórios do mundo descoberto por Colombo”. Há certa amargura neste desabafo, que não encontraria espaço hoje, se ele pudesse constatar até onde conseguiu chegar em suas viagens.

In his last letter to Alexander von Humboldt – with whom he maintained links of friendship and admiration through to the end of his life – he wrote: “I intended and strove to be the illustrator of the new territories of the world discovered by Columbus.” There is a hint of bitterness here that would not appear today, if he could see just how much ground he has really managed to cover since then.

Nas obras expostas buscamos experimentar o olhar de Rugendas para permitir que pelo nosso próprio olhar pudéssemos (re) descobrir a arte deste cronista viajante e sua significação para a arte no Brasil. Angela Ancora da Luz Curadora

In this Exhibition, we try to look through the eyes of Rugendas, allowing our own gaze to (re)discover the art of this travelling chronicler and his importance for art in Brazil. Angela Ancora da Luz Curator














Entrada da Barra do Rio de Janeiro | Entrance of Barra of Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 22,2 x 33,2 cm Coleção particular | Private Collection

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Vista do Rio de Janeiro tomada da Barra | View of Rio de Janeiro taken from Barra, c.1835 Litografia | Lithograph, 25,5 x 39,9 cm Coleção particular | Private Collection


Mata virgem, perto de Mangaratiba, província do Rio de Janeiro | Virgin forest, near Mangaratiba, province of Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 25,2x 23,2cm Coleção particular | Private Collection

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Caça na floresta virgem, c.1835 Litografia | Lithograph, 27,3 x 19,5 cm Coleção particular | Private Collection


Foz do rio Cachoeira | Mouth of Cachoeira river, c.1835 Litografia | Lithograph, 22,3 x 28 cm Coleção particular | Private Collection

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Rio Inhomirim na Baía do Rio de Janeiro | Inhomirim river in the Bay of Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 25,2 x 33,2 cm Coleção particular | Private Collection


Vista tomada em frente à Igreja de São Bento no Rio de Janeiro | View taken in front of the Church of São Bento in Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 20,5 x 31,2 cm Coleção particular | Private Collection

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Praia dos Mineiros no Rio de Janeiro | Miners Beach in Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,7 x 32,7 cm Coleção particular | Private Collection


Lagoa das Tretas | Lagoon Tretas, c.1835 Litografia | Lithograph, 18,5 x 31,5 cm Coleção particular | Private Collection

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Vista do Rio de Janeiro tomada de perto da Igreja de Nossa Senhora da Glória | View of Rio de Janeiro taken from near the Church of Nossa Senhora of the Glória, c.1835 Litografia | Lithograph, 24,2 x 32 cm Coleção particular | Private Collection


Vista do Rio de Janeiro tomada do aqueduto | View of Rio de Janeiro taken from the aqueduct, c.1835 Litografia | Lithograph, 23,5 X 35 cm Coleção particular | Private Collection

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Vista do Morro do Corcovado e do bairro do Catete tomada da pedreira | View of Morro do Corcovado and Catete district from the quarry, , c.1835 Litografia | Lithograph, 23,5 X 36 cm Coleção particular | Private Collection


Grutas perto de São José | Caves near São José, c.1835 Litografia | Lithograph, 18 x 25 cm Coleção particular | Private Collection

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Rio Paraibuna | Paraibuna river, c.1835 Litografia | Lithograph, 23 x 31 cm Coleção particular | Private Collection


Paisagem vista da costa perto da Bahia | Landscape view of the coast near Bahia, c.1835 Litografia | Lithograph, 27,4 x 24,8 cm Coleção particular | Private Collection

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Mandioca | Manioc, c.1835 Litografia | Lithograph, 25 x 30 cm Coleção particular | Private Collection


Família de plantadores a caminho da igreja | Planters family on the way to church, c.1835 Litografia | Lithograph, 22,8 x 30 cm Coleção particular | Private Collection

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Caravana de comerciantes a caminho da Tijuca | Caravan of merchants on the way to Tijuca, c.1835 Litografia | Lithograph, 23 x 31,5 cm Coleção particular | Private Collection


Serra de Ouro Branco na província de Minas Gerais | Sierra of Ouro Branco in the province of Minas Gerais, c.1835 Litografia | Lithograph, 25,2 x 23,5 cm Coleção particular | Private Collection

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Vila Rica, c.1835 Litografia | Lithograph, 23 x 33 cm Coleção particular | Private Collection


Convento de Nossa Senhora da Piedade na Bahia | Convent of Nossa Senhora da Piedade in Bahia, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,2 x 30 cm Coleção particular | Private Collection

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Rua Direita no Rio de Janeiro | Right Street in Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 21 x 29,5 cm Coleção particular | Private Collection


Canoa indígena | Indigenous Canoe, c.1835 Litografia | Lithograph, 21 x 28,3 cm Coleção particular | Private Collection

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Encontro de índios com viajantes europeus | Indians meeting with european travelers, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,5 x 28,8 cm Coleção particular | Private Collection


Família de índios Botocudos | Botocudos indians family, c.1835 Litografia | Lithograph, 28 x 22,8 cm Coleção particular | Private Collection

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Índios em suas cabanas | Indians in their huts, c.1835 Litografia | Lithograph, 21 x 26,3 cm Coleção particular | Private Collection


Caça à onça | Hunt for the ounce, c.1835 Litografia | Lithograph, 20,5 x 26,5 cm Coleção particular | Private Collection

Ponte feita de cipós | Bridge made of vines, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,2 x 28,2 cm Coleção particular | Private Collection

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Guerilhas | Guerilla, c.1835 Litografia | Lithograph, 20 x 26 cm Coleção particular | Private Collection


Dança Lundu | Lundu dance, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,7 x 27,2 cm Coleção particular | Private Collection

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Dança do Batuque | Batuque dance, c.1835 Litografia | Lithograph, 21 x 27,7 cm Coleção particular | Private Collection


Capoeira ou dança da guerra | Capoeira or war dance c.1835 Litografia | Lithograph, 16,7 x 24,4 cm Coleção particular | Private Collection

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Festa de Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos negros | Festivity of Nossa Senhora of Rosário, patroness of the blacks, c.1835 Litografia | Lithograph, 24,5 x 33 cm Coleção particular | Private Collection


Venda em Recife | Warehouse in Recife, c.1835 Litografia | Lithograph, 19,4 x 29,3 cm Coleção particular | Private Collection

Repouso da caravana | Repose of the caravan, c.1835 Litografia | Lithograph, 22 x 32 cm Coleção particular | Private Collection

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Mercado na Praia dos Mineiros | Miners Beach market, c.1835 Litografia | Lithograph, 20 x 27 cm Coleção particular | Private Collection

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Derrubada de uma floresta | Forest overthrow, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,4 x 28,1 cm Coleção particular | Private Collection


Enterro de um negro na Bahia | Burial of a black man in Bahia, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,7 x 31 cm Coleção particular | Private Collection

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Missa na Igreja de Nossa Senhora da Candelária, em Pernambuco | Mass in the Church of Nossa Senhora da Candelária in Pernambuco, c.1835 Litografia | Lithograph, 26,2 x 20,5cm Coleção particular | Private Collection


Negros no porão do navio | Blacks in the ship’s basement, c.1835 Litografia | Lithograph, 15,2 x 25,3 cm Coleção particular | Private Collection

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Desembarque | Landing, c.1835 Litografia | Lithograph, 23,2 x 33 cm Coleção particular | Private Collection


Castigo público na Praça de Sant’Ana | Public punishment in the Sant’Ana square, c.1835 Litografia | Lithograph, 22,5 x 31 cm Coleção particular | Private Collection

Castigos domésticos | Domestic punishments, c.1835 Litografia | Lithograph, 21,4 x 31,1cm Coleção particular | Private Collection

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Habitação de negros | Black housing, c.1835 Litografia | Lithograph, 17,1 x 25,4 cm Coleção particular | Private Collection


Carregadores de água | Water chargers, c.1835 Litografia | Lithograph, 19 x 27,3 cm Coleção particular | Private Collection

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Transporte de um grupo de negros | Transport of a group of blacks, c.1835 Litografia | Lithograph, 16 x 26,5 cm Coleção particular | Private Collection


Mercado de negros | Black slave market, c.1835 Litografia | Lithograph, 19 x 28 cm Coleção particular | Private Collection

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Colheita do café | Coffee harvest, c.1835 Litografia | Lithograph, 24,4 x 30,5 cm Coleção particular | Private Collection


Preparo da raiz da mandioca | Preparation of manioc root, c.1835 Litografia | Lithograph, 16 x 20 cm Coleção particular | Private Collection

Lavadeiras no Rio de Janeiro | Washerwomen in Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph, 16 x 23,4 cm Coleção particular | Private Collection

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Negros jovens | Young black man, c.1835 Litografia | Lithograph, 29 x 24 cm Coleção particular | Private Collection


Cascata da Tijuca | Tijuca waterfall, c.1835 Litografia | Lithograph, 31 x 23,3 cm Coleção particular | Private Collection

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Lavagem do minério de ouro perto da montanha do Itacolomi | Gold ore washing near Itacolomi mountain, c.1835 Litografia | Lithograph, 30 x 26 cm Coleção particular | Private Collection


Capitão do mato | Bush captain (captor of escaped slaves), c.1835 Litografia | Lithograph, 36 x 27 cm Coleção particular | Private Collection

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Negro e Negra da Bahia | Black man and black woman from Bahia, c.1835 Litografia | Lithograph, 28,8 x 24 cm Coleção particular | Private Collection


Negras do Rio de Janeiro | Black Women from Rio de Janeiro, c.1835 Litografia | Lithograph28,5 x 24 cm Coleção particular | Private Collection

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Negro e negra em uma plantação | Black man and black woman on a plantation, c.1835 Litografia | Lithograph, 27 x 22 cm Coleção particular | Private Collection


Costumes de São Paulo | São Paulo habits, c.1835 Litografia | Lithograph, 34 x 26 cm Coleção particular | Private Collection

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Costumes do Rio de Janeiro | Rio de Janeiro habits, c.1835 Litografia | Lithograph, 27 x 22cm Coleção particular | Private Collection


Costumes da Bahia | Bahia habits, c.1835 Litografia | Lithograph, 33,5 x 26 cm Coleção particular | Private Collection

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Habitantes de Goiás | Goiás habitants, c.1835 Litografia | Lithograph, 23 x 32,5 cm Coleção particular | Private Collection

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Habitantes de Minas Gerais | Minas Gerais habitants, c.1835 Litografia | Lithograph, 22,7 x 32,5 cm Coleção particular | Private Collection


Puris, c.1835 Litografia | Lithograph, 35 x 29cm Coleção particular | Private Collection

Benguela – Angola – Congo – Monjolo, c.1835 Litografia | Lithograph, 34 x 28 cm Coleção particular | Private Collection

Botocudos, c.1835 Litografia | Lithograph, 36 x 29 cm Coleção particular | Private Collection

Machacaris – Camacãs, c.1835 Litografia | Lithograph, 35,5 x 28,5cm Coleção particular | Private Collection

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Cabinda – Quiloa – Rebolla – Mina, c.1835 Litografia | Lithograph, 34 x 29 cm Coleção particular | Private Collection

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Moçambiques, c.1835 Litografia | Lithograph, 35 x 28 cm Coleção particular | Private Collection

Benguelas – Congos, c.1835 Litografia | Lithograph, 34 x 29 cm Coleção particular | Private Collection

Crioulos | Creoles, c.1835 Litografia | Lithograph, 34 x 28 cm Coleção particular | Private Collection


EXPOSIÇÃO | EXHIBITION Curadoria | Curatorship Angela Ancora da Luz Coordenação Geral | General Coordination Anderson Eleotério

Transporte | Transportation Art Quality

AGRADECIMENTOS | ACKNOWLEDGMENTS

Assistente de Produção | Production Assistant Felipe Paladini

Adriana Bandeira Cordeiro Angela Moliterno de Oliveira Antônio Grosso (in memoriam) Cláudia Rocha Daniella Santos Ellen Ropke Fernanda Magalhães Pinto Fundação Biblioteca Nacional Ilde Grosso Instituto Arte na Escola Instituto Moreira Salles Instituto Ricardo Brennand Joana Moreno Andrade Jovita Santos de Mendonça Julia Kovensky Julio Reis Marcos Pereira da Silva Museu do Ingá Museus Castro Maya Museu Histórico Nacional Nadja Santos Silva Nina Galvão Odette Vieira Paulo Andrade Coutinho Paulo Knauss Pinacoteca do Estado de São Paulo Renata Arliani Vivian Horta

Produção Local | Local Production Joseph Motta – Arte Próspera

Produção | Production Izabel Ferreira

Projeto | Project Anderson Eleotério

Programação Visual | Art Direction Mauro Campello

Produção Executiva | Executive Production ADUPLA Produção Cultural Ltda.

Comunicação | Communication Raquel Silva

CATÁLOGO | CATALOG

Assessoria de Imprensa | Press Liaison Décio Di Giorgi – Adelante Comunicação

Organização | Organization Anderson Eleotério Izabel Ferreira

Iluminação | Lighting Judy Spencer – Somlux

Produção Editorial | Editorial Production Raquel Silva

Projeto Expográfico | Exhibition Design Anderson Eleotério Museologia | Museology Cláudia Costa

Texto | Text Angela Ancora da Luz Design Gráfico | Graphic Design Mauro Campello

Montagem | Art Mounting Mário Bibiano – Manuseio

Fotos | Photos Raquel Silva Leda Abuhad

Cenotécnica | Scenographic Technology André Semplicio Pires

Revisão de Textos | Texts Revision Rosalina Gouveia

Revisão de Textos | Texts Revision Rosalina Gouveia

Versão Inglês | English Version Carolyn Brissett

Seguro | Insurance Pro Affinite – Chubb Seguros Brasil S.A.

Impressão e pré-impressão | Printing Gráfica Santa Marta

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12 de janeiro a 31 de março de 2019 January 12 - March 31, 2019 Terça a domingo, das 9h às 19h Tuesday to Sunday, from 9am to 7pm Prefira transporte público Prefer public transportation Entrada franca | Free admission Vamos preservar o meio ambiente Let’s preserve the enviroment


PRODUÇÃO | PRODUCTION

PATROCÍNIO | SPONSOR


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