Bahia Florestal
Informativo Digital
Janeiro de 2014
Artigo
Aprendendo o ABC para um Brasil líder na produção agropecuária Por Wilson Andrade*
Em 2012, a notícia que o planeta Terra alcançou a marca de 7 bilhões de habitantes ocupou as manchetes e acendeu a luz de alerta. Seremos 9 bilhões em 2050, e, para manter tal população, precisamos nada mais nada menos que o dobro de alimentos que produzimos hoje. Aumentar a produção é imperativo. Difícil é fazê-lo em bases ambientalmente sustentáveis. A boa notícia é que a pesquisa científica tem feito grandes progressos no desenvolvimento de tecnologias para aumentar a produtividade. Ou seja, para produzir mais, em menos espaços e impactando minimamente o meio ambiente. Mas, creio eu, é na “técnica” que reside parte da resposta desse desafio. Técnica vem do grego technè, e está relacionada à arte, ao procedimento. Se o desenvolvimento de novas cultivares adaptadas a uma região, ou de máquinas mais eficientes, é a tecnologia, a técnica é o “como fazer”. O fazer do jeito certo tem dado mostras de grande de sucesso. Basta uma checada nos recordes mundiais que o país tem alcançado na produção de algodão, soja, milho e florestas plantadas. No caso destas, enquanto no Brasil se colhe em torno de 40 metros cúbicos por hectare ao ano sendo que em algumas regiões da Bahia chega-se a 60 metros cúbicos/ ha anuais - o Chile e a China, importantes produtores, colhem a metade da nossa média nacional. A adoção de tec-
nologias modernas e técnicas corretas responde por estes índices. A técnica está, por exemplo, no Plantio Direto e no chamado Sistema de Integração Lavoura Pecuária e Floresta. Neste último, atividades simultâneas ou alternadas, baseadas em uma relação inteligente e simbiótica entre as culturas. O sistema integrado permite que os insumos aplicados na lavoura em uma safra sejam a base de um bom pasto na outra, otimiza a gestão da mão-de-obra, reduz custos e ainda promove uma valiosa compensação entre emissões e sequestro de carbono, sobretudo quando agregam florestas (sistema agrosilvopastoril). É a emissão da pecuária sendo compensada pelo sequestro acelerado de carbono promovido pelas florestas plantadas. Todas essas técnicas fazem parte de um conceito maior chamado Agricultura de Baixo Carbono (ABC), que hoje vem sendo fomentado inclusive pelas instituições de crédito, como o Banco do Brasil. É um salto quântico se comparado ao que estas mesmas instituições faziam no passado: só liberavam crédito para atividades específicas em áreas específicas, gerando com isso a mais nociva das práticas da agricultura, que é a monocultura. O sistema ABC traz consigo o que o Brasil tem de melhor: a diversidade. É baseado em uma relação “ganha-ganha-ganha” para a agricultura, as florestas e a pecuária, mas, sobretudo, para a natureza e o homem. Precisamos evoluir nisso. Afinal, 2050 é logo ali.
* Wilson Andrade é Economista e diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal - Abaf
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Cine Florestal 3D da ABAF encantou as crianças na Fenagro 2013 Uma média de 900 crianças pela manhã e outras 900 no turno da tarde, durante oito dias, passou diariamente pelo Cine Florestal 3D, na Feira Internacional da Agropecuária – Fenagro 2013. A Fenagro é uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil, e a mais destacada da Bahia, e acontece em Salvador, todos os anos, tendo sido a última edição realizada entre os dias 30 de novembro e 8 de dezembro de 2013, no Parque de Exposições da capital baiana. O Cine Florestal 3D é uma iniciativa da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal-ABAF e tem como objetivo chamar a atenção dos jovens estudantes e das famílias que visitaram a Fenagro para a importância do plantio de florestas para o atendimento da demanda da população mundial. Em 2014, como parte dos eventos em celebração pelos 10 anos de fundação da ABAF, o Cine Florestal 3D visitará também algumas das mais importantes feiras agropecuárias da Bahia, em ações que incluem palestras e outras inciativas, dando
conta, assim, de diferentes públicos. 3D O Cine Florestal 3D funciona em uma tenda inflável itinerante, com tecnologia de áudio e vídeo comparável à dos melhores cinemas da atualidade. A tenda é climatizada, garantindo o conforto de aproximadamente 40 crianças sentadas. As sessões de exibição têm em torno de 10 minutos, nas quais são apresentados dois filmes que tratam dos conceitos de árvore, florestas plantadas e florestas nativas, e a importância do suprimento de produtos florestais para uma população mundial em constante crescimento. Tudo isso é apresentado de forma lúdica, proporcionando ao público uma verdadeira imersão em uma florestas virtual e no universo cinematográfico em três dimensões, e cheio de surpresas. “Muito legal!”, resume o estudante Paulo Roberto da Silva, de 8 anos, aluno da Escola Santa Luzia do Lobato. Um dos mais ansiosos na fila para participar da sessão, não escondeu a animação depois de ver o filme. De acordo com a professora Lindalva Mercedes Silva, que acompanhou as turmas na escola do estudante Paulo Roberto, muitas crianças estavam tendo a primeira oportunidade de assistir a um filme em três dimensões. “Elas estão encantadas com o cinema e com toda a feira. Tudo para elas é novidade”, disse. “Aliando informação e diversão, de uma forma sensorial, em três dimensões, estamos facilitando a formação do conhecimento de um público muito importante e multiplicador, formado pelas crianças e jovens”, afirmou o diretor da ABAF, Wilson Andrade. A Fenagro, continuou ele, pela sua localização, é uma feira estratégica para se trabalhar o público urbano, que, muitas vezes, não tem qualquer contato com o campo, e pode ter uma boa noção do que são as cadeias produtivas e também da importância social do produtor rural. “Isso ajuda a dirimir muitas dúvidas e acreditamos que possa também contribuir para derrubada de muitos mitos”, finaliza Andrade.
Governador Jaques Wagner assistiu a uma sessão do Cine Florestal 3D da ABAF durante a FENAGRO O Cine Florestal 3D, da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal-ABAF, recebeu no dia 4 de dezembro de 2013 a visita do governador da Bahia, Jaques Wagner. A parada fez parte do roteiro de visitas da comitiva governamental,
que atendeu ao convite da ABAF. Jaques Wagner assistiu a uma sessão completa, munido de óculos especiais, e considerou o projeto muito interessante. Com ele também estavam secretários de estado e outras pessoas do staff do governador.
Grande representatividade Secretários de Agricultura do Brasil também assistiram ao Cine Florestal 3D da ABAF. Os secretários, agora presididos pela ocupante da pasta do Governo de São Paulo, Monica Bergamaschi, estavam na Fenagro a convite do então presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Estado de Agricultura – Conseagri, o ex-secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, que aproveitou a ocasião da feira baiana para deliberar sobre as questões do agronegócio nacional com os seus colegas de pasta no Brasil.
Confraternização no estande da ABAF encerra atividades de 2013 Celebrar as vitórias, estabelecer novos laços e estreitar os antigos, abrir caminho para alcançar os objetivos. Para realizar tudo isso em um único
Diretoria da ABAF se reúne na Fenagro
momento e da maneira mais agradável possível, a ABAF convidou a diretoria, fornecedores, parceiros, políticos e representantes dos seus vários públicos
A última reunião de 2013 da Diretoria da ABAF também teve como cenário a Fenagro 2013. Os conselheiros da Associação trataram das questões orçamentárias da entidade, fizeram um balanço do ano que passou e reviram as metas para o ano seguinte, quando a ABAF completa 10 anos de existência.
para um coquetel de congraçamento. A atividade encerrou em grande estilo a agenda de encontros e reuniões da ABAF no ano de 2013.
Vasto,
como as florestas da Bahia Os 617 mil hectares de florestas plantadas na Bahia ajudam a mover a economia estadual no campo e na cidade. Em 2012, o setor de base florestal cresceu 2,6% e participou com 16% do total de US$ 11,5 bilhões das exportações baianas, ocupando o segundo lugar em importância na pauta de exportações, e contribuindo com 49% (US$1,7 bi) para a formação do saldo da balança comercial do Estado. No mesmo período, foram gerados 320 mil empregos, entre diretos e indiretos e de efeito-renda, principalmente, fora dos centros urbanos, colaborando para o desenvolvimento regional. Além disso, graças às florestas plantadas, 430 mil hectares de florestas nativas estão sendo preservadas ou recuperadas, garantindo a perpetuação da biodiversidade para esta e as próximas gerações. E muito mais pode ser feito. Saiba mais sobre a cadeia produtiva das florestas no Bahia Florestal – Anuário ABAF 2012.
Foto: Clio Luconi
Baixe a versão digital do anuário em www.abaf.org.br
Floresta plantada preserva floresta nativa www.abaf.org.br